Marcar primeiro pode ser decisivo? "É sempre importante marcar primeiro, seria o ideal. O rival é forte, tem bons jogadores e individualidades, uma equipa capaz de se impor em cada duelo. Os primeiros minutos serão muito intensos, vão querer empurrar-nos para a nossa baliza, mas treinámos bem e espero que as coisas saiam como planeado."
FC Porto só marca na segunda parte: "Não tenho uma explicação para isso acontecer. Queremos marcar na primeira parte. Mas creio que em qualquer jogo, vimos isso na Champions, as pernas na segunda parte vão tendo menos energia e vão surgindo mais espaços. Então, uma pressão super alta e de perseguição numa primeira parte a defender, na segunda parte torna-se mais complexa e o jogo abre-se. Há jogos em que defendem num bloco baixo e aguentam isso durante todo o tempo. Aí é importante a bola parada para abrir e gerar espaços. É circunstancial, porque no Rio Ave merecíamos ter marcado na primeira parte, com a Roma tivemos a mais calra no início. É de circunstância... Se tivesse de procurar uma explicação. Creio que nos jogos que tivemos, eram jogos muitos intensos, onde os espaços apareceram mais nas segundas metades."

Evolução de Francisco Moura: "A nossa forma de jogar envolve muito os laterais, que têm um papel importante. Têm de ir e vir, conseguir atacar com a mesma intensidade com que defendem e dividir um lado do campo com dois jogadores. Precisamos de jogadores com capacidade para repetir esforços e para se incorporarem no ataque. O Francisco incorporou-se duas vezes contra a Roma e, numa delas, foi recompensado. Temos uma ala esquerda que também acaba por fazer muitos golos, parece que é de propósito. Mas o Moura tem essa capacidade, tal como o João Mário do outro lado. E tanto o Zaidu como o Martim Fernandes, quando recuperar, têm essa capacidade, assim como o Moura."
Liga Europa pode ser tábua de salvação? "No campeonato ainda há muito para jogar e ainda temos possibilidades de mostrar resultados. Nestes torneios, todos os jogos são decisivos, e viemos a Roma com ambição e vontade de ganhar. Não viemos cá apenas para ver o que acontece."
Posição ideal para Pepê: "Imaginámos o Farense com um bloco baixo, onde os nossos alas poderiam ter uma tendência mais ofensiva, acabando por atuar mais como extremos do que como laterais. Sei que o Pepê jogou a lateral aqui. O João Mário precisava de um descanso para chegar a este jogo em melhores condições, por isso entendemos que o Pepê era a melhor opção. No entanto, não o imagino a jogar ali, mas sim por dentro, onde tem capacidade para receber a bola e tirar adversários do caminho. A equipa está sempre acima do individual, e acabou por jogar numa posição que não é onde o imagino."
Produtividade dos avançados: "O importante é que a equipa marque. Queremos ganhar e, para isso, são precisos golos, independentemente de quem os marque. A minha experiência mostrou-me casos em que um avançado passa meia época sem marcar e, na segunda metade, torna-se o melhor goleador da equipa ou até do campeonato. Tenho plena confiança na capacidade, classe e qualidade dos meus avançados. O facto de não estarem a converter pode dever-se a vários fatores. São fases que, de um momento para o outro, terminam, e de repente todas as oportunidades que antes não entravam começam a entrar."
O que ainda há a corrigir? "Há coisas a corrigir, e não sei se essa é a palavra exata; também há coisas a modificar, porque se fizermos exatamente o mesmo que fizemos no primeiro jogo, não teríamos nenhum tipo de vantagem. Nesse sentido, gosto desse tipo de jogos, porque no segundo jogo podem-se fazer ajustes."
Declarações de Ranieri: "Sobre as declarações, não li e prefiro não comentar. Não gosto de opinar sobre algo que não li. Entendo que é um treinador experiente, que entende o que é este jogo, que pode criar um contexto no qual condiciona algumas decisões do árbitro. A única coisa que quero é justiça. Não gosto que me ofereçam nada, que o árbitro assinale bem e faça o seu trabalho. Não quero que inventem um cartão vermelho, um penálti que não seja. Quero me dêem o que é. Mais além desse ruído, que tudo o que se gera, que vivamos um jogo em que o árbitro dê justiça."
Ranieri falou em jogo de equilíbrios: "De um lado, toda a história da Roma e a jogar perante os seus adeptos, com muita qualidade, contra um FC Porto com toda a sua história, os seus adeptos e a sua qualidade. Portanto, devolvo os 50-50."