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As melhores equipas do país vão disputar a final do futebol mexicano. Uma lógica que nem sempre se verifica, devido à dinâmica da fase final da Liga MX, que permite a doze equipas sonhar com o título, graças a um Play-in mal denominado, que continua a premiar a mediocridade.
No entanto, neste Apertura 2025, a lógica prevaleceu – ainda que não sem episódios de sofrimento – ao colocar Toluca, líder geral da primeira fase do campeonato, e Tigres, segundo classificado com apenas menos um ponto após dezoito jornadas. Com plantéis profundos e de grande qualidade, este confronto gerou uma expectativa à altura das suas ambições.
O caminho de sofrimento até à final
Um bicampeonato à vista
Antonio Mohamed, um dos melhores treinadores da história do futebol mexicano, sabia que, para ultrapassar o superpoderoso Monterrey na meia-final, era preciso sofrer. Por isso, quando os Diablos Rojos perderam a primeira mão fora de casa por apenas um golo, sentiu-se aliviado e apostou tudo no Nemesio Diez, um verdadeiro reduto de paixão, de onde poucos saem vivos.
A segunda mão, disputada este sábado, foi tudo o que tinha planeado. Com os adeptos escarlates a viverem intensamente a paixão, o argentino montou uma equipa feroz e dinâmica que superou um Monterrey que, de forma inexplicável, entrou em campo para especular durante a primeira parte. Um erro fatal que resultou num 2-0 desfavorável ao intervalo.
Sem Alexis Vega, Mohamed encontrou em Helinho e Nicolás Castro as armas ideais para complementar Paulinho, o avançado português, ex-Sporting, que já é referência no país. Mas, apesar do 3-0 parecer decisivo, a Liguilla fez jus à tradição e trouxe o grau de emoção que todos os adeptos esperam.
Dois golos em menos de vinte minutos, um deles de penálti, convertido por Sergio Ramos, que segundo as suas próprias palavras disputou o último jogo pelos Rayados, deixaram a parte final do encontro à beira do colapso. O desfecho, com um 3-3 no agregado, deixou jogadores exaustos, caídos no relvado, enquanto nas bancadas reinava o júbilo escarlate e o grito inabalável de quem sonha voltar a ser campeão, tal como no torneio anterior.
A longevidade de uma geração inesquecível
Tal como na outra meia-final, Tigres e Cruz Azul, segundo e terceiro classificados da tabela geral, respetivamente, corresponderam à expectativa de uma eliminatória equilibrada, disputada e decidida por detalhes. Com dois empates a 1-1, os felinos qualificaram-se – graças à sua posição no campeonato – para a nona final nos últimos catorze anos, consolidando o seu estatuto e um projeto sólido.
Mas para além do sucesso desportivo de Tigres ao chegar a mais uma final, após dois anos de ausência, a equipa de San Nicolás de los Garza, com um orçamento aparentemente ilimitado para formar plantéis poderosos e profundos, conseguiu também reafirmar os nomes de Nahuel Guzmán, um guarda-redes para a posteridade no futebol mexicano e de André Pierre Gignac, que há poucos dias celebrou 40 anos.
Agora com Guido Pizarro no banco, como treinador dos Tigres, os dois últimos grandes baluartes da melhor era da história do clube voltaram a aparecer em momentos decisivos: Gignac participou no golo de Juan Brunete que deu vantagem na segunda mão e Guzmán defendeu um penálti num momento crucial da segunda parte, que poderia ter dado um impulso anímico importante ao Cruz Azul.
A celebração final, após um golo tardio de Cruz Azul que trouxe algum nervosismo aos Tigres, foi não só de alívio e euforia, mas também de homenagem a esses dois pilares que mudaram para sempre a história de um clube que, durante muito tempo, estava habituado a sofrer, independentemente da impressionante paixão dos seus adeptos. Agora, o argentino e o francês sonham conquistar o 9.º campeonato do clube para continuar a cimentar a sua eternidade.
