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Ana Seiça: "Uma equipa feminina jogar na Luz ou em Alvalade é uma festa, no México é algo normal"

Ana Seiça em destaque no Tigres
Ana Seiça em destaque no TigresClub Tigres Femenil, Flashscore
Após cinco anos de muitos títulos e memórias no Benfica, Ana Seiça atravessou o Atlântico para assinar pelos mexicanos do Tigres, onde não tardou a assumir-se como figura de destaque do emblema mexicano. De passagem por Portugal, a central fez um balanço dos primeiros meses em Monterrey e falou em exclusivo com o Flashscore sobre as metas para 2025, com o Campeonato da Europa também em mente.

O futebol é um mundo de emoções. Imprevisível. Um vírus que nos toca quando ainda nem temos bem noção do que é sentir verdadeiramente este desporto. Ana Seiça é um belo exemplo de como o futebol tem uma capacidade ímpar de surpreender quando menos se espera. A defesa central portuguesa cresceu como sendo uma criança sportinguista, mas foi ao serviço do Benfica que fez história de 2019 a 2024. E não podia estar mais feliz com esse destino: "Ir para o Benfica foi a melhor decisão da minha vida. Sou eternemante grata".

Foram 12 títulos de vermelho e branco até ao dia em que decidiu que "precisava de algo novo". Uma decisão "muito difícil", mas "necessária". Abriu-se um mundo novo. A central recebeu o convite inesperado dos mexicanos do Tigres e aquilo que inicialmente parecia impossível tornou-se real.

Meio ano depois de abraçar este novo desafio, Ana Seiça reconectou-se com o futebol no México e tem sido muito acarinhada pela "afición" dos auriazules, que está rendida ao talento da defesa portuguesa, que tem muitos objetivos para 2025, entre os quais marcar presença no Campeonato da Europa.

Ana Seiça trocou o Benfica pelo Tigres
Ana Seiça trocou o Benfica pelo TigresTigres, Opta by Stats Perform

"Jogar com rapazes ajudou-me imenso em termos físicos"

- Como o futebol aparece na sua vida?

- Aparece pela veia familiar; o meu pai e o meu irmão sempre jogaram. Desde pequenina, lembro-me de os acompanhar aos jogos nos domingos. Durante os intervalos, as crianças entravam para dentro de campo, e eu sempre estive nesse ambiente. A partir dos 7 anos, comecei a jogar nos clubes da terrinha: Arzila, Pereira e Casaense, e estive por lá até ir para a Académica, sempre a jogar com os rapazes até aos 17 anos.

- Era a única menina?

- Sim, era a única a jogar com os rapazes. Mas, quando comecei a ganhar mais idade e eles também, eles começaram a ganhar mais físico, e aos 16-17 anos começou a ficar mais complicado para mim, no bom sentido.

Ana Seiça à conversa com o jornalista do Flashscore
Ana Seiça à conversa com o jornalista do FlashscoreFlashscore

- Sente que essa convivência acabou por ser importante para o seu desenvolvimento enquanto futebolista?

- Super importante. O facto de as miúdas terem hoje essa oportunidade, até com equipas femininas a jogarem em campeonatos masculinos, é muito importante para o desenvolvimento delas. A mim ajudou-me imenso em termos físicos, de velocidade e de duelo.

- A primeira experiência numa equipa feminina acontece no Condeixa. Foi difícil?

- Na altura, estava na Académica com os rapazes e a começar a ir à seleção sub-16. Foi nessa altura que tive a lesão no cruzado. Um dos meus treinadores mudou-se para o Condeixa e eu fui com ele. Era para continuar no masculino, mas como a recuperação estava a demorar, decidiram, e eu achei que era melhor integrar-me no feminino e fazer um ano para ser uma reintegração mais fácil. Recuperei bem, ganhei minutos e confiança.

- Como é que a Ana via o futebol nessa altura?

