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Liga Europa: Pior final da história só salvou a época do Tottenham

Atualizado
Tottenham conquistou a Liga Europa graças a um autogolo de Luke Shaw
Tottenham conquistou a Liga Europa graças a um autogolo de Luke ShawTHOMAS COEX/AFP
A pior final da Liga Europa acabou por sorrir ao Tottenham, que foi feliz e voltou a conquista um título 17 anos depois, ao vencer o Manchester United por 1-0. Um golo de Brennan Johnson, a meias com Luke Shaw (42'), acabou por decidir o troféu e ditou que Amorim terminasse a primeira época em Manchester sem títulos e sem competições europeias na próxima temporada.

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Uma final europeia entre o 16.º e o 17.º classificados da Premier League. Assim está feita a Europa do futebol, onde o poderio inglês - mesmo das piores equipas no respetivo campeonato - se superioriza às restantes. O desequilíbrio financeiro ajudou a inclinar a balança da Liga Europa, mesmo que nenhuma das equipas tenha sido das mais interessantes de assistir durante a competição.

As notas dos jogadores
As notas dos jogadoresFlashscore

Duelos, duelos, mais duelos e um golo aos trambolhões

Mas também não era agora que o United ou o Tottenham iriam começar a dar espetáculo. A velha máxima de que as finais são para ganhar e não para jogar acaba por desculpar, em parte, os protagonistas de um dos piores primeiros tempos de uma final da Liga Europa. Certo é que, no fim, alguém levaria o troféu para casa e salvaria uma época com poucos motivos para recordar - pelo menos se o objetivo for guardar boas memórias.

Postecoglou, que passou toda a temporada a defender-se do facto de ter afirmado que as suas equipas ganham um troféu na segunda época, superiorizou-se a Amorim na primeira parte. Com um meio-campo a três, nem o facto de Pape Sarr, ao fim de 30 minutos, ter acertado um total de zero passes permitiu ao United ganhar a batalha a meio-campo.

Estatísticas da partida ao intervalo
Estatísticas da partida ao intervaloOpta by Stats Perform

Bruno Fernandes foi anulado pelos Spurs, e uma única oportunidade bastou para bater Onana, tamanhas eram as fragilidades defensivas da equipa de Amorim. Diallo tentou resgatar a equipa individualmente no plano ofensivo, mas esta final estava a jogar-se nos duelos - e aí o Tottenham foi sempre superior.

Claro que um golo num jogo tão mal disputado teria de surgir num lance aos trambolhões. A recuperação em zona adiantada do Tottenham foi determinante, tal como a combinação entre Bentancur e Sarr. O senegalês colocou a bola na zona da pequena área e expôs a defesa do United na sua zona mais frágil. Luke Shaw (42’) ajudou Brennan Johnson e acabou por desviar para a própria baliza, deixando o Tottenham em vantagem para a segunda parte, após 45 minutos que nem aos adeptos londrinos deverão deixar muitas saudades.

Ao sofrer o primeiro golo numa partida pela 31.ª vez esta época - o registo mais elevado entre as equipas da Premier League em todas as competições -, o Manchester United colocou-se a jeito de perder uma final marcada pelos duelos físicos, que o Tottenham continuou a procurar no início da segunda parte.

Tottenham baixou linhas e foi feliz na final
Tottenham baixou linhas e foi feliz na finalJOSEP LAGO/AFP/Opta by Stats Perform

Só uma equipa quis jogar o que faltou da final

Após 10 minutos em que o número de faltas não parava de aumentar, a equipa de Amorim pegou finalmente no jogo e encostou o Tottenham à sua área. Os Spurs recuaram cedo, aproximando-se da baliza de Vicario, e os Red Devils passaram a ter espaço para circular a bola, ainda que em zonas mais recuadas. Na sequência de um lance de bola parada, Yoro (58’) quase desviou uma bola venenosa de Bruno Fernandes, mas, em jogo corrido, continuavam a faltar ideias que não passassem pelo pé esquerdo de Diallo.

Estatísticas da partida
Estatísticas da partidaOpta by Stats Perform

Cansado de tanto lutar, o Tottenham baixou ainda mais as suas linhas e ficou à espera que o United encontrasse os caminhos para a sua baliza. Depois de algumas dificuldades na fase inicial da construção, a formação de Manchester assumiu finalmente a responsabilidade e só não chegou ao empate porque Van de Ven (68’) teve a destreza de corrigir o erro de Vicario, negando o golo a Hojlund com um impressionante golpe de rins.

Amorim assumiu finalmente o risco e lançou Garnacho e Zirkzee dentro das quatro linhas, com o neerlandês a abrir espaço logo no primeiro toque na bola, permitindo um cabeceamento de Bruno Fernandes ao lado. Pouco depois, foi Garnacho (77’) a obrigar Vicario a salvar os Spurs. O United estava definitivamente no comando do jogo, enquanto o Tottenham procurava resistir - já sem capacidade para disputar duelos e sem conseguir criar qualquer perigo com bola.

Bruno Fernandes teve final pouco conseguida
Bruno Fernandes teve final pouco conseguidaCARL RECINE/GETTY IMAGES EUROPE/Getty Images via AFP

O técnico português assumiu o risco máximo, com Maguire a ponta de lança e Diogo Dalot de volta aos relvados, mas desta vez nem o Fergie time salvou o Manchester United e o Tottenham voltou mesmo a vencer um título 17 anos depois da última conquista, com Vicario a evitar o golo de Luke Shaw no último minuto da partida.

Homem do jogo Flashscore: Vicario (Tottenham)