- A Lazio é uma questão do teu coração. Continuas a segui-la?
- Vejo e sou adepto. Sou desde que saí. Comecei lá a minha carreira europeia, entrei no grande futebol e passei bons momentos. A Lazio ficou no meu coração. E tenho a impressão de que eles sentem o mesmo. Tenho um bom relacionamento com os adeptos e com o clube em geral, e volto a Roma com frequência.
- Quando se tem o clube na mira, é possível adivinhar o que o Pilsen deve observar?
- A Lazio é uma equipa. Não há lá nenhum jogador que seja completamente inconstante. A equipa funciona perfeitamente. Marco Baroni, o treinador, chegou no verão e havia incerteza à sua volta. E agora está a surpreender mais ou menos toda a gente. No verão, tudo ficou completo, a equipa está agora unida. Vê-se a luta, o esforço, o sistema, a tática, tudo isso está presente.
- Pode apontar alguns nomes?
- Por exemplo, o lateral esquerdo Nuno Tavares surpreendeu-me. Apesar de ter estado no Arsenal, não o conhecia. É incrivelmente rápido, está sempre na linha, está sempre a chegar aos centros. É por isso que é o jogador da equipa com mais assistências no campeonato. A chegada de Boulaye Dia também foi um sucesso. O veterano Pedro está a fazer uma grande época.
- A Lazio costumava ser vista por alguns adeptos como um clube mais defensivo, mas o ataque está a funcionar muito bem esta época. Vê as coisas da mesma forma?
- O ataque não é provavelmente mais importante do que a defesa, mas vê-se que o treinador quer jogar um futebol atrativo. É um facto que, em Itália, costumava-se jogar 0-0, mas Baroni só quer jogar. A defesa é importante, claro, mas o ataque é muito importante. Mesmo contra as equipas maiores, eles estão a avançar, é bom ver isso.
- E o mais importante é que isso traz resultados. A Lazio está em quinto lugar no campeonato e até dominou a fase principal da Liga Europa.
- A Lazio joga na Europa todos os anos, tem experiência, que está a ter resultados esta época. Juntamente com o novo formato, foi-lhes favorável e, se não fosse o último jogo, que perderam, teriam sido ainda mais soberanos. Mas, ao mesmo tempo, colocaram um alvo em si mesmos, e agora estão a ser apontados como os favoritos para ganhar o título geral.
- Na República Checa, a Lazio está atrás de Inter, Juventus e Nápoles. Qual é a dimensão do clube em Itália?
- Enorme A classificação imaginária de que fala é compreensível, o número de títulos ou os orçamentos não mentem. Mas a Lazio em Itália é vista no topo. Tem uma enorme base de adeptos em todo o país. Quando se junta a isso a história ou os jogadores que passaram pelo clube, tudo começa a encaixar-se.
- Mencionou a fama dos adeptos. E a Lazio, graças ao sorteio, tem a vantagem de jogar a segunda mão em casa. Qual é a importância desse fator?
- Quando o estádio enche, é um barulho incrível. Apesar de haver uma pista de atletismo. Os adeptos da Lazio são barulhentos. O facto de jogarem a segunda mão em casa também é uma vantagem, na minha opinião. Mas quando me ligam da rádio italiana e perguntam quem é realmente o Plzen, eu digo que, especialmente na República Checa, a Lazio vai ter muitas dificuldades, por isso é melhor não pensar já na desforra.
- Quando telefonam de Itália, em que estado de espírito se encontra? Eles encaram a eliminatória com o Plzeň como uma obrigação ou têm respeito?
"Não é que eles pensem que estão acabados. Mas tendo em conta os adversários que podiam apanhar no sorteio, houve satisfação com o Plzeň. Ao mesmo tempo, vê-se que o Viktoria fez alguma coisa, provou alguma coisa na Europa, mesmo contra equipas italianas. A Lazio sabe que não vai ser fácil. A vantagem do Plzen é que os romanos não o conhecem muito bem. Eles têm de se preparar para serem combativos e resistentes, para depois entrarem em campo com a qualidade do futebol."
- Até que ponto acha que a Lazio pode subestimar o Plzen? Não me parece que o Viktoria esteja a jogar a seu favor o facto de os italianos não quererem estragar o seu percurso perfeito na Liga Europa.
- Vai ser cauteloso, pelo menos no início. Concordo que a Lazio não se pode dar ao luxo de entrar de ânimo leve depois de uma fase de grupos tão difícil, pois é a favorita. Por outro lado, o Plzen sabe que é forte em casa. Se o adversário os pode surpreender e vencer em algum lado, é no seu território. Estou curioso para ver como será a situação antes da desforra.
- Acho que podemos esperar que o Plzeň se feche na defesa. Quão forte é a Lazio em bater uma defesa baixa?
- Eles podem fazê-lo, embora nem sempre quebrem a pressão, como recentemente em Veneza, onde não marcaram golos. Mas a Lazio consegue encontrar um caminho, mas a defesa do Plzen é boa, será um confronto interessante. É a organização defensiva do jogo do Plzen que pode apanhar a Lazio de surpresa, não vai ser fácil.