19 dias depois, a Liga Portugal volta com vários pontos em suspenso. Ruben Amorim já seguiu para Manchester, o Benfica parece viver a melhor fase da temporada e o FC Porto encontra-se num momento exatamente oposto.
Neste artigo, o Flashscore destaca cinco pontos para ter em atenção neste regresso da Liga Portugal.
A estreia de João Pereira
O líder do campeonato atravessa o maior desafio da temporada. A saída de Ruben Amorim deixou dúvidas no ar e os adeptos leoninos a questionar a forma como iria a equipa lidar com a saída daquele apontado como muitos como o grande responsável pelo sucesso do Sporting, dando ainda motivação aos rivais de que seria possível ultrapassar o atual campeão nacional.
Se as dúvidas já surgiam antes do arranque da Liga Portugal, a derrota pesada (1-5) diante do Arsenal colocou João Pereira ainda mais no centro das atenções.

O novo treinador já evidenciou diferenças em relação ao antecessor, pelo menos no que toca à comunicação, mas chegou o momento de mostrar que é capaz de lidar com as adversidades da mesma forma como o atual treinador do Manchester United.
O primeiro teste é já no sábado, em casa, frente ao surpreendente Santa Clara. Com mais seis pontos do que o FC Porto e oito do que o Benfica (as águias têm um jogo a menos), há margem para João Pereira trabalhar nas suas ideias, mas os erros têm de ser mínimos porque a concorrência está à espera do momento da fragilidade do leão.

A reação do FC Porto
A paragem depois da pesada derrota sofrida no Estádio da Luz podia ter sido benéfica para Vítor Bruno e a sua equipa regressarem com novas ideias e darem uma resposta imediata, mas o que aconteceu foi precisamente o contrário.
Se os adeptos não tinham gostado da exibição frente ao rival encarnado, gostaram ainda menos do que se seguiu. Nos 19 dias que separaram o final da jornada 11 do arranque da ronda 12, o FC Porto foi eliminado da Taça de Portugal pelo Moreirense, empatou com o Anderlecht para a Liga Europa e Vítor Bruno começou a ver os primeiros lenços brancos.

No Dragão, a vida não está fácil e o clima de contestação é grande, mas é nesta altura que os adeptos poderão descobrir se este treinador e este plantel são, efetivamente, feitos de FC Porto.
Não se pode dizer que o calendário de dezembro seja particularmente exigente, mas as deslocações a Famalicão e ao terreno do Moreirense serão verdadeiros testes de fogo para os dragões e, principalmente, para Vítor Bruno.

Benfica com a mira no dérbi
Se o FC Porto foi para a paragem em estado de sítio, o Benfica descansou em estado de euforia. A derrota, mais pela forma do que pelo resultado, em Munique, tinha deixado algumas questões na cabeça dos benfiquistas, mas as respostas foram dadas logo no jogo com os azuis e brancos.
Bruno Lage soube capitalizar essa vitória, embora não o tenha feito de imediato, distribuindo os créditos desse triunfo pelos jogadores e restante equipa técnica, numa altura em que o Benfica parece chegar a esta fase da Liga Portugal na melhor forma da temporada.

Após o triunfo no Clássico, os benfiquistas voltaram a demonstrar veia goleadora na Taça de Portugal (7-0 ao Estrela da Amadora), mas acima de tudo destaca-se a vitória no Mónaco. Apesar de não ter feito uma exibição brilhante, o Benfica venceu com contributo de habituais suplentes e Bruno Lage aproveitou para passar uma mensagem para dentro e para fora, com um discurso em pleno relvado.
Com o olho já em Alvalade e no dérbi que encerra o ano civil, o Benfica vai procurar aproveitar o calendário acessível e o regresso à Madeira para conseguir aproximar-se da liderança e afirmar-se como o mais forte candidato a lutar com o Sporting pelo título de campeão nacional.
Efeito das chicotadas psicológicas
A pausa das seleções é muitas vezes uma oportunidade de reformulação para as equipas com essa necessidade, quer seja pela alteração do treinador, quer seja pelas mudanças nas dinâmicas trabalhadas até então.
Antes e durante a paragem, houve várias equipas a fazer mexidas no corpo técnico e os primeiros resultados (bons e maus) devem ser vistos em breve.
O Rio Ave vai procurar juntar a invencibilidade caseira aos bons resultados fora de casa com Petit, que já venceu no Bessa, enquanto Gil Vicente e Estoril Praia tentam provar que nem sempre a saída dos treinadores é a solução para amealhar pontos.
Por outro lado, Vasco Seabra e Daniel Ramos estão obrigados a dar uma resposta depois de maus começos no Arouca e no AVS, respetivamente.

Fuga à cauda da tabela
Há uma clara divisão na tabela da Liga Portugal que já permite perceber, salvo quedas acentuadas, quais as equipas que vão lutar até ao final da temporada pela permanência. O regresso do campeonato será importante para conseguir ganhar distâncias a pensar desde já na segunda metade da época.
Cinco pontos separam Moreirense (8.º) e Casa Pia (9.º) e é a partir daqui que a linha entre a luta pela Europa e pela permanência pode ser traçada.

Com apenas uma vitória esta época, o Farense sabe que tem de começar a pontuar de forma mais regular para não deixar escapar o pelotão, mas esta também é uma fase de confrontos diretos.
Perante isto, destaque para o calendário do Boavista. A equipa de Bacci vai defrontar FC Porto e Sporting fora de casa, o que faz com que seja obrigatório pontuar nos confrontos diretos com Nacional, Farense e AVS.