- Eu sempre fui muito intensa em termos de resultados, treino e tudo, mas andava no futebol por gosto. Ainda hoje é por gosto, mas com uma noção totalmente diferente. Nem sequer pensava em planos futuros. Só quando surge a oportunidade Benfica é que percebi que podia fazer disto trabalho e a minha vida. Aí começou a ser mais real a possibilidade de ser jogadora de futebol profissional.

Ana Seiça passou cinco épocas no Benfica
Ana Seiça passou cinco épocas no BenficaPATRICIA DE MELO MOREIRA / AFP

"Cresci sendo sportinguista, mas ir para o Benfica foi a melhor decisão da minha vida"

- Recorde-nos o momento em que recebeu o convite do Benfica.

- Quando recebi a chamada a dizer que o Benfica queria contar comigo, fiquei 'uau'. Eu cresci sendo uma criança sportinguista e, quando me apareceu o Benfica, pensei: 'hmm, é o Benfica'. Mas até me deu uma vontade diferente. Apesar de nunca sequer ter imaginado esse cenário ou esse tipo de sentimento, hoje posso dizer que foi a melhor decisão da minha vida. Tenho um carinho muito grande pelo Benfica e vejo todos os jogos, tanto do masculino como do feminino. Hoje vejo o futebol de forma diferente, não como sendo deste ou daquele clube. Até brinco a dizer que sou do Liverpool. No fundo, foi um sentimento de ir para um clube que, à partida, não tinha emoções, e fiquei super entusiasmada. Foi a melhor coisa que me aconteceu. Abriu-me muitas portas.

- Foi fácil deixar Coimbra e ir para Lisboa?

- O clube proporcionava tudo, para um início tinha tudo o que precisava. Gostei muito de viver em Lisboa, a azáfama da cidade, ninguém quer saber do que tu fazes. Foi bom para mim, porque era muito introvertida e comecei a ser mais social. Foi super bom para a minha personalidade.

- Sem querer menosprezar o Condeixa, a verdade é que também encontra uma realidade completamente diferente. Muito mais competitivo, não?

- Intensidade muito maior, competitividade maior, seriedade maior. O Benfica é um clube gigante, que luta por títulos, e tudo é no máximo. Foi bom para todos os níveis de evolução.

Ana Seiça mostra-se grata ao Benfica
Ana Seiça mostra-se grata ao BenficaSL Benfica, Opta by Stats Perform

- Apanha nomes consagrados na sua posição...

- Essa competitividade foi uma das coisas que me fez crescer mais. Cheguei ao Benfica com 18 anos e encontro a Sissi, a Raquel Infante, depois a Carole... Cheguei muito para aprender, divertir e crescer. Retirei sempre muito delas. Treinar com as melhores faz-te melhor.

- Foram 12 títulos em cinco anos. O que fica dessa passagem?

- Mais as memórias. Memórias muito ligadas aos títulos. As vivências. São cinco anos e muita informação… Acho que foi a melhor coisa que me aconteceu e sou eternamente grata ao Benfica.

- A Ana escreveu isto nas redes sociais: "É a decisão mais difícil da minha vida". Quer concretizar essa ideia?

- Foi muito difícil, mas também necessário. Estava a chegar a um ponto em que precisava de algo novo, sentia-me estagnada enquanto jogadora. Continua a ser difícil, mas senti que tinha de ser.

- Consegue apontar um ou dois momentos mais marcantes da sua história no Benfica?

- Talvez o 4-4 com o Barcelona e a última final da Taça de Portugal no Jamor. Diria estas porque foram no ano em que havia muita indecisão, não só da minha parte, como de outras, e sinto que foi a última vivência entre todas. Ganhar, subir a escadaria, foi fechar cinco anos de Benfica da melhor forma.

Ana Seiça cumpre primeira época no Tigres
Ana Seiça cumpre primeira época no TigresClub Tigres Femenil

"O Tigres é um clube que dá tudo às jogadoras"

- O Benfica queria renovar consigo, mas acaba por sair para o Tigres, do México. Disse que sentia que estava a estagnar, pergunto-lhe, então, se esse foi o principal motivo?

