O América enfrentou o Monterrey, do técnico argentino Martín Demichelis, na final e foi coroado como visitante no estádio BBVA com um marcador agregado de 3-2 (2-1 na primeira mão e 1-1 na segunda).
Confira a classificação do Campeonato Mexicano
Além de ganhar três títulos consecutivos da liga, Jardine deu aos “Águilas” três outros títulos: Campeão dos Campeões (2023-2024), Supertaça da Liga MX (2024) e Taça dos Campeões (2024).
“Estou vivendo um sonho no América e quero continuar a fazer história aqui”, disse Jardine, que ainda tem dois anos e meio de contrato com os Águilas.
Apoiado pelo ouro
Em 7 de agosto de 2021, Jardine conquistou o ouro olímpico em Tóquio-2020 com o Brasil, ao vencer a Espanha na final.
Quase cinco meses depois, em 3 de fevereiro de 2022, o humilde Atlético San Luis, do futebol mexicano, fez uma jogada surpreendente ao anunciar a contratação do técnico de 42 anos.
O brasileiro passou três torneios com o Atlético - em dois ele levou a equipa às fases finais - e então o América avançou para a sua contratação.
Sob o comando de Jardine, o América dominou o Apertura-2023 e o Clausura-2024. Os Águilas venceram os dois torneios e foram coroados, jogando a segunda partida da final em casa.
Um tricampeonato sofrido
O Apertura 2024 foi um torneio mais difícil para o América de Jardine, que teve de lidar com 30 lesões ao longo do semestre. O treinador nunca conseguiu formar um onze-base.
O América chegou às finais através de um play-in. Habituado a jogar com um sistema de 4-2-3-1, na repescagem, sabendo que a sua equipa não havia desenvolvido o potencial dos dois campeonatos anteriores, Jardine optou por uma linha de três centrais e um meio-campo com mais armadores, com capacidade de chegar ao ataque.
Com o 5-4-1 e o 5-3-2 nas fases decisivas, o América de Jardine superou equipas que eram favoritas, superando na repescagem o Tijuana, do colombiano Juan Carlos Osorio, antes de vencer, nos quartos de final, o Toluca, do português Renato Paiva. Nas meias-finais, passou pelo líder Cruz Azul, do argentino Martín Anselmi.
A final foi contra o Monterrey, do argentino Martín Demichelis, uma equipa com um ataque poderoso. O América venceu o jogo da primeira mão por 2-1 e empatou 1-1 na segunda, contra um adversário que exerceu um domínio avassalador e esteve perto de forçar o prolongamento.
“Chega um momento da partida em que o adversário não tem mais nada a perder e vai com tudo para cima, e a responsabilidade faz com que você se defenda com tudo o que pode. Não consigo imaginar ganhar títulos dessa magnitude sem também ter a capacidade de sofrer”, disse Jardine após vencer a final do Apertura, no domingo.
“Foi um grupo dos sonhos em que fizemos tudo o que tentámos. Os jogadores foram muito dedicados e nunca deixaram de acreditar”, acrescentou Jardine.
Aos 45 anos de idade, o técnico brasileiro quer “mais e mais vitórias com a América e jogar cada vez melhor”.