Recorde as incidências da partida
Depois da vitória na jornada inaugural, diante do Shakhtar, o FC Porto recebeu o Barcelona num Dragão engalanado e com Sérgio Conceição, ainda sem Pepe, a repetir o onze inicial que perdeu o clássico com o Benfica (0-1), no Estádio da Luz, mantendo a confiança em Romário Baró no meio-campo. Além do central internacional português, também Marcano, Veron e Zaidu ficaram de fora, com Evanilson de regresso ao banco.
Do lado do Barcelona o quadro clínico não era muito mais famoso, com Frenkie de Jong, Pedri e Raphinha de fora, por lesão, com Xavi a apresentar apenas sete suplentes no banco e, no onze, com os portugueses João Cancelo e João Félix, este alvo dos assobidos das bancadas, de cada vez que tocava na bola. Outro dado de destaque na equipa apresentada por Xavi foi a presença de Lamine Yamal que, com apenas 16 anos e 83 dias, superou o recorde do lateral nigeriano Celestine Babayaro (Anderlecht), em 1994, e tornou-se no jogador mais jovem de sempre a ser titular na Liga dos Campeões.
João ao som do assobio
O primeiro aviso do Barcelona chegou por João Cancelo, num remate cruzado e ao lado, aos 3 minutos, antes do outro português, João Félix, rematar aos 5' mas já em fora de jogo.
Respondeu o FC Porto aos 10', com um belo passe de Taremi que Pepê não conseguiu receber da melhor forma. Aos 12' foi novamente João Félix, desta feita num passe milimétrico a lançar Yamal, mas valeu a contenção de Wendell.
Aos 13 minutos Galeno, que tinha sido o melhor jogador da 1.ª jornada da Liga dos Campeões, acelerou pela esquerda e só foi derrubado, em falta, por João Cancelo, que viu bem cedo o primeiro cartão amarelo da partida.
Aos 15 minutos Alan Varela testou a pontaria, de meia distância, e ganhou canto, antes de Eustaquio, em posição bem mais promissora, desmarcado por Pepê, atirar aos 17', para defesa de Ter Stegen.
A resposta catalã chegou aos 23 minutos, novamente com João Félix, agora em zona frontal, a rematar para desvio de Diogo Costa por cima da barra. Aos 25', uma vez mais o avançado português do Barcelona, desta vez a ganhar o duelo a Romário Baró e a atirar para corte de Fábio Cardoso.
Em cima da meia hora, depois de um cruzamento de Baldé, Gavi rematou contra David Carmo e, na recarga, João Félix atirou por cima.
Menos uma dor de cabeça
Aos 34' mais uma dor de cabeça para Xavi, menos uma para Sérgio Conceição: Lewandowski, que logo nos minutos iniciais tinha sofrido uma entrada de David Carmo, não recuperou e pediu para sair, obrigando o treinador do Barcelona a lançar Ferran Torres e a redesenhar a estratégia ofensiva.
Aos 38' Wendell, que já tinha arrancado um amarelo a Gavi, fugiu pela esquerda e cruzou para Taremi chegar atrasado e Ter Stegen recolher. Aos 44' o mesmo Taremi rematou mas fraco e fácil para o guarda-redes do Barcelona segurar. Respondeu o Barça logo a seguir, com João Félix a lançar Ferran Torres, que disparou para defesa de Diogo Costa.
E no segundo dos dois minutos de compensação, um erro incrível de Romário Baró, a calcular mal um passe para Fábio Cardoso e a deixar a bola jogável para Gundogan servir Ferran Torres que, saído do banco, inaugurou o marcador. 1-0 para o Barcelona em cima do intervalo.
Eficácia: não só mas também
Sérgio Conceição, que saiu irritado para o intervalo, manteve os mesmos onze jogadores para a segunda parte e Romário Baró, que errou no golo do Barcelona, lançou João Mário, logo aos 47 minutos, para um remate que saiu perto da baliza catalã.
Depois, aos 53 minutos, já depois de Ferran Torres tentar lançar João Félix, valendo o corte de Fábio Cardoso, foi Taremi a isolar Pepê. Koundé, porém, conseguiu uma recuperação fantástica e, mesmo arriscado, fez um corte que evitou o remate à baliza do brasileiro.
Aos 63' foi Pepê a arrancar, a libertar Romário Baró e o cruzamento a encontrar a cabeça de Taremi, num tiro ao lado da baliza de Ter Stegen. Romário Baró sairia logo depois, aos 64', sob aplausos e para a entrada de Evanilson.
Aos 65' mais uma jogada dos azuis e brancos, agora no flanco contrário, com Galeno a lançar Wendell e o remate do lateral defendido pelo pé direito de Ter Stegen. Depois foi Taremi, aos 67', após passe picado de Pepê, a dominar bem de peito mas a rematar fraco e fácil para Ter Stegen.
João Félix 'out' e dez em campo
Aos 68' era a vez de Xavi mexer, lançando Fermín e Sergi Roberto nos lugares de Oriol Romeu e João Félix, que se despediu do Estádio do Dragão com nova assobiadela monumental das bancadas.
Aos 72 minutos foi Galeno, num remate em arco, a obrigar Ter Stegen a mais uma defesa apertada. Logo depois, momento que, não sendo inédito, não deixa de espantar, quando Lamine Yamal saiu subitamente em direção ao balneário, provavelmente devido a uma indisposição, deixando o Barcelona reduzido a dez elementos.
Aos 77 minutos, em superioridade numérica, o FC Porto chegou novamente à área do Barcelona, Eustaquio discutiu um lance com João Cancelo e o árbitro assinalou grande penalidade por mão na bola do lateral português da equipa espanhola. Anthony Taylor foi logo depois chamado ao VAR para visualizar as imagens e perceber que Eustaquio dominou com o braço antes da mão de Cancelo.
Estávamos nos 80 minutos e Marcos Alonso era lançado por Xavi, substituindo precisamente Yacine Lamal, que não mais voltou do balneário.
Aos 83 minutos Taremi ainda colocou a bola dentro da baliza, num remate de pontapé de bicicleta, mas o lance foi anulado por fora de jogo do iraniano.
"Carne no assador"
Aos 85 minutos, Sérgio Conceição lançou, então, todos os trunfos que tinha no banco: a Evanilson juntaram-se Francisco Conceição, Iván Jaime, Nico González - este emprestado precisamente pelo Barcelona - e Danny Namaso, em busca, pelo menos, de um empate diante do Barcelona.
Já dentro dos seis minutos de compensação, Pepê fez um grande corte a anular contra-ataque do FC Porto, antes de Gavi ver o segundo cartão amarelo e ser expulso, aos 90+3 minutos.
Depois houve ainda Francisco Conceição, a tentar a sua sorte, aos 90+4 minutos, com um remate sobre a direita do ataque azul e branco, às malhas laterais.
Nada havia a fazer. O FC Porto cresceu ainda mais na segunda parte e criou ocasiões suficientes para, pelo menos, sair com pontos, mas acabou mesmo derrotado na segunda jornada da Liga dos Campeões, perante o teórico favorito ao primeiro lugar do Grupo H.
Homem do jogo Flashscore: Gundogan (Barcelona)
