Recorde as incidências da partida
Uma semana depois do empate na Luz (2-2), o Benfica viajou até Glasgow na esperança de carimbar o passaporte para os quartos de final da Liga Europa, ciente das dificuldades inerentes a um adversário que tinha mostrado argumentos na primeira mão dos oitavos para fazer frente ao campeão nacional e ainda a um ambiente que se esperava hostil.
Roger Schmidt apresentou quatro alterações em relação ao último onze, aquele que apresentara na receção ao Estoril (3-1), apenas uma se considerarmos o jogo da semana passada contra os escoceses - Marcos Leonardo foi o homem escolhido para ser a principal referência ofensiva das águias, à frente do trio Di María-Rafa-Neres. No lado oposto, Clement também só mudara uma peça - Wright no lugar de Sterling.
Muitos erros, zero oportunidades claras
Sem a regra dos golos fora, Benfica e Rangers sabiam de antemão que precisavam de marcar, pelo menos, um golo para resolver a eliminatória nos 90 minutos (ou nos 120, caso esse fosse o caso). A fazer valer o fator casa, a formação escocesa assumiu as rédeas do encontro - mais posse e controlo - e beneficiou de alguma apatia e de múltiplos erros por parte do adversário na segunda fase de construção. Uma imagem muito cinzenta por parte da turma de Roger Schmidt.
Em 45 minutos sem oportunidades claras de golo, ficou apenas o registo para um remate de Tom Lawrence, logo aos 12 minutos, que ia dando golo por um erro de avaliação de Trubin. A bola saiu fraca para as mãos do internacional ucraniano, que deixou escapar o esférico das mãos e viu-o passar por entre as pernas. Valeu um ligeiro (e fundamental) desvio com a perna direita para negar o 1-0.
Já o Benfica aproveitou um erro tremendo de Lundstram, aos 37 minutos, para lançar Di María para o ataque, no entanto Marcos Leonardo e Rafa Silva não conseguiram ir ao encontro da bola para a desviarem para o fundo da baliza à guarda de Butland.
Contra-ataque letal
A incapacidade de Marcos Leonardo ligar com os companheiros de equipa fez com que Roger Schmidt sentisse a necessidade de deixar o jovem brasileiro no banco e lançasse para o seu lugar Casper Tengstedt logo no arranque da segunda parte.
O nulo deixava tudo em aberto, mas a exibição era motivo de preocupação. E não melhorou de forma significativa no primeiro quarto de hora da etapa complementar.
O Rangers voltou mais expedito dos balneários e protagonizou duas boas oportunidades nos primeiros 10 minutos. Primeiro, Dessers recebeu de Wright e tirou Otamendi do caminho, antes de rematar a rasar o poste da baliza encarnada. Logo depois, António Silva quase cometeu a infelicidade de desviar a bola para a própria baliza, após cruzamento de Tavernier.
O emblema escocês estava confortável no jogo, muitas vezes instalado no meio-campo contrário, mas foi por conta dessa posição no jogo que acabou por ser penalizado. Com o Rangers totalmente balanceado para o ataque, o Benfica recuperou a bola e lançou para a velocidade de Rafa, que não acusou a pressão na cara de Butland. O lance ainda foi revisto pelo VAR, por possível fora de jogo do camisola 27, sendo pouco depois validado. Minuto 67 e o Benfica a suspirar de alívio.
O golo moralizou a equipa portuguesa para os instantes finais e o tempo foi mesmo o seu melhor amigo. Bah (81) e António Silva (83) ainda tiveram chances para dilatar o resultado, mas não conseguiram. E também não foi preciso. Apesar da exibição cinzenta, o Benfica vence em Glasgow e segue em frente. Mais um passo rumo a Dublin.
Melhor em campo Flashscore: Rafa Silva (Benfica)
