Bilhete para a Europa
Na época 2008/09 da Premier League, o Fulham terminou em sétimo lugar, o melhor resultado de sempre, o que lhe permitiu qualificar-se para a primeira edição da Liga Europa.
O Fulham iniciou a campanha europeia na terceira pré-eliminatória. O adversário era o FK Vetra, da Lituânia. A primeira mão foi disputada fora de casa, na Lituânia, em julho de 2009, ainda algumas semanas antes do início da época da Premier League. Os Cottagers venceram por 3-0.
A segunda mão, em Londres, terminou com o mesmo resultado. Na ronda seguinte do play-off, o Fulham eliminou o Amkar Perm da Rússia (com resultados de 3-1 e 0-1), o que lhe permitiu aguardar com expetativa o sorteio principal.
A primeira surpresa
O Fulham foi sorteado no Grupo E juntamente com a Roma de Itália, o Basileia da Suíça e o CSKA Sofia da Bulgária. Os Cottagers terminaram em segundo lugar no grupo, com 11 pontos (3 vitórias e 2 empates), atrás da Roma, e avançaram para a fase a eliminar.
Na primeira ronda (32 avos de final), o Fulham defrontou o Shakhtar Donetsk, o campeão em título da época anterior (quando a competição foi apelidada de Taça UEFA pela última vez). Após uma vitória por 2-1 em casa e um empate na Ucrânia, o Fulham conseguiu mais uma grande vitória. No entanto, ainda estava para vir um resultado ainda maior.
Para a história
Nos oitavos de final, o Fulham defrontou uma equipa de proporções sísmicas, a gigante italiana Juventus. A primeira mão foi disputada em Itália. No Stadio Olimpico di Torino, a Juventus venceu o Fulham por 3-1.
Uma semana depois, a 18 de março de 2010, em Londres, as coisas ficaram ainda piores aos dois minutos da segunda mão, com um golo de David Trezeguet. No entanto, o Fulham mostrou o seu espírito de nunca desistir. Bobby Zamora restabeleceu a igualdade na noite com uma bela jogada apenas sete minutos depois. A Juventus ficou em apuros aos 26 minutos, quando Fabio Cannavaro foi expulso por derrubar Zoltan Gera.
O húngaro marcou o golo com um remate à queima-roupa. A primeira parte terminou com o Fulham a vencer por 2-1.
No início do segundo tempo, Gera marcou novamente de penálti para empatar o agregado. A cerca de 10 minutos do fim, Clint Dempsey marcou um dos golos mais incríveis a que Craven Cottage já tinha assistido, garantindo a vitória do Fulham por 5-4 sobre a famosa Juventus.
A equipa do Fulham de Roy Hodgson entrou para a história com uma reviravolta inacreditável contra a Juve. O jogo em casa nos oitavos de final foi, sem dúvida, o melhor resultado do Fulham na história do clube.
Adversários alemães
Os Cottagers festejaram o sucesso nas duas rondas seguintes: os quartos de final e as meias-finais. Em ambos os casos, derrotaram adversários alemães.
Primeiro, o Wolfsburgo, que derrotou tanto em casa (2-1) quanto fora (1-0), e depois, nas semifinais, o clube do oeste de Londres eliminou o Hamburgo (0-0 em no norte da Alemanha, 2-1 em Craven Cottage).
De repente, o Fulham estava na final de uma grande competição europeia. A final foi disputada em Hamburgo, cujo anfitrião tinha afastado na ronda anterior. É como se o Volksparkstadion se tivesse lembrado de quem tinha eliminado a sua equipa e tivesse dado ao Fulham uma severa retribuição.
O Fulham perdeu a final contra o Atlético de Madrid de forma infeliz, sofrendo o golo decisivo de Diego Forlan aos 26 minutos do prolongamento.
Roy Hodgson no leme
A temporada 2009/10 foi, sem dúvida, a mais bem-sucedida da história do clube. O Fulham foi eliminado da Taça de Inglaterra nos quartos de final, pelo Tottenham, e terminou em 12.º lugar na Premier League.
No entanto, o principal sucesso foi, naturalmente, o facto de ter chegado à final no ano de estreia da Liga Europa. O facto de ter levado o Fulham tão longe de forma inesperada, derrotando equipas famosas como o Shakhtar Donetsk, campeão do ano anterior, a Juventus, o Hamburgo, entre outras, levou Roy Hodgson a ser eleito o Treinador do Ano (pela League Managers Association). Venceu a votação com a margem mais ampla da história do prémio.
Que jogadores foram os principais pilares desta equipa e do grande sucesso do Fulham? O guarda-redes era a lenda australiana Mark Schwarzer e a defesa baseava-se nos desempenhos fiáveis do norueguês Brede Hangeland, de dois irlandeses do norte, Aaron Hughes e Chris Baird, e também de Paul Konchesky.
Os experientes irlandeses Damien Duff e Danny Murphy jogaram de forma brilhante no meio-campo. O jogador-chave Zoltan Gera também brilhou. E não podemos esquecer o avançado Bobby Zamora, que contribuiu com um total de 19 golos ao longo da época.