Recorde aqui as incidências da partida
O Benfica entrava em campo numa posição confortável ao saber de antemão os resultados dos dois principais rivais na luta pelo título. Se por um lado, havia a necessidade de vencer para não deixar fugir o Sporting na liderança, também havia o aliciante de dilatar a vantagem pontual para o FC Porto, depois do empate dos dragões no Bessa.
Para o encontro na casa de um Arouca em crescendo, a viver a melhor fase da era Daniel Sousa, o treinador do Benfica, Roger Schmidt, mudou apenas duas peças em relação ao último jogo de 2023, com as entradas dos campeões do mundo Otamendi e Di María, para os lugares de Tomás Aráujo e Tiago Gouveia, respetivamente. No lado contrário, o treinador dos arouquenses manteve tudo igual, uma vez que a goleada no Bessa tinha deixado bons indicadores.
As águias fizeram valer o seu estatuto de favoritas e entraram mandonas no jogo, embora pela frente tenham apanhado um adversário apostado na pressão alta e com o bloco defensivo muito bem organizado, que ajuda a explicar as vezes em que os homens do Benfica foram apanhados em posição irregular no primeiro tempo.
À terceira, finalmente, Rafa Silva!
Depois de um remate fraco e de fácil defesa para Arruabarrena, da autoria de Di María, logo aos quatro minutos, o Benfica conseguiu encontrar o caminho para as redes arouquenses, aos 15, no entanto o golo de Rafa Silva viria a ser anulado com a pronta intervenção do vídeo-árbitro (VAR), por adiantamento de Arthur Cabral. Na retina ficou ainda o passe delicioso de João Neves para o avançado brasileiro, que de nada valeu em termos práticos.
A resposta da equipa da casa deu-se, numa primeira fase, pela ousadia do lateral ucraniano Bogdan Milovanov, que procurou a meia-distância em duas ocasiões, sem sucesso, e depois por alguma displicência defensiva dos campeões nacionais. O experientíssimo Otamendi mostrou alguma falta de ligação ao jogo e isso levou a que Mujica ficasse muito perto de inaugurar o marcador, aos 22 minutos. Mas a música era mesmo outra.
Rafa Silva voltou a erguer os braços em sinal de festejo à passagem da meia hora de jogo, após passe de Aursnes, mas... estava em posição irregular no momento em que recebeu a bola do internacional norueguês. A frustração por ver dois golos anulados deu lugar a uns laivos de felicidade no rosto do jogador que está em final de contrato (e aparentemente com a porta aberta para a saída no final da temporada) pouco depois, sem que o VAR anulasse o golo.
O passe de Di María é muito bom, a receção não deixou nada a desejar e o (primeiro) remate ainda foi defendido por Arruabarrena, que não teve mãos para travar a recarga do camisola 27.
Arouca merecia mais um bocadinho
Os homens de Daniel Sousa não acusaram o peso do golo sofrido e aproveitaram o último quarto hora da primeira parte para ir em busca do empate. E o esforço quase dava frutos.
Aos 42, um passe muito mal medido de Kokcu deu uma dupla oportunidade ao Arouca. Primeiro, Mujica, servido por Sylla, não conseguiu bater o gigante Trubin, e depois foi Cristo que não teve a pontaria afinada para restabelecer a igualdade na recarga. Um lance para levar as mãos à cabeça!
Já em cima do apito para o intervalo, Cristo chegou mesmo a festejar o 1-1, contudo estava em posição irregular no momento em que recebeu o passe do compatriota Mujica e viveu um pouco da frustração sentida por Rafa Silva na primeira meia hora.
Kokcu esfriou resposta arouquense
O intervalo chegou na melhor altura para os comandados de Roger Schmidt e a conversa no balneário terá feito muito bem aos encarnados, que não perderam a oportunidade de ferir o adversário no primeiro lance de perigo da etapa complementar. De (quase) vilão a herói, Kokcu deu a melhor sequência a um passe de Rafa Silva pelo corredor direito.
O árbitro Fábio Veríssimo ainda apitou para assinalar fora de jogo (mais um no jogo!) ao internacional turco, mas o VAR desta vez foi a favor do Benfica e deu ordem para o 0-2. Um autêntico balde de água fria para o Arouca.
A formação da casa esboçou uma ligeira reação, aos 56, quando Sylla rematou por cima da baliza de Trubin, seguindo-se mais Benfica até ao final. João Mário teve duas boas oportunidades para matar o jogo, aos 57 e 69, sem sucesso, e Rafa Silva não conseguiu fazer novamente a desfeita ao guarda-redes arouquense, aos 63, perdendo uma bola de golo na cara do uruguaio.
Por fim, um dos nomes mais badalados para a saída neste mercado de inverno, o croata Petar Musa, aproveitou os 20 minutos em campo e mostrou, mais uma vez, a Arthur Cabral como parece simples fazer balançar as redes contrárias. Filme: cruzamento na esquerda de Kokcu e remate pouco ortodoxo, mas eficaz, de Musa para o 0-3 final.
Melhor em campo Flashscore: Kokcu (Benfica)
