Reveja aqui as principais incidências da partida

Perceção é talvez a palavra que tem dominado o espaço mediático em Portugal. E o futebol não foge. Na ronda anterior, Bruno Lage saiu de Alvalade com a perceção de uma boa segunda parte diante do Sporting e pese embora o maior domínio territorial, o Benfica não fez nenhum remate enquadrado no reduto leonino.
Decidiu repetir assim a receita para a receção ao SC Braga. Orkun Kokçu surgiu como o elemento mais recuado no meio-campo, com Aursnes e Leandro Barreiro como interiores. Uma escolha tática que não surtiu efeito. Afastou o turco da área, onde pisa terrenos com mais perigo, colocou-o em dificuldades defensivas e retirou criatividade à equipa, já que ninguém espera que esta dupla de interiores construa jogadas. E se é verdade que o Benfica foi a primeira equipa a criar perigo – Pavlidis tirou Matheus do caminho, mas acertou na malha lateral – pouco mais fez no primeiro tempo.

Por seu lado, o SC Braga apareceu na Luz renovado. A atravessar uma crise de confiança em casa, mas a voar fora dela – cinco vitórias, um empate e uma derrota – o conjunto de Carlos Carvalhal apareceu com seis mudanças em relação ao desaire com Casa Pia, mas o mesmo sistema de três centrais e a lição bem-estudada. Bruma procurou as costas de Kokçu para acelerar e provocar estragos, com Gabri Martínez a voar na ala esquerda.

Letal, o conjunto arsenalista aproveitou as oportunidades. E logo com uma estreia: contratado na reabertura do mercado, Fran Navarro (17’) apareceu nas costas de Otamendi e fez o primeiro golo com a camisola do SC Braga.
O segundo foi pouco antes do intervalo, com Ricardo Horta a bater um canto na esquerda e Robson Bambu (40’) a saltar sozinho para o golo.
Consciente das amarras da equipa no primeiro tempo e da necessidade de ter mais presença na frente, Bruno Lage mudou na segunda parte. Emparelhou Arthur Cabral e Pavlidis na frente, Kokçu e Leandro Barreiro no meio-campo. A equipa mudou, ganhou outra agressividade e mais opções na frente, ficou mais perto do golo, que parecia não surgir. Alexander Bah e Di María tentaram, Arthur Cabral tentou uma primeira vez. A bancadas da Luz desesperavam até que o mal-amado brasileiro devolveu esperança aos 78’, quando recebeu à entrada da área e disparou para o fundo das redes.
Combustível para os últimos minutos, assalto total à baliza de Matheus Magalhães. Amdouni em campo, Renato Sanches de regresso após quase dois meses, Schjelderup a somar minutos, Beste no lugar de Di María. Bruno Lage não se coibiu e empurrou um Benfica para a frente de um SC Braga cada vez mais recuado – o primeiro remate na segunda parte foi de Bruma aos 89’.
No final, reinou a frustração. Na jornada em que viu o Sporting empatar em Guimarães e tinha possibilidade de eliminar a desvantagem para o principal rival, o Benfica sofreu a primeira derrota em casa na Liga. A perceção de Alvalade impediu a festa na Luz.
Homem do jogo Flashscore: Víctor Gómez (SC Braga).
