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Adepto do Sporting ficou cego de um olho, PSP reage e anuncia inquérito aos agentes

Adepto do Sporting ficou ferido nos festejos do bicampeonato, em Lisboa
Adepto do Sporting ficou ferido nos festejos do bicampeonato, em LisboaMANUEL DE ALMEIDA/LUSA

Bernardo Topa, adepto de 28 anos do Sporting, estava na zona do Saldanha com amigos, nos festejos do bicampeonato dos leões, quando foi apanhado no fogo cruzado de uma ação da PSP e ficou cego do olho esquerdo.

Bernardo Topa foi atingido pela PSP com uma bala de borracha durante os festejos, tendo ficado sem o olho esquerdo, na sequência das graves lesões.

O adepto, que vive no Porto e se deslocou a Lisboa para festejar, é comissário da TAP e foi operado para removerem parte da munição que o atingiu no olho, mais concretamente fragmentos plásticos de munições.

A avaliação inicial das autoridades foi de que a vítima tinha sido atingida com pirotecnia, até porque as lesões pareciam compatíveis com esse facto. Só quando o adepto foi ouvido pelos agentes é que relataram que houve um momento de “limpeza de área” da PSP e que a vítima foi mesmo atingida pelas balas não letais da polícia.

Além deste jovem, terão existido mais feridos de bala de borracha, tendo um deles sido atingido na zona lombar e outro nos genitais e sido assistido no Hospital de Santa Maria.

Esta terça-feira, a PSP reagiu ao incidente em nota enviada às redações, onde informou que abriu um inquérito aos agentes envolvidos.

"A operação decorreu de forma globalmente tranquila, positiva e serena, tendo-se registado no entanto algumas ocorrências pontuais, as quais lamentamos. Numa dessas situações, impôs-se a intervenção da Unidade Especial de Polícia da PSP, devido ao arremesso de artigos de pirotecnia (baterias de fogo de artifício) na direção dos polícias, tendo havido necessidade de utilização de meios coercivos por parte da PSP, incluindo o emprego de arma antimotim com recurso a bagos de borracha. Lamentavelmente, a PSP teve conhecimento de ferimentos em cidadãos, aos quais foi prestado todo o auxílio, contactando de imediato o INEM para prestação de socorro especializado e apoio médico», revelou a polícia, acrescentando: «No que concerne à resolução destas ocorrências, para além do apoio e auxílio prestados, foram também identificados os intervenientes feridos para respetiva e ulterior comunicação dos factos conhecidos ao Ministério Público, informação essa já efetuada. Quanto aos polícias intervenientes na reposição da ordem pública na Praça Duque de Saldanha, em Lisboa, foi determinada a instauração de processo de inquérito, na PSP, para apurar as circunstâncias em que tal intervenção ocorreu", pode ler-se.