Futuro incerto de Sergio Ramos paira sobre as meias-finais no México

Sergio Ramos celebra a última vitória
Sergio Ramos celebra a última vitóriaYURI CORTEZ / AFP

O Monterrey vai perder o seu capitão? Antes do início das meias-finais do Apertura mexicano, que arrancam na quarta-feira, os Rayados receiam a saída de Sergio Ramos no final do ano, uma peça fundamental para tentar travar o poderio do campeão em título, o Toluca, adversário na luta pelo acesso à final.

As preocupações não se limitam ao Monterrey orientado pelo espanhol Doménec Torrent, já que do outro lado do quadro o Cruz Azul desafiará os Tigres, também num duelo a duas mãos, poucos dias antes de se lançar ao ataque à Taça Intercontinental.

A imprensa internacional tem avançado nos últimos dias que o antigo capitão do Real Madrid e da seleção espanhola não irá renovar contrato no final da temporada e procura novo clube.

A notícia sobre o futuro do defesa-central, de 39 anos, veio agitar o ambiente em Monterrey, que alcançou a ronda dos quatro melhores após suar para eliminar o América nos quartos de final (triunfo total 3-2).

"Não é altura de falar disso", cortou Torrent, antigo adjunto de Pep Guardiola.

"Focado em vencer"

Campeão mundial com a Roja em 2010, Sergio Ramos chegou ao futebol mexicano em fevereiro, depois de meio ano sem clube, na sequência da sua saída do Sevilha.

A sua contratação foi uma das mais mediáticas do futebol americano e, apesar dos problemas físicos e das expulsões sofridas, tornou-se o líder indiscutível dos Rayados na caminhada para o primeiro título de Liga desde 2019.

"Já vimos como Sergio Ramos compete, está totalmente focado em conquistar este campeonato", garantiu o treinador, que conta ainda com outros dois espanhóis como pilares da equipa, os médios Sergio Canales e Oliver Torres.

Os números de Sergio Ramos
Os números de Sergio RamosFlashscore

Depois de ultrapassar o duro obstáculo das Águilas, vencedoras de três dos últimos quatro campeonatos, o Monterrey inicia em casa a disputa com o campeão em título, o Toluca do técnico argentino Antonio Mohamed.

Os Diablos Rojos são favoritos nesta eliminatória, cuja segunda mão será disputada no sábado, mas "é preciso melhorar a eficácia", admitiu o Turco.

Nos quartos, frente ao Juárez, o Toluca resolveu a primeira mão com um triunfo por 2-1, mas na segunda não conseguiu desfazer o nulo em casa, apesar de ter cerca de 25 remates à zona de finalização.

"Só é preciso acertar na baliza, nada mais. O preocupante seria não criar oportunidades", sublinhou Mohamed.

A outra meia-final encontra o Cruz Azul em dias decisivos: não só terá de tentar travar os Tigres a partir de quarta-feira, como, independentemente do resultado, na próxima semana começa a luta pela Taça Intercontinental frente ao Flamengo, no Catar.

Cruz Azul perante um duplo compromisso

Como campeão da Concacaf, a Máquina tem encontro marcado a 10 de dezembro com o Fla, recente vencedor da Taça Libertadores e dono de um dos plantéis mais valiosos da América.

Se o Cruz Azul, orientado pelo treinador argentino Nicolás Larcamón, ultrapassar a eliminatória contra os felinos, as finais mexicanas terão de ser adiadas para 25 e 28 de dezembro.

"Temos de abordar cada jogo de cada vez. É a melhor forma de construir esse caminho", afirmou Larcamón, cuja equipa eliminou nos quartos o Guadalajara (3-2 total) do seu compatriota Gabriel Milito.

O Cruz Azul recebe na quarta-feira um adversário que apresenta um grau de dificuldade superior ao das Chivas. A eliminatória será decidida no sábado, no Estádio Universitário.

Os homens comandados pelo argentino Guido Pizarro tiveram a melhor defesa na fase regular e vêm de mostrar todo o seu poder ofensivo ao esmagar o Tijuana por 5-0 na segunda mão dos quartos, para um total de 5-3.

"Neste tipo de eliminatórias, a proatividade é fundamental, mais do que a reatividade. Marcar primeiro será crucial", garantiu Larcamón.

Pizarro, que começou o ano nos Tigres, dispõe de um plantel recheado de experientes multicampeões, como Nahuel Guzmán, André-Pierre Gignac e Ángel Correa.

Mesmo com figuras deste calibre, o jovem treinador prefere encarar a meia-final "com a humildade que se exige" e sem excesso de confiança, "porque na liguilha os erros e os detalhes pagam-se caro".