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O Fenerbahçe é o último obstáculo que a equipa de Bruno Lage terá de ultrapassar para voltar a marcar presença na remodelada fase de liga da Liga dos Campeões. O adversário turco não é desconhecido do público português: é orientado pelo carismático José Mourinho e conta ainda com o internacional luso Nélson Semedo no plantel.
Mas afinal, como joga o conjunto de Istambul? O jornalista do Flashscore, Tolga Akdeniz, especialista em futebol turco, traça um retrato tático da equipa.
"É sempre difícil antecipar qual será a formação escolhida pelo Fenerbahçe, já que a equipa alterna entre o 3-5-2 e o 4-2-3-1. Nos últimos jogos, atuou com três defesas e apresentou Jhon Durán e Youssef En-Nesyri no ataque. No entanto, depois de ter perdido pontos frente ao Goztepe, no fim de semana, não é certo qual será a opção para o próximo encontro. Existe a possibilidade de regressarem a uma linha de quatro defesas e apostarem apenas num dos dois avançados", apresenta.

Abram alas a Nélson Semedo
Entre as novidades desta temporada está o português Nélson Semedo, que chegou a ser apontado ao Benfica. Para Tolga, a sua contratação foi um reforço crucial para a manobra ofensiva do Fenerbahçe, já que se trata de um lateral com grande vocação atacante.
"As principais armas da equipa estão nos laterais, Nélson Semedo e Archie Brown, ambos em bom plano nos últimos jogos. Com grande liberdade ofensiva, Brown brilhou diante do Feyenoord, assinando um golo e duas assistências. Apesar de revelar algumas fragilidades defensivas, destaca-se pela força física, qualidade na condução e um pé esquerdo talentoso, que o torna uma constante ameaça no ataque", assinala o jornalista.
Outra cara nova chegou do Al Nassr: "Jhon Durán, autor de um golo frente ao Feyenoord na eliminatória anterior, ainda não conseguiu afirmar-se plenamente no Fenerbahçe. Se for titular, terá de mostrar mais para corresponder ao perfil de avançado que se espera dele."

O apoio dos fervorosos adeptos
Apesar da qualidade individual e da força coletiva da equipa de José Mourinho, uma das maiores virtudes do Fenerbahçe não está dentro das quatro linhas. À imagem do que é habitual no futebol turco, o apoio incansável e fervoroso dos adeptos é um dos trunfos mais poderosos do clube.
"A principal arma do Fenerbahçe será, provavelmente, o apoio incondicional dos seus adeptos. Frente ao Feyenoord foram incríveis e tiveram um papel determinante, sendo fundamentais para as ambições da equipa", atira.
"Criam um ambiente hostil impressionante, empurram constantemente os jogadores para a frente e, em noites europeias, essa energia pode revelar-se verdadeiramente decisiva", sustenta.
Ponto fraco: onde está a criatividade?
Por outro lado, há fragilidades que o Benfica pode (e deve) explorar em Istambul, de forma a garantir um resultado positivo que lhe permita chegar ao Estádio da Luz, na próxima semana, em posição favorável para decidir a eliminatória.
"A maior fragilidade do Fenerbahçe está no meio-campo, onde faltam criatividade e qualidade. Como já referido, a equipa depende em excesso dos laterais e da energia dos adeptos. Se o Benfica conseguir resistir aos primeiros 20 minutos sem sofrer golos e silenciar o estádio, ficará exposta essa debilidade no miolo, permitindo aos encarnados controlar o jogo", alerta.

"E quanto mais o tempo avançar, maior será a ansiedade entre jogadores e adeptos turcos, abrindo espaço para o Benfica criar várias oportunidades", remata.
Nota ainda para uma dúvida na turma de Mourinho: "Em relação a baixas importantes, Mert Müldür falhou o jogo do fim de semana devido a lesão, mas pode regressar frente ao Benfica".