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Rúben Amorim: "Poderá haver um acerto no plantel a pensar no presente e no futuro"

Rúben Amorim, treinador do Sporting
Rúben Amorim, treinador do SportingSporting CP

Rúben Amorim, treinador do Sporting, fez esta quarta-feira a conferência de imprensa de antevisão ao jogo com o Sturm Graz, na derradeira jornada da Liga Europa, marcado para quinta-feira, às 20:00, no Estádio José Alvalade.

Motivação dos jogadores: "Jogar num clube grande tem muitas coisas boas, mas também há isso, de não haver dias de folga. Estamos sempre a ser julgados pelo último jogo, e temos de ter o foco nisso. Eles já sabem que, de um dia para o outro, mudo de opinião porque um treinou muito bem, por isso, imaginem num jogo. Está na mão deles. São eles que fazem o onze. Às vezes, há dois para uma posição e ambos merecem, e é um pouco injusto, mas temos um jogo para fazer e muito para melhor. A capacidade defensiva, a capacidade de pressão, a capacidade de jogar entre linhas, algo que já tivemos muito bem e que, agora, nos falta um bocadinho... Essa capacidade de entender os momentos do jogos. Temos tanto a melhorar para o futuro do campeonato que temos de aproveitar ao máximo este jogo, e, depois, teremos tempo para preparar os outros.

Adeptos traumatizados com João Pinheiro: "Não vou entrar por aí, o foco está neste jogo. Não falo de arbitragens, falo dos jogos. Agora, estou focado no jogo e não vou comentar as palavras do presidente."

Cobiça a Gyokeres: "Tem uma cláusula de rescisão. Foi dito que, principalmente em janeiro, só pela cláusula de rescisão. Se isso acontecer, não poderemos fazer nada. É normal que os clubes estejam atentos ao nível dos jogadores, em Portugal, porque vão lá para fora e têm grande rendimento. Sabem que os jogadores do nosso campeonato estão preparados para os melhores campeonatos do mundo. Está claro que é só pela cláusula."

Catamo, Morita e Diomande de fora em janeiro: "Teremos tempo para pensar nisso, mas não serão reforçados os jogadores que vão para as competições, porque é só um mês, e, depois, teríamos de ver os espaços dos jogadores. O que poderemos fazer, dependendo do mercado, serão jogadores, não só para agora, mas a pensar no futuro. É o que temos vindo a fazer, vamos manter a nossa política. Temos esse problema das competições, mas temos de pensar no futuro. Não haverá reforços para substituir esses jogadores, o que poderá haver é um acerto no plantel a pensar no presente e no futuro."

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Equipa portuguesa a vencer a Liga Europa: "Há sempre hipóteses, já aconteceu no passado. Também há equipas com orçamentos e argumentos maiores do que os nossos, mas já provámos que, principalmente em jogos a eliminar, somos capazes de nos bater com as melhores equipas do mundo. Com a evolução de certos campeonatos, vai ser cada vez mais difícil, mas é possível. No playoff, não se podem bater umas com as outras, e, quanto maior é o número de equipas, maior é a probabilidade. É possível, é preciso ter sorte no sorteio e nas lesões. Vamos ver. Que ganhe alguma, obviamente, que seja o Sporting, mas há equipas de outros campeonatos com responsabilidades maiores. Olhamos para Sporting, Benfica, FC Porto e SC Braga, e os adeptos querem sempre que cheguemos o mais longe possível e que se vá às finais. Com sorte nos sorteios e nos momentos críticos, qualquer equipa pode chegar à final e ganhar."

Substituir Gyokeres em janeiro: "Não pensamos nisso. A equipa, apesar da influência que o Viktor tem... Temos vindo a perder jogadores que eu achava que seria muito difícil substituir, como o Matheus Nunes, que nos levava a bola para a frente, o Porro, que só atacávamos pelo lado direito, e, agora, o Viktor, que é o homem que está em maior destaque. Temos capacidade de renovar a equipa. Não perco horas de sono nesse aspeto. Perdia antigamente, porque havia sempre aquela ideia de que teríamos de vender para sobreviver. Neste momento, não há isso, há o pagar a cláusula, e, aí, os jogadores têm de ir embora, vão para outros campeonatos e arranjaremos solução. Cada vez mais, a equipa tem um plano A e B, tem jogadores de qualidade. Jogaríamos de outra forma, porque era obrigatório, mas estamos preparados para isso. Não é algo que me preocupe. Ele teve tanto impacto, e eu não tive influência nisso, porque ele continua o mesmo jogador. É muito forte fisicamente, a carregar a bola e a finalizar. Tem muita coisa a melhorar. Não sabe sempre se tem de ir para a frente ou temporizar o jogo, a ligação com os colegas... Tem margem para melhorar. Enquanto clube e equipa, iríamos adaptar a equipa para jogar de outra forma, e iríamos conseguir ganhar jogos. Sei que é a lei do mercado, e estou tranquilo. Não temos nenhum substituto para o Viktor."

