Muito possante e veloz, do alto dos seus 1,87 metros e quase 90 quilogramas, o internacional sueco transformou o ataque dos leões, que ganhou profundidade, potencia, capacidade de segurar a bola, e também alguém capaz de criar e finalizar.
Os números não são avassaladores, mas a sua influência tem sido bem mais pronunciada do que as 18 participações diretas em golos, o máximo do campeonato, traduzidas em 11 golos e sete assistências, em 16 jogos.
A influência de Viktor Einar Gyökeres, nascido em Estocolmo, em 04 de junho de 1998, há 25 anos, também se fez sentir na forma como se foi tornando, invariavelmente, o centro de todas as atenções, libertando os outros jogadores.
Os oito golos de Paulinho, os seis de Pedro Gonçalves ou os quatro de Marcus Edwards não tiveram todos a sua impressão digital, mas o sueco tem melhorado tudo em seu redor, transformando, para muito melhor, o ataque dos leões.
Em 13 de julho de 2023, Gyökeres foi anunciado pelo Sporting como a sua mais cara contratação de sempre, mas os 20 milhões pagos ao Coventry, que assegurou 15% de uma mais-valia numa futura venda, parecem agora uma pechincha.
O jogador sueco ficou com uma cláusula de 100 milhões de euros, e esta não parece, de todo, um grande seguro para o Sporting, que não está livre de, num qualquer dia destes, ver um tubarão desembolsar essa quantia e levar o seu abono de família.
Mas, para já, Gyökeres é jogador do Sporting, que, mais esperto do que a concorrência, viu enormes potencialidades no possante futebolista nórdico, que na época passada somou 22 golos e 12 assistências ao serviço do Coventry, equipa do Championship.
Os leões não hesitaram na hora de contratar o seu novo 9, que começou a carreira na Suécia, ao serviço de IFK Aspudden-Tellus e IF Brommapojkarna, antes de rumar aos ingleses do Brighton, que o emprestaram, sucessivamente, a St. Pauli, Swansea e Coventry, clube que o acabaria por adquirir.
Dispensando qualquer tempo de adaptação, Gyökeres começou a mostrar-se na pré-temporada e arrancou o campeonato em grande, com um bis ao Vizela, concretizado no espaço de um minuto (14 e 15), um golo com cada um dos pés.
Nas três rondas seguintes não faturou, mas, depois disso, nunca esteve mais do que uma jornada sem marcar ou assistir, numa série iniciada face ao Moreirense (3-0), com o único tento na prova de cabeça e uma assistência, ainda que involuntária.
Depois de ser poupado na ronda seguinte, na receção ao Rio Ave, somou os primeiros golos fora à sétima jornada, em Faro, onde concretizou os dois únicos penáltis que teve a disposição, o último para garantir o triunfo (3-2), em cima dos 90 minutos.
Nos jogos seguintes, marcou em casa com o Arouca (2-1), ficou em branco no Bessa (2-0) e somou duas assistências perante o Estrela da Amadora (3-2).
À 11.ª ronda, esteve muito perto de ser o herói dos leões na Luz, face ao golaço que marcou sobre o intervalo (45 minutos) a adiantar o conjunto de Rúben Amorim, que seria traído com dois golos nos descontos (90+4 e 90+7), para um desaire por 2-1.
Seguiu-se, à 12.º jornada, o terceiro bis, na receção ao Gil Vicente (3-1) e novo jogo a seco, à 13.ª, este pesado, já que o Sporting caiu em Guimarães por 3-2.
Gyökeres não demorou, porém, a responder e, à 14.ª jornada, foi determinante no triunfo caseiro sobre o FC Porto (2-0), ao inaugurar o marcador, após trabalho brilhante sobre Pepe, e oferecer em bandeja de ouro o segundo a Pedro Gonçalves.
O sueco marcou também em Portimão, num apertado triunfo por 2-1 e, a abrir o ano civil, na receção ao Estoril Praia (5-1), não conseguiu faturar, mas fez três assistências, as duas primeiras para Marcus Edwards encostar de baliza aberta.
A acabar a primeira volta, ficou em branco em Chaves, num jogo onde só conseguiu colecionar o seu terceiro amarelo na prova, que o deixam a dois de uma suspensão automática de um jogo.
Feitas as contas, Gyökeres somou 11 golos e sete assistências, mas foi muito mais do que isso e em Alvalade só se pede que janeiro chegue rapidamente ao fim e que sueco, com contrato até 2028, fique, pelo menos, até final da época.