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Mateo Chavez é mais um caso de sucesso do Chivas

Mateo Chávez é mais um jovem de sucesso do Chivas
Mateo Chávez é mais um jovem de sucesso do ChivasProfimedia
A notícia chegou como uma lei polémica aprovada por políticos: a meio de um fim de semana prolongado de férias. Mas, ao contrário da raiva que costuma surgir com as artimanhas de deputados ou senadores, a contratação de Mateo Chávez pelo AZ Alkmaar, dos Países Baixos, provocou um novo júbilo em um país apaixonado por futebol que sonha em ver mais dos seus no velho continente.

Jorge Vergara surgiu no cenário nacional como um furacão de categoria 5 no início do século. O seu nome, conhecido apenas nos círculos empresariais de Jalisco, era ouvido em todos os cantos do país por causa dos seus modos, do seu estilo frontal de entender a vida e, sobretudo, porque tinha a audácia de querer comprar o Club Deportivo Guadalajara.

Com a chegada do novo milénio, o Chivas descobriu que a sua monumental popularidade no país não correspondia à sua realidade financeira. Afogado em inúmeras dívidas e atolado em precariedade, o clube atravessava um dos piores períodos da sua história. Um contexto suficiente para que a maioria dos seus orgulhosos sócios sucumbisse à ofensiva de Vergara e dos seus milhões disponíveis para salvar o Guadalajara.

O empresário assumiu o comando em 2002 e pôs imediatamente em marcha a sua visão: retirou toda a publicidade da camisola, rompeu com a marca que vestia a equipa e contratou jogadores. No meio deste turbilhão de decisões, Vergara reuniu-se com os especialistas em futebol que trabalhavam no clube para identificar a melhor forma de ser solvente sem trair a tradição de jogar apenas com mexicanos.

O Chivas há muito que sofre de um problema no que toca a reforços. Como joga com mexicanos puros, quando vai comprar um jogador nacional, as restantes equipas pedem duas ou três vezes mais do que poderiam pedir a qualquer outro clube. Consciente deste problema, Vergara sabia, graças aos treinadores do clube, que a solução era investir na base.

Esta nova forma de entender a dinâmica empresarial e formativa do clube daria frutos notáveis que orgulhariam uma massa adepta devotada às suas cores e aos jogadores que as representam. Desde então, entre melhores e piores momentos e sem a visão de Vergara, que faleceu em 2019, o Chivas pode orgulhar-se de ter enviado vários jogadores para a Europa, muitos deles para a Holanda, país que demonstrou total confiança nos mexicanos.

Mateo Chávez, lateral-esquerdo do Chivas e filho de outro histórico vermelho e branco, Paulo César "Tilón" Chávez, é o novo jovem jogador do Guadalajara que vai tentar a sua sorte no velho continente, juntando-se a uma lista de grandes nomes que o fizeram antes dele.

Aqui estão os mais conhecidos:

Carlos Vela

O jogador nascido em Cancún era uma das principais joias das categorias de base do Guadalajara quando Vergara se tornou proprietário do clube. O seu talento levou-o a ser convocado para a seleção mexicana sub-17 que viajou para o Peru para o Campeonato do Mundo de 2005, onde Vela foi o melhor marcador do torneio. Embora os adeptos do Chivas tenham ficado felizes com a saída para o Arsenal de Inglaterra quando ainda era menor de idade, ficarão sempre em dívida para com ele por nunca o terem visto jogar na equipa principal como jogador vermelho e branco.

Carlos Salcido

O natural de Ocotlán Jalisco nunca teve a intenção clara de ser jogador de futebol. Mas quando foi descoberto, com toda a sua força corporal e incansáveis corridas em campo, não demorou muito para chegar à Primera División e ao El Tri. Depois de uma grande Taça das Confederações em 2005 e um respeitável Campeonato do Mundo em 2006, Salcido foi vendido ao PSV Eindhoven, onde iniciaria uma grande digressão pela Europa.

Francisco "Maza" Rodríguez

O jogador das camadas jovens do Guadalajara conseguiu inverter as críticas iniciais da sua carreira e tornar-se num defesa central de grandes qualidades. Depois de conquistar o título com o Chivas, "Maza" foi transferido para o PSV Eindhoven, o clube que terminaria a sua carreira e onde ainda hoje é recordado com carinho.

Omar Bravo

Em criança, mostrou aptidão para o boxe na sua terra natal, Sinaloa, mas cedo se virou para a bola graças à sua capacidade de se desmarcar na área e marcar golos. Bravo terminaria a sua carreira com mais de 100 golos como jogador dos Vermelhos e Brancos e o melhor marcador da história do clube. A transferência para o Deportivo da Corunha significou a realização do sonho de jogar na Europa.

Javier "Chicharito" Hernández

Em 2010, todo o país falava de Chicharito e da extraordinária série de golos que tinha mostrado no campeonato. Com golos de todas as formas e sempre com uma potência raramente vista nos avançados mexicanos, o glorioso Manchester United pôs os olhos nele e o dinheiro que o Chivas pedia pelos seus serviços foi imediato. O choque da transferência ficou marcado para sempre nos anais do futebol nacional. Hernández se tornaria um dos melhores jogadores mexicanos a atuar na Europa.