A revolução teórica que não teve resultados práticos: FC Porto vence Estrela da Amadora (1-0)

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A revolução teórica que não teve resultados práticos: FC Porto vence Estrela da Amadora (1-0)

Atualizado
Taremi marcou o golo da vitória do FC Porto
Taremi marcou o golo da vitória do FC PortoOpta by Stats Perform, AFP
Depois de na conferência de antevisão ter admitido que a equipa não estava a ter boas exibições, Sérgio Conceição surpreendeu com uma mudança de sistema, mas o resultado acabou por ser o mesmo: uma vitória pela margem mínima (sem sofrer, inédito esta temporada) num jogo em que o FC Porto sentiu muitas dificuldades e teve de sofrer até ao fim para cantar vitória. Contudo são três pontos importantes, numa partida em que perdeu Marcano e Evanilson no primeiro quarto de hora, reabilitou David Carmo e viu Taremi regressar aos golos. Sentado no topo da tabela, o FC Porto pode agora olhar para a Europa e para o Shakhtar Donetsk.

A revolução

15 anos depois, o FC Porto voltava a jogar no Estádio José Gomes, um terreno pródigo em revoluções. É neste reduto que acaba a era de Vítor Baía entre os postes (Helton seria o titular na jornada seguinte) e foi aqui também que Sérgio Conceição, regressado aos bancos, optou por fazer algo raramente visto: mudar o sistema tático.

Maleável, ao longo destes 7 anos o treinador do FC Porto foi tentando sempre adaptar o 4x4x2 aos jogadores disponíveis, mas desta vez decidiu utilizar um esquema com três centrais que tantos adeptos têm ganho por esse mundo fora, mas que no Dragão não parecia ter apoiantes. Diogo Costa, Marcano e Galeno foram os únicos sobreviventes do empate com Arouca, Pepe regressou, David Carmo voltou a ser titular quase um ano depois (311 dias) e os reforços Fran Navarro, Iván Jaime e Alan Varela estrearam-se num onze em que os laterais eram Gonçalo Borges e Galeno, com poucas rotinas de defesa.

No Estrela da Amadora, Sérgio Vieira optou por manter as ideias apresentadas neste regresso à Liga. Shingha foi o único a cair do onze, com João Reis a entrar para o lado esquerdo da defesa, no 3x4x3 típico da equipa tricolor.

As notas dos jogadores
As notas dos jogadoresFlashscore

O caos

Os primeiros minutos de jogo é caso para dizer que foram um caos. Galeno e Gonçalo Borges visaram a baliza contrário dentro do primeiro minuto, Iván Marcano lesionou-se aos três minutos (Wendell só entrou aos 9 minutos), Léo Jabá reclamou penálti e Evanilson saiu aos 15 minutos, num lance com Miguel Lopes em que a partida já estava parada, devido a falta de Kialonda Gaspar.

15 minutos em que a bola pouco rolou no relvado do Estádio José Gomes (jogaram-se pouco mais de três minutos em termos de tempo útil). No banco, Sérgio Conceição, já obrigado a gastar dois momentos de substituição, manteve a ideia dos três centrais, mas percebia que a equipa estava intranquila.

A ameaça e a concretização

É estranho escrever isto de uma equipa de Sérgio Conceição, mas o FC Porto não conseguia lidar com a agressividade do Estrela da Amadora. A equipa de Sérgio Conceição não pressionava com um bloco excecionalmente alto, mas conseguia condicionar os criativos azuis e brancos que raramente conseguiam sair da pressão e encontrar linhas de passe para um ataque mais fluído. 

A rede de passes do FC Porto
A rede de passes do FC PortoOpta by Stars Perform

De resto é mesmo o Estrela da Amadora que tem a primeira grande oportunidade. Pragmático, o conjunto tricolor colocava esticar o jogo no flanco, e depois procurar uma solução no meio. É assim que Ronald Pereira surge na cara de Wendell, tira o brasileiro do caminho e só não faz golo porque a bola ressalta num defesa. Estava dado o primeiro aviso aos 22 minutos.

Contudo, se o Estrela da Amadora avisa, o FC Porto concretiza. Aos 30 minutos, Pepe recupera a bola no meio-campo e coloca de imediato em Taremi. O avançado iraniano (que rendeu Evanilson) tirou um adversário do caminho e estreou-se a marcar com a camisola azul e branca.

Em vantagem, o FC Porto serenou. Alan Varela conseguiu encontrar espaços para ir trocando a bola e tranquilizar a equipa, enquanto a pressão do Estrela ia perdendo efetividade devido ao cansaço natural dos minutos a passar. Fora a oportunidade desperdiçada por Gonçalo Borges (45 minutos), que não conseguiu emendar, o remate de Léo Cordeiro (45+7 minutos) e a jogada individual de Ronald que Diogo Costa defendeu (45+9 minutos) a partida poucos lances de perigo teve até ao regresso aos balneários.

Os números ao intervalo
Os números ao intervaloOpta by Stats Perform

Reveja aqui as principais incidências da partida

A audácia

A segunda parte trouxe um Estrela da Amadora revigorado. A jogar numa casa bem composta, a equipa e Sérgio Vieira voltou a aplicar a mesma fórmula que tão bem resultou no primeiro tempo: uma pressão com bloco médio, sobretudo com Aloísio Souza e Léo Cordeiro a formarem um tampão no meio-campo que conseguia secar os elementos mais criativos do FC Porto e um trio de centrais (agora com Mansur) sem medo de avançar e defender uns passos mais à frente.

O local dos desarmes feitos por Miguel Lopes
O local dos desarmes feitos por Miguel LopesOpta by Stats Perform

Os dragões novamente sentiram dificuldades para igualar a agressividade tricolor. Acima de tudo Alan Varela foi quem sofreu mais com a pressão e esteve mesmo perto de fazer um autogolo aos 69 minutos, numa saída de bola condicionada.

A ver a equipa a perder o controlo, Sérgio Conceição fez entrar Romário Baró, Eustáquio e Pepê para tentar controlar mais a partida, mas era outra arma saída do banco que ia fazendo a diferença. Lançado por Sérgio Vieira aos 60 minutos, Régis ia provocando o caos na defensiva azul e branca, com uma qualidade de drible acima da média.

Fazer das tripas coração

A partir dos 70 minutos notou-se uma clara queda física do FC Porto. Os jogadores estavam com os movimentos mais presos, com menor capacidade de chegar à frente e, talvez mais importante, com cada vez mais dificuldades a segurar as investidas de Ronald Pereira e Régis.

Alan Varela era o rosto mais visível desse cansaço e passou os últimos 10 minutos em claras dificuldades físicas, mas acabou por também ser decisivo. Aos 90 minutos, Diogo Costa saiu-se mal a um cruzamento de Kialonda Gaspar e não conseguiu afastar a bola que sobrou para Régis. O brasileiro disparou para a baliza sem guarda-redes, mas com Varela que evitou o remate e foi acolhido como um herói pelo capitão Pepe.

Apito final e suspiro de alívio do FC Porto. Os dragões regressam às vitórias e passam a noite isolados na liderança com 13 pontos. Já o Estrela da Amadora somou a terceira derrota e está no 13.º posto, com quatro pontos.

Homem do jogo Flashscore: Alan Varela (FC Porto).

Os números da partida
Os números da partidaFlashscore