Confirmada a saída de Gonçalo Ramos para o PSG, o Benfica mexeu-se em várias direções para dar um novo ponta-de-lança a Roger Schmidt para juntar a Petar Musa e Casper Tengstedt, opçõe que, por agora, não passam de secundárias para o treinador alemão. A escolha recaiu em Arthur Cabral.
O avançado de 25 anos chega da Fiorentina por uma verba de 20 milhões de euros e tem tudo para ser a nova referência ofensiva do Benfica. Comparado a Ronaldo fenómeno no início da carreira (estreou-se com 17 anos no Ceará), mas com Adriano como ídolo, Arthur Cabral chega com as credenciais de ter sido um dos melhores marcadores da última edição da Liga Conferência, em que a equipa de Florença foi finalista vencida.
Um finalizador
À semelhança de Gonçalo Ramos, Arthur Cabral ganha a vida dentro da área. Com uma capacidade de movimentação interessante em zona de decisão, costuma ser expedito a atacar bolas e consegue ser um perigo nos lances aéreos.
Uma arma útil para um Benfica de Roger Schmidt que, por norma, costuma projetar os laterais (Bah na direita, Ristic ou Jurasek na esquerda) para chegarem a zona de cruzamento nas imediações da área.
Esta era, de resto, uma situação aproveitada por Gonçalo Ramos que se serviu muitas vezes da excelente colocação de bola de Grimaldo para fazer golos. Neste sentido, o canarinho não vai ter um lateral da classe do espanhol, mas terá um jogador como Di María pronto a municiá-lo e isso pode render dividendos.
Uma alternativa
Esta é talvez a grande diferença entre Arthur Cabral e Gonçalo Ramos. O brasileiro de 25 anos tem um raio de ação menos amplo que o internacional português. Na Fiorentina, por norma, era a cabeça do ataque e a equipa contava com ele para esticar jogo e subir uns metros, algo que fazia muito bem, mostrando também um crescimento a nível do envolvimento com os colegas desde que saiu do Basileia.
Gonçalo Ramos tinha a qualidade de muitas vezes arrastar consigo os defesas para zonas laterais, ligar aos médios e permitir as entradas de Rafa no espaço que ficava livre nas costas. Arthur Cabral não demonstrou essa mobilidade até agora, mas vai dar uma referência ao Benfica para segurar a bola como um ponta-de-lança mais clássico, à semelhança daquilo que Eran Zahavi fazia, por exemplo, no PSV de Schmidt.
Um estilo de jogador diferente, que chega para colmatar uma das grandes revelações da temporada, mas que sem dúvida trará golos ao Benfica. Desde que se afirmou em definitivo na equipa principal do Ceará, em 2018, Arthur Cabral nunca teve uma época abaixo dos 15 golos, um registo interessante e que em Portugal deverá conseguir manter.