- O Benfica queria renovar e eu cheguei quase a assinar pelo Benfica, só que surgiu uma oportunidade que não podia recusar e, sabendo como me sentia, foi impossível ignorar. Muita gente pensa que foi pelo dinheiro, também tem essa vertente financeira, claro, mas não é por isso. Eles (no Tigres) valorizam muito a mulher, a jogadora feminina; em Portugal está a crescer, mas está em processo. Sentia que estava a estagnar e, ficando aqui, continuaria no mesmo impasse… Tinha de sair.

- Por ter conquistado tudo o que havia para conquistar, sente que também era difícil fazer melhor no Benfica?

- Não foi por aí... A verdade é que não estava a ter a regularidade que queria e achei que, em cinco anos, estive sempre a batalhar por um lugar. E havia sempre algo que não me permitia ganhar esse lugar. Precisava de ter mais regularidade, até por objetivos de Seleção.

- E aparece o Tigres...

- Quando me falaram sobre essa possibilidade, eu respondi: 'Não vou para o México, é muito longe' (risos). Fiquei super entusiasmada por ter uma proposta de fora e por me darem valor, mas achava muito longe. Mas depois pensei e percebi que fazia sentido por ser competitivo, e eu sou jogadora muito física. Comecei a juntar os pontos e percebi que fazia sentido, e que, se calhar, estava com medo de arriscar. Pensei muito, muito, muito e decidi arriscar.

- O que encontro era muito diferente do que tinha imaginado?

- Fui muito ao desconhecido. Não tinha bem ideia do que ia encontrar. Pelas conversas com o clube, já tinha alguma ideia sobre as condições de trabalho, e quando cheguei gostei muito. É um clube que dá tudo à jogadora em termos de condições de trabalho. São acolhedores, super prestáveis. Senti isso desde o início.

- Quais as principais diferenças a nível futebolístico? Muito diferente do que tinha em Portugal?

- Também se nota quais as equipas com mais poder, mas em termos de competitividade é tudo muito diferente. Fiquei mesmo surpreendida com o nível e a fisicalidade. Parece uma guerra, mas também se consegue jogar futebol de "tiki-taka", embora com muito físico. Como gosto de um jogo mais físico, gostei muito do que encontrei.

- E em termos culturais?

- É um povo muito acolhedor. Em termos de gastronomia é diferente, mas eu cozinho em casa e consigo fazer uma alimentação muito portuguesa. Sinto-me acolhida e integrada.

Tigres é um dos clubes mais históricos do México
Tigres é um dos clubes mais históricos do MéxicoClub Tigres Femenil

"Diria que o Tigres é um bocadinho o Benfica no México"

- Para quem não conhece a realidade do futebol no México, como é que a Ana apresenta o projeto do Tigres? 

- Dão muito valor à jogadora. Em termos de condições, temos as mesmas condições dos homens, exatamente iguais. É um clube com muita paixão, os adeptos, comparo aos adeptos do Benfica, estão sempre presentes e com uma veia crítica muito intensa. É uma coisa doida, ainda não tinha sentido aquele ponto.

É um projeto com pés e cabeça. Querem melhorar e crescer. Diria que o Tigres é um bocadinho o Benfica no México.

- Boas infraestruturas?

- Temos o campo de treinos, um complexo só para nós. Antes de qualquer jogo em casa, o treino é no estádio, e em Portugal isso não acontece. Aqui quase todas as equipas femininas jogam no estádio da equipa masculina. Em Portugal, para teres um Benfica-Sporting na Luz ou em Alvalade é uma festa, mas lá é normal. Nós jogamos no estádio do Tigres, não é o dos homens, é o do Tigres. É para o Tigres. Não há diferença. É Tigres. As condições são muito iguais.

- Nota-se através das redes sociais que há uma clara aposta na aproximação aos adeptos. Sente-se verdadeiramente isso?

- As coisas têm corrido bem e sinto que gostam de mim. Há muita interação com os adeptos, o próprio Tigres proporciona a melhor experiência com os adeptos. São muito divulgadores do trabalho das jogadoras. Marketing e comunicação fortes.

