Mais

Exclusivo com Schweinsteiger: "Não ficaria surpreendido se o United conquistasse a Liga Europa"

Schweinsteiger (à esquerda) visitou recentemente Nairobi para exibir o troféu da Liga dos Campeões
Schweinsteiger (à esquerda) visitou recentemente Nairobi para exibir o troféu da Liga dos CampeõesState House Media
O antigo internacional alemão Bastian Schweinsteiger mostrou-se cauteloso em relação às hipóteses de o Manchester United se qualificar para a final da Liga Europa, apesar de ter conseguido uma vantagem de três golos na primeira mão contra o Athletic Club em San Mamés, na quinta-feira, 1 de maio.

Acompanhe as incidências da partida

Os Red Devils tiveram de suportar a pressão inicial dos bascos e poderiam ter ficado atrás no marcador no estádio onde a final deste ano será disputada. No entanto, Casemiro colocou a sua equipa em vantagem aos 30 minutos e a situação mudou drasticamente quando Dani Vivian foi expulso por derrubar Rasmus Hojlund dentro da área do Athletic.

Bruno Fernandes converteu a grande penalidade e voltou a marcar antes do intervalo, dando ao United uma enorme vantagem para a segunda mão, que se realiza em Old Trafford na quinta-feira, 8 de maio.

Sobre as chances do United

Schweinsteiger falou ao Flashscore sobre a sua antiga equipa, o Manchester United, o clube onde passou parte da sua ilustre carreira.

"O Manchester United é um clube que sabe ganhar, mesmo quando as probabilidades estão contra ele", disse o antigo jogador, que está em Nairobi, no Quénia, para apresentar o troféu da Liga dos Campeões da UEFA.

"Esta época teve os seus altos e baixos, mas na Europa, o futebol internacional tem a ver com mentalidade e património. O United tem isso no seu ADN", assinalou.

Schweinsteiger, que chegou ao United em 2015, tendo jogado pouco durante 18 meses antes de se transferir para o Chicago Fire, referiu-se ainda ao jogo. "Para ser honesto, sim, estava a ver o jogo (contra o Athletic), por isso estava ciente do resultado, o cartão vermelho ajudou definitivamente o Manchester United a controlar muito melhor o jogo, de repente Harry Maguire entrou como extremo, também fiquei surpreendido quando ele estava lá e fez um cruzamento para o primeiro golo".

Schweinsteiger (à esquerda) posa com o troféu da Liga dos Campeões da UEFA.
Schweinsteiger (à esquerda) posa com o troféu da Liga dos Campeões da UEFA.State House Media

"Mas o mérito é dele (Maguire), que passou por muitos momentos difíceis, mas deu sempre um passo em frente e tentou jogar, por isso estou feliz e satisfeito por o United ter ganho, mas ainda não acabou, a segunda mão está a chegar, esta época tem sido difícil para o United", sustentou.

Schweinsteiger, que passou 17 temporadas no Bayern de Munique, tendo disputado exatamente 500 jogos em todas as competições e marcado 68 golos, reconheceu a influência do treinador Ruben Amorim, afirmando que, apesar dos desafios, a equipa tem mostrado garra e momentos de brilhantismo que sugerem que poderá surpreender nas competições europeias.

"Com Bruno Fernandes a controlar o meio-campo e jovens jogadores como Alejandro Garnacho, a equipa está a ganhar ritmo. O jogo contra o Athletic impressionou-me muito, depois do cartão vermelho, os jogadores ficaram com vontade de jogar. Não me surpreenderia se chegassem à final e levantassem o troféu da Liga Europa. É uma questão de estar em forma na altura certa", disse.

A única esperança do United de conquistar um troféu esta época reside nesse torneio continental, uma vez que o clube ocupa atualmente o 14.º lugar na tabela da Premier League, com 39 pontos em 34 jogos. São 10 vitórias, nove empates e 15 derrotas.

Schweinsteiger explica porque assinou pelo Manchester United

Quarto jogador alemão mais internacional de todos os tempos, com 121 jogos e 24 golos, Schweinsteiger explicou a sua decisão de se juntar ao Manchester United dizendo que foi influenciado pelos adeptos do clube, que descreveu como "especiais".

"A melhor coisa deste clube, e foi também por isso que me mudei para o United, são os adeptos. São tão leais, tão especiais, e estão sempre presentes quando os resultados não são bons, como esta época. Ainda se pode sentir a força dos adeptos em todo o mundo e especialmente em Old Trafford quando se está em campo", explicou Schweinsteiger, que disputou o seu último jogo pela Alemanha contra a Finlândia a 31 de agosto de 2016, após o qual se retirou do futebol internacional.

"Lembro-me de uma situação em que jogámos contra o Bayern de Munique nos quartos de final de 2010, perdemos a segunda mão por 3-2 mas qualificámo-nos para a fase seguinte, e quando estávamos prestes a sair do campo, passámos por Stretford End e havia adeptos do United à espera. De repente, levantaram-se e deram-nos uma salva de palmas e uma ovação de pé, o que não acontece muitas vezes em certos estádios ou fora de casa, por isso, para mim, os adeptos do United são fantásticos, pelo respeito que têm pelos jogadores", elogiou.

Desde que se retirou como jogador em 2019, Schweinsteiger tem trabalhado como analista de futebol na estação de televisão alemã ARD e no seu programa de fim de semana Sportschau.

Schweinsteiger levantou o troféu da Liga dos Campeões com o Bayern de Munique em 2013.
Schweinsteiger levantou o troféu da Liga dos Campeões com o Bayern de Munique em 2013.State House Media

"O futebol ensina disciplina, trabalho de equipa e crença"

O troféu da Liga dos Campeões está no Quénia desde quinta-feira, 1 de maio, para uma digressão de três dias. A cerimónia, que teve lugar num dos hotéis de Nairobi e na State House, respetivamente, atraiu uma multidão e uma onda de orgulho nacional, com Schweinsteiger a destacar o papel do futebol na união das nações e na inspiração dos jovens.

"Este troféu é mais do que apenas um troféu de prata. Representa a paixão, a resiliência e o futuro do futebol no Quénia, em parceria com o futebol europeu. Vi o talento que existe aqui e estou convencido de que o Quénia está em ascensão. Este é um sinal do que está para vir", considerou o antigo médio.

A cerimónia de entrega dos troféus foi mais do que apenas futebol: foi uma afirmação da capacidade do desporto para ultrapassar fronteiras. A visita de Schweinsteiger simbolizou a forma como as lendas mundiais podem inspirar a próxima geração em locais como o país africano, onde o desporto continua a crescer em popularidade e em infra-estruturas.

"O futebol deu-me tudo na vida. Ensina disciplina, trabalho em equipa e fé. E vejo esse mesmo espírito aqui. Continuem a trabalhar duro, pois os seus sonhos são válidos", rematou.

Quando Schweinsteiger mostrou o troféu, toda a multidão irrompeu em aplausos, pois a maioria das pessoas reconheceu que a Liga dos Campeões da UEFA é o melhor troféu depois do Campeonato do Mundo, não apenas pelo símbolo de reconhecimento internacional, mas pela mensagem que transmite: o Quénia faz parte da família do futebol mundial e a sua hora está a chegar.

Com lendas como Schweinsteiger a mostrarem fé tanto no futebol africano como no futuro de clubes como o Arsenal e o Manchester United, os adeptos têm muito por que esperar, tanto em casa como sob as luzes da ribalta europeia.

Dennis Mabuka
Dennis MabukaFlashscore News