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Ambiente infernal aguarda o Slavia na Grécia: Porta 4 é o coração e a alma do PAOK

PAOK pode contar com o grande apoio dos seus adeptos
PAOK pode contar com o grande apoio dos seus adeptosČTK / imago sportfotodienst / Hans-Jürgen Schmidt
O PAOK de Salónica, um dos clubes de futebol mais famosos da Grécia, não só tem uma história rica como também alguns dos adeptos mais dedicados do mundo. O seu centro não oficial, a Porta 4, é um símbolo de apoio eterno, entusiasmo fervoroso e devoção. Para os adeptos do PAOK, o clube não é apenas um desporto - é uma religião, um estilo de vida e um orgulho que se estende muito para além do campo.

"Os adeptos são uma parte importante de todo o clube. São dos mais barulhentos", disse o avançado Tomas Necid, que teve a oportunidade de sentir o ambiente do futebol grego.

"Quando algo vai bem, eles não esquecem. E quando não dá certo? Aí é um pouco mais difícil", explicou, com um sorriso. 

"Pode ser abafado. Eles não estão habituados a perder e não querem habituar-se. Mas são tremendamente gratos. Acolhem-nos, são muito simpáticos. Adoram o seu clube", acrescentou o atacante checo de 35 anos.

O Estádio Toumba, a casa do PAOK, é onde essa paixão ganha vida. O estádio, apelidado de Inferno Negro, tem capacidade para cerca de 30.000 adeptos, o que faz dele um caldeirão eletrizante durante os jogos. A atmosfera do estádio pode ser muito difícil para os adversários. Mas, como diz Necid, depende de cada um a forma como encara a situação. "É uma agitação. Ou nos faz dobrar os joelhos ou é a experiência de uma vida", defendeu.

O Portão 4 não é apenas uma parte do estádio - é uma comunidade. Os adeptos do PAOK encontram aqui uma identidade que está profundamente enraizada na história do clube. O PAOK foi fundado em 1926, como um clube para os refugiados gregos de Constantinopla, que tiveram de abandonar as suas casas após a Guerra Greco-Turca. Este contexto histórico continua a ser um motivo de orgulho e de solidariedade para os adeptos de hoje.

Mas o apoio ao PAOK vai para além do futebol. A Porta 4 é também conhecida pelo seu papel ativo em questões sociais e políticas. Muitos adeptos partilham opiniões antifascistas e anarquistas e participam em protestos e movimentos sociais. Ao mesmo tempo, a comunidade do clube é inclusiva - pessoas de todos os setores da vida, desde trabalhadores a jovens punks, juntam-se sob a bandeira do PAOK.

O PAOK e os seus adeptos são também conhecidos pelas suas acesas rivalidades, especialmente com o Olympiakos e o rival Aris. Os jogos entre estes clubes são frequentemente acompanhados de uma atmosfera ruidosa dentro e fora do estádio. Embora estes confrontos tragam riscos, também sublinham a intensidade e a importância que o futebol tem em Salónica.

"Quando um caldeirão cheio chega e começa a aplaudir... fico sempre arrepiado", disse Necid.

PAOK contra todos

A porta 4 não escapou à polémica no passado. Incidentes de violência, protestos contra a direção do clube ou multas por comportamento dos adeptos fazem parte da sua história. No entanto, é inquestionável que o seu apoio dá ao clube a energia e o carácter que fazem com que o PAOK se destaque não só na Grécia, mas também na cena internacional.

"Conquistar todas as cidades e dominar todos os estádios. Sempre tivemos um lema: O PAOK contra todos", afirmou um dos adeptos, em entrevista ao UK Casuals.

Para os jogadores adversários, é um teste. Ou sucumbem à pressão ou nunca esquecerão esta experiência para o resto das suas vidas. O Viktoria Plzeň esteve bem no outono e conquistou um ponto. Agora é a vez do Slavia.

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