Mais

Oito meses de prisão para o homem que evocou a "caça aos judeus" no jogo Ajax-Maccabi

A justiça está a analisar o caso em Amesterdão.
A justiça está a analisar o caso em Amesterdão.NICK GAMMON/AFP
Os procuradores neerlandeses pedem oito meses de prisão para um homem acusado de ter agredido adeptos israelitas e de ter evocado uma "caça aos judeus" durante uma noite de novembro em Amesterdão, em que as agressões foram definidas como anti-semitas pelos governos ocidentais.

Recorde as incidências da partida

Umutcan A., 24 anos, de Haia, é acusado de ter agredido vários adeptos e de ter arrancado violentamente um cachecol do clube Maccabi Tel Aviv a um indivíduo.

Este homem é um dos sete suspeitos, com idades compreendidas entre os 19 e os 32 anos, que compareceram em tribunal em Amesterdão na quarta e quinta-feira.

Na noite de 7 para 8 de novembro, adeptos do clube israelita Maccabi Tel Aviv foram perseguidos e espancados nas ruas de Amesterdão, no contexto de um jogo de futebol contra o clube local Ajax. Cinco pessoas foram hospitalizadas por breves instantes.

Tabela da Liga Europa
Tabela da Liga EuropaFlashscore

Umutcan A. foi também reconhecido como o autor de uma mensagem de WhatsApp que mencionava uma "caça aos judeus".

"Não odeio judeus, não sei dizer por que razão disse aquilo", afirmou o arguido, que se entregou à polícia e expressou os seus remorsos perante os juízes, segundo os meios de comunicação social locais AT5.

A acusação declarou que a violência foi o resultado do descontentamento com a guerra de Gaza e as ações dos adeptos israelitas na noite anterior ao jogo.

Tentativa de homicídio involuntário

Umutcan A. apresentou vídeos, exibidos durante a audiência, de adeptos do Maccabi a entoar cânticos anti-árabes e a apelar à vitória do exército israelita.

De acordo com a polícia, a tensão era palpável antes do jogo. Os adeptos israelitas também vandalizaram um táxi e queimaram uma bandeira palestiniana.

Um outro suspeito, acusado de cumplicidade na violência por ter partilhado a localização de adeptos israelitas num dos grupos de conversa em linha, foi igualmente condenado a um mês de prisão.

O tribunal de Amesterdão, que deverá pronunciar-se no dia 24 de dezembro, pediu na quarta-feira penas de seis meses a dois anos de prisão para três outros suspeitos.

A audiência de um outro suspeito, originário da Faixa de Gaza, foi adiada para uma data não revelada, a fim de lhe permitir submeter-se a uma avaliação psicológica, informou o Ministério Público.

O homem de 22 anos é acusado de tentativa de homicídio, a acusação mais grave no caso.