O presidente da SAD do Leixões manifestou "enorme satisfação e sentimento de justiça" pela decisão do Tribunal da Relação de Lisboa em absolver o emblema de Matosinhos no processo Jogo Duplo, em nota enviada à agência Lusa.
A sociedade que geria o futebol profissional do clube tinha sido condenada pelo Tribunal Criminal de Lisboa em 28 de fevereiro de 2020 a dois anos de proibição de participar nas provas profissionais, no âmbito do julgamento do processo relacionado com viciação de resultados no futebol profissional português.
Posteriormente, recorreu da decisão e a equipa manteve-se a jogar na Liga 2 desde então, tendo agora visto a relação reverter a decisão da primeira instância.
"Foi com enorme satisfação e sentimento de justiça que recebemos a decisão deste acórdão. Foram longos anos de espera por esta decisão. Trabalhámos arduamente por isto e cumprimos a nossa missão, nesta parte. Sempre disse que queria colocar o Leixões no lugar que merece, que é a Liga. Nunca, mas nunca mesmo, vê-lo relegado das competições profissionais", começou por referir André Castro.
A SAD recordou as implicações que o processo teve nas últimas temporadas dos matosinhenses, com danos que considera serem "irreparáveis", quer a nível financeiro como reputacional, destacando a "garra e determinação que caracterizam as gentes de Matosinhos" pela sua crença neste desfecho.
"De inúmeros constrangimentos que causaram imensas dificuldades na gestão e organização do clube, sobretudo a nível financeiro. Sofremos danos irreparáveis. Este processo afetou a imagem do Leixões e dos seus adeptos, mas, como sempre lhes comuniquei, a justiça seria feita", destacou.
O líder da administração, André Castro, dedicou também a vitória judicial a Paulo Lopo, anterior presidente da SAD, e Nuno Fernandes, administrador que acompanhou o processo ao longo dos últimos anos, sem esquecer a sociedade de advogados responsável pela defesa.
"É, também, uma grande vitória do Paulo Lopo, ex-presidente que iniciou a defesa neste processo, bem como do Nuno Fernandes, administrador da SAD que ao longo de todos estes anos tem lutado pela defesa do Leixões. Gostaria, publicamente, de expressar um profundo agradecimento à CSA Sociedade de Advogados SPRL, nas pessoas do Dr. Fernando Seara, Dr. Manuel Vaz Loureiro e Dra. Ana Rita Relógio, pelo inexcedível profissionalismo e dedicação", enalteceu.
Uma eventual descida dos campeonatos profissionais teria afastado o Leixões do grande objetivo de regressar ao principal escalão do futebol português, numa altura em que o clube soma 15 épocas consecutivas na II Liga.
Para o presidente da SAD, esta realidade "não traduz a história e grandeza do Leixões e dos seus adeptos".
"Agora, juntamente com os investidores, vamos continuar o planeamento do futuro do Leixões para o colocar onde tem de estar. A subida à Liga é uma obrigação nossa, o mais rápido possível", concluiu.
A Leixões SAD era um dos 27 arguidos do processo que se iniciou em 22 de fevereiro de 2018, sendo que cinco daqueles arguidos tinham sido condenados a prisão efetiva e viram a relação de Lisboa reduzir-lhes as penas e passá-las a penas suspensas.
Em causa, estavam crimes de associação criminosa em competição desportiva, corrupção ativa e passiva em competição desportiva e apostas desportivas à cota de base territorial fraudulentas.