- Já tinha a experiência de jogar Liga dos Campeões na Europa, agora teve a oportunidade de jogar a Liga dos Campeões da CONCACAF. Diferente?

- Estranho (risos). É tudo muito rápido e compacto. Jogamos tantos jogos seguidos, mas só temos as meias-finais em maio. Apanhamos equipas muito fortes dos Estados Unidos. (...) Vai ser duro com o Portland, mas acho que temos capacidade para fazer uma gracinha e até ganhar.

- Em termos de campeonato, não conseguiram vencer o Apertura, com uma derrota na final. Ainda custa aceitar?

- Ainda custa. É tudo muito intenso. Torneio de 6 meses, não há tempo para treinar, só para recuperar, e depois chegas a uma final e notava-se que a equipa estava cansada. Ganhamos o primeiro jogo em casa, levamos 0-2 para o intervalo no segundo e elas deram a volta. Não tivemos força para reagir. Tinha tudo para dar para nós e, por alguma razão, não deu. Fomos a penáltis e as coisas não correram como queríamos. Foi uma dor que nunca tinha sentido antes no futebol. É tudo vivido de forma intensa. Já tinha perdido finais antes, mas esta teve um peso diferente. Nunca tinha batido um penálti de forma oficial e falhei. Mas assumo toda a responsabilidade. Foi o que foi. Nem sempre corre como queremos. É crescer e dar a volta. 

- Contas feitas, sente que encontrou no Tigres aquilo que lhe estava a faltar em Portugal?

- O ponto mais importante para mim era ter regularidade e sinto que sou uma peça importante e constante na equipa. Necessitava dessa consistência e de me sentir importante.

Ana Dias (à dir.) acompanhada por Ana Dias e Natalia Villarreal
Ana Dias (à dir.) acompanhada por Ana Dias e Natalia VillarrealClub Tigres Femenil

"O nosso grupo de trabalho é muito familiar"

- Qual a mentalidade para 2025. Vão ter agora o Clausura, que é uma espécie de segundo campeonato. É assim, não é?

- Basicamente, é igual, um novo campeonato. Os primeiros oito vão aos playoffs. Há um reset e tudo começa do zero. Ainda faz confusão ter perdido um campeonato e começar agora outro. 

- Sentem-se com sede de vingança?

- Claro. Escapou por tão pouco e vamos querer cilindrar (risos). Espero que todas estejam com esta mentalidade.

- Como descreve o vosso grupo de trabalho?

- Grupo muito bom. Nota-se que é muito familiar. Não há atritos. Temos um balneário muito fixe. Estamos sempre a fazer coisas fora do futebol. Há essa união e isso é muito importante.

- Já se encontram algumas bandeiras de Portugal?

- Já. No último jogo, quando fomos para o hotel, tínhamos muitos fãs à porta com bandeiras. Um poster enorme com a minha cara e com a bandeira portuguesa, comigo e com a (Ana) Dias. Chamam-nos a dupla portuguesa, há esse carinho. Sinto que gostam de nós e fazem coisas especiais por nós. As meninas mais pequenas dão pulseiras e isso é super bonito, é a magia do futebol.

- Gosta da vida em Monterrey?

- Um bocado diferente de Lisboa, mas eu também sou muito caseira. Treino, jogo e descanso. Mas já saí algumas vezes para conhecer e passear, e isso é importante para eles também sentirem que há esforço da parte da jogadora.

- Nessas saídas é abordada pelas pessoas?

- Sim, um bocadinho mais do que em Portugal. Tento interessar-me muito pela cultura e conhecer a cidade, para me sentir realmente integrada. É importante tirares tempo para falar com os locais.

Ana Seiça contabiliza 10 internacionalizações
Ana Seiça contabiliza 10 internacionalizaçõesCarsten Harz / GETTY IMAGES EUROPE / Getty Images via AFP

"Seleção? Temos potencial para fazer coisas bonitas"

- Podemos falar agora da outra equipa que representa: a Seleção. Pensou nisso quando recebeu a proposta do México? Achou que podia complicar a sua chamada?