Falar de arbitragens: "Obviamente que falo com alguém, mas é quando entro no balneário. Bato numas portas, refilo com toda a gente, etc. Faço o mesmo do que os outros. Aqui, não o vou fazer, porque sei que não vai mudar nada. Como sei que mesmo falando de forma positiva não vai mudar nada, prefiro não falar e não entrar nesse jogo, porque mantenho-me mais saudável no futebol, na vida privada, etc. Vou fazendo o meu trabalhinho. Fico revoltado como os outros, mas aguento-me, porque tenho essa ideia desde o início. Antes de começar a minha carreira, houve certas linhas vermelhas que estabeleci para mim. Às vezes apetece falar, mas não vou falar. Enquanto estiver em Portugal, não vou contribuir para a confusão. Os meus jogadores ficam revoltados comigo porque não os defendo. Defendo-os assim, não arranjando desculpas. Enquanto estiver aqui, por mais que custe aos meus jogadores e a mim, não vou entrar na confusão e contribuir para isso. Vou tentar fazer de forma diferente. Obviamente que o clube tem de se defender. Quando falam da diferença entre as minhas palavras e as do presidente... O presidente tem uma tarefa completamente diferente da minha, e tem de falar o que acha que tem de falar em nome do clube. Eu não falo dessas coisas porque o meu trabalho é apresentar resultados dentro de campo. Mesmo com o penálti em Guimarães, se tivéssemos todos os jogadores no máximo, ganhávamos o jogo. É nisso que me foco, não me escondo atrás dessas coisas. Às vezes, a arbitragem tem grande influência, mas, enquanto for treinador, não vou falar na arbitragem."

Indisponíveis para o jogo: "Geny (Catamo) não está apto, está fora. O Dani (Bragança) está de volta. St Juste continua igual".

Até onde pode chegar o Sporting na Liga Europa? "Tínhamos a obrigação de seguir em frente, pela grandeza do clube, pelos objetivos que temos e pelo facto de termos um plantel com jogadores para rodar. Torna-se difícil, quando há dois jogadores de qualidade por posição. Se não estivermos em todas as competições, a gestão do grupo torna-se mais difícil. Atingimos um objetivo, mas não era o que queríamos. Queríamos o primeiro lugar. Não conseguimos, mas seguimos em frente, era a nossa obrigação mínima no grupo. Estamos à espera de um adversário muito pressionante, que vai querer ganhar o jogo. Ao contrário do que pensava na primeira mão, esperou um bocadinho mais e não saltou logo na pressão, o que não é habitual. Tem jogadores fortes fisicamente, rápidos na frente. Vai ser um jogo diferente do da primeira volta. O Sturm Graz vai-nos pressionar desde o primeiro minuto, se calhar, até à nossa baliza, e temos de ter capacidade de sair a jogar como temos tido. Em certos momentos, vai ser um jogo diferente, e teremos de ter respostas diferentes. Por outro lado, acho que poderemos ter um pouco mais de espaço entre linhas e nas costas. Vamos ver o que está preparado para amanhã."

Foco na Europa sem pensar no FC Porto: "Temos atenção a isso. Todos os jogadores que são inteligentes fazem contas a quem está a jogar. O tempo de recuperação físico dá para recuperar os jogadores. As semanas são longas. Ainda não sei o onze que vamos ter no jogo a seguir, porque o foco é este. O nosso foco vai ser garantir que todos os jogadores que forem titulares ou estiverem no banco vão estar preparados para jogar com o FC Porto. Uns, porque vão precisar de mais tempo de jogo e, depois, vão ter quatro dias para recuperar, o que, fisicamente, não tem influência nenhuma. Não vamos ter muito tempo para treinar, porque não dá. Há jogadores que vão jogar menos de forma a equipa se apresente bem e ganhe o jogo e a que estejam preparados fisicamente. Nenhum jogador pode olhar e dizer 'Fiz 90 minutos na quinta-feira, por isso, não posso jogar na segunda'. Se fosse domingo, teria influência. Na segunda-feira, não. Depende do jogo deles, da ideia, do jogo de hoje do adversário... Toda essa avaliação vai ser feita, mas garanto a todos os jogadores que não interessa se fizerem 90 minutos agora. Tanto podem jogar o próximo jogo como ficar no banco. Ainda não observei o FC Porto. Não há maneira de falar com os jogadores e provar isso. O que prova isso é o que foi feito ao longo de três anos, e eles sabem aquilo que eu fiz. Já mudei várias vezes a uma quinta-feira para jogar num sábado, já mudei numa sexta-feira para jogar num domingo... Eles sabem com o que contam. Temos de ganhar e jogar bem. Só dessa maneira é que estarão aptos para jogar com o FC Porto. Há jogadores que sei que, fazendo um jogo no fim de semana, jogando na quinta-feira, se jogarem o tempo todo neste jogo, no terceiro jogo vão sofrer. São as únicas contas que fiz. Estão todos aptos para defrontar o FC Porto."

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