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Liga Europa: Seca de Olivier Giroud preocupa franceses, mas motiva plano na Sérvia

Olivier Giroud
Olivier GiroudGIUSEPPE MAFFIA/NURPHOTO VIA AFP

Sempre exemplar pela sua atitude, mas a perder influência em campo, Olivier Giroud está a passar pela sua primeira queda desde que chegou ao Lille. Fadiga, protocolo de lesão, desempenho fraco: aos 39 anos, o avançado está a descobrir os limites de um calendário cheio de compromissos, sem nunca abandonar o seu papel de guia num plantel em transformação.

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Tínhamo-lo deixado como herói, oferecendo a vitória no último suspiro a um LOSC sem soluções frente ao Brann, no passado dia 25 de setembro. Desde então, Olivier Giroud vê o seu substituto, Hamza Igamane, enquanto ele arrasta a sua melancolia pelos relvados da Ligue 1. A última aparição até à data foi contra o Angers, onde foi o primeiro a ser substituído aos 71 minutos, num triunfo curto por 1-0 frente ao 14.º classificado do campeonato. Depois de ter marcado três golos em cinco jogos na sua chegada - e todos importantes -, o avançado de 39 anos perdeu influência na área, não marcando há oito partidas e começando a sentir os primeiros problemas físicos.

Foi sem ele que o Lille venceu o Metz por 6-1 no dia 26 de outubro. Na altura, Giroud estava a ser submetido a um protocolo de concussão, na sequência de um choque na cabeça no final do jogo contra o PAOK na Liga Europa. A sua entrada em campo contra o Angers foi uma oportunidade para dar algumas notícias: "Há mais de dez dias que praticamente não jogava. Fisicamente, não é fácil, mas, em todo o caso, já não tenho problemas físicos. Sentia os isquiotibiais a puxar um pouco, mas tratei bem disso. Também houve aquele choque na cabeça, portanto precisei de descanso forçado. Foi um protocolo de concussão, mas está tudo bem. Foi apenas por precaução".

Um grande avançado, mas não um salvador

Olivier Giroud admite que se sente mais cansado do que os outros e aguarda com expectativa a próxima pausa internacional para descansar mais. Longe do entusiasmo do início da temporada, o número 9 do Lille, cujas camisolas estão a ser vendidas como pão quente nas lojas, não perdeu de vista nenhum dos seus objetivos e não parece estar a sofrer com a falta de golos. O técnico Bruno Genesio também não, que saudou o regresso do jogador contra o Angers e insistiu que ele tem um papel mais amplo no plantel: "Repito muitas vezes aos meus jogadores mais jovens que têm sorte em tê-lo ao seu lado. À idade dele, ter a motivação e o profissionalismo que tem é um verdadeiro exemplo. Devem inspirar-se nele. Quando se convive com um jogador como o Olivier e se é jovem, ganha-se anos de carreira, evolui-se muito mais depressa".

Os números de Giroud
Os números de GiroudFlashscore

O Lille sabia, quando o contratou no verão, que não seria o avançado de 39 anos a satisfazer todas as expectativas de um clube envolvido em três competições. E, embora tenham demorado a contratar o seu substituto, Hamza Igamane, o marroquino tem sabido mostrar-se decisivo quando o veterano está em baixa de forma: marcou frente ao Nantes, bisou contra o PAOK, e voltou a marcar frente ao Metz. Se alguns adeptos do Lille criticam a falta de eficácia de Olivier Giroud, deviam antes olhar para o que acontece atrás dele: uma linha ofensiva muito jovem e por vezes imatura, um meio-campo onde Ayyoub Bouaddi, de apenas 18 anos, joga a cada três dias, e uma defesa globalmente envelhecida, em que os erros em profundidade se pagam caro.

Um plano anti-Giroud?

Uma defesa que, aliás, também estava em dificuldades no início da época, quando Olivier Giroud, recém-chegado de Los Angeles, acumulava golos para compensar as falhas da equipa. O Lille não pode depender apenas de um avançado em forma para esconder as suas lacunas. Após a derrota frente ao OGC Nice, Genesio apontou precisamente o dedo a um jogo demasiado previsível, que tornava a tática dos Dogues fácil de ler para os adversários da Ligue 1. Félix Correia e Matias Fernandez-Pardo chegaram a trocar de posições ao longo do jogo frente ao Angers, tentando surpreender os oponentes e aproveitando-se dos movimentos de Giroud para fixar a defesa.

Mas, se em França se questiona o jejum de golos do grande avançado, Olivier Giroud continua a inspirar respeito nos seus futuros adversários. Rade Krunic, jogador do Estrela Vermelha, admitiu abertamente ter preparado um “plano anti-Giroud”: “Treinámos especialmente para saber como lidar com ele, mas uma coisa é certa: será muito difícil contê-lo… É preciso mantê-lo o mais longe possível da baliza. No último terço do campo, ele é realmente muito, muito perigoso". Será suficiente para que o Lille se volte a afirmar na Liga Europa, depois do desaire frente ao PAOK?