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Reformulação do plantel, conquistas internas, apuramentos para a Liga dos Campeões e Alvalade 2.0. O crescimento do Sporting desde a chegada de Frederico Varandas à presidência, alicercado ao impacto de Ruben Amorim, é evidente, mas este é um momento decisivo para a afirmação dos leões como potência portuguesa.
Na Liga Portugal, o objetivo da equipa de Rui Borges passa por conquistar o tricampeonato, algo raro na história do clube, mas este já não é apenas um Sporting de consumo interno e a prova dos nove começa agora.
A receção ao Kairat é o começo ideal para uma Liga dos Campeões que se espera ser de confirmação de um Sporting mais afirmativo a nível europeu. Quem saiba até chegar, pela primeira vez na história, aos quartos de final da competição.

Calendário dá margem para sonhar
A experiência da época passada foi quase uma exceção na história do clube leonino na Liga dos Campeões, mas acabou como tantas outras.
Depois de um arranque de sonho, que deixou o Sporting entre os dois primeiros da fase regular, a turbulência na equipa técnica e as várias lesões afetaram as prestações europeias, que falhou o acesso ao top 8 e caiu no play-off diante de um Dortmund que seria acessível noutra fase da época.
Toda a situação mencionada acima serviu para desculpabilizar Rui Borges, até porque o Sporting acabou por conquistar a dobradinha, algo que não conseguia desde 2001/02, mas o técnico natural de Mirandela chega agora à prova mais importante de clubes com outra responsabilidade.

As receção ao Kairat, Marselha e Club Brugge permitem desde logo pensar em fazer nove pontos em casa, mas num dia bom dá a sensação que este Sporting pode conseguir entrar na luta pelo top 8. Para isso, basta pontuar nas visitas a Itália (Nápoles e Juventus) e vencer em Bilbau, sem esquecer a importância dos golos marcados e sofridos, sobretudo frente a Bayern (fora) e Paris SG (casa).
Sporting 2.0
A saída de Viktor Gyökeres foi a principal nota do mercado de transferências do Sporting. Com a venda do sueco para o Arsenal, os leões perderam seis golos europeus - em comparação com a época passada. O facto de não haver um único jogador com dois golos na prova atesta bem o impacto do homem da máscara.
No entanto, após cerca de um mês, dá a sensação que o plantel conseguiu responder bem à saída de Gyökeres. O regresso de Pedro Gonçalves depois de praticamente uma época parada por lesão tem sido determinante nesse sentido, mas as contratações de Luis Suárez, Kochorashvili, Ricardo Mangas, Vagiannidis e Ioannidis trouxeram mais profundidade a um plantel que sofreu com a ausência de opções em 2024/25.

A nova época também nos apresenta um Sporting com um novo rosto. O fim da era da linha de cinco defesas foi tema de discussão durante a pré-época, mas os jogos oficiais ajudaram a deixar os sportinguistas mais descontraídos e com confiança para 2025/26.

O futebol combinativo, com Pedro Gonçalves, Trincão e Luis Suárez em evidência, devolveu aos leões a qualidade de jogo que faltou na época passada, mas falta ainda perceber de que forma irá a equipa reagir na alta roda do futebol europeu. Recorde-se que o primeiro teste do género, contra o FC Porto, não correu particularmente bem.

Um Casio para dar sorte
De Mirandela para o topo do futebol europeu. Rui Borges é um homem de superstições e não esquece as origens agora que atingiu o ponto mais alto do futebol nacional e está prestes a iniciar a sua primeira temporada na Liga dos Campeões.
Esta semana, o jornal Bild contou que o técnico leonino utiliza sempre o mesmo relógio, um Casio antigo, como amuleto para cada partida que realiza e para recordar o início do seu trajeto como treinador. A verdade é que Rui Borges não ficou à espera da sorte para conseguir, pelo menos, igualar as conquistas da época passada e foi à procura de algo diferente.

As mudanças operadas pelo antigo treinador do Vitória SC trouxeram uma nova versão do Sporting. No campeonato, os leões seguem na perseguição ao FC Porto e têm deixado sinais positivos, mas a Liga dos Campeões vai servir como um teste para percebermos se este é mesmo um Sporting 2.0 ou apenas uma versão distinta ainda sem capacidade para ombrear com os tubarões da Europa.