- Não pensei que me ia complicar. Pensei que ia valorizar. Foi muito na perspetiva de não estagnar e, se isso acontecesse, teria mais oportunidades de ser chamada. A questão das viagens pode ser mais complicada, mas faz parte. Precisava de me conectar outra vez de forma mais intensa com o futebol. Claro que é importante, mas não era isso que ia influenciar a minha decisão. Estando no Tigres, acho que consegui crescer e ser mais consistente, e acho que estou numa boa forma, o que ajuda no processo de Seleção.

- Lembra-se da primeira vez em que vestiu a camisola da Seleção A?

- O primeiro jogo foi na Nova Zelândia, no play-off de apuramento para o Mundial. Foi num amigável contra a Nova Zelândia. Senti-me acolhida. É um sentimento muito especial. Não há sentimento melhor do que poder representar a tua seleção num Mundial ou Euro.

- Portugal não teve qualquer derrota em 2024 e terminou o ano com a qualificação para o Euro-2025. Como é que a Ana explica este sucesso?

- Acho que é a união, são as jogadoras. O povo português é especial. Tão pequenino, mas com tanto talento. País que batalha, batalha até conseguir. Nós, enquanto portuguesas, passamos também isso. Temos potencial para fazer coisas bonitas. Somos muito unidas e acho que isso se nota dentro de campo.

- O que lhe disse o recorde de assistência no Estádio do Dragão?

- Foi muito bonito. Estava na bancada. O facto de metermos tanta gente num estádio tão grande e mítico é muito bom. Sinal que estamos no caminho certo e a conquistar mais pessoas pelo nosso futebol. A Federação também tem feito um trabalho muito bom.

- Quais as expectativas para o Euro-2025? É possível dar um passo em frente e passar a fase de grupos?

- Diria que sim. Também tem de ser um objetivo nosso. Como estamos a crescer, tem de ser um dos objetivos passar a fase de grupos. Portugal já não é tão pequenino como se dizia e temos de dar o próximo passo. Acho que temos capacidade para fazer algo mais e melhor.

- O que sente que ainda pode ser feito para melhorar o feminino em Portugal?

- É uma questão de investimento. Muitos clubes não têm alguém que invista. O facto de o Benfica ter entrado, do FC Porto ter entrado, é importante. O Benfica investiu e isso levou o Sporting e o SC Braga a investir, para não perderem a corrida. O facto de alguns clubes começarem a investir vai levar a que outros invistam.

Ana Seiça tem desfrutado da sua passagem pelo México
Ana Seiça tem desfrutado da sua passagem pelo MéxicoClub Tigres Femenil

"Quero viver as coisas no seu tempo e no seu espaço"

- Aos 23 anos, como é que a Ana imagina o futuro?

- As coisas estão a caminhar de forma positiva a nível global. Cada vez mais clubes a investir, a dar condições e a melhorar os ordenados. Eu sinto que estou a levar a minha carreira de crescimento e aprendizagem. Aprendi muito nos 5 anos de Benfica e levei isso para o México. Já aprendi muito lá. Estou muito bem, vou aproveitar o tempo no Tigres, quero viver as coisas no seu tempo e no seu espaço. Vou aproveitar este tempo e este contrato, que me está a fazer crescer, depois logo se vê o futuro. O futebol é muito volúvel para nós e é importante aproveitar enquanto podemos.

- Qual a mensagem que deixa para as mais jovens?

- A coisa mais importante é o trabalho. A qualidade tens ou não, mas o trabalho pode dar muito mais coisas. O trabalho e o foco são as coisas mais importantes - e ter capacidade mental para sofrer em alguns momentos. As decisões não são sempre fáceis. A capacidade de trabalhar e manter-me forte em alturas que não são fáceis foi o que me fez chegar até aqui.

- E o que diria à pequena Ana Seiça?

- Para relaxar um bocadinho (risos) - sempre fui muito crítica e ansiosa. Sinto que as coisas aconteceram por uma razão. Diria para confiar, que as coisas vão correr bem.