Recorde as incidências da partida
O belga Michel Preud'homme esteve presente no Estádio da Luz para assistir ao Benfica - Boavista, um clássico do futebol português, mas terá ficado surpreendido com o momento atual da equipa axadrezada. Com várias caras novas no onze, mas sem Kurzawa, ausente de última hora devido a lesão, o Boavista chegou à Luz com o estatuto de lanterna vermelha e uma longa montanha para escalar para tentar a manutenção, mas nem as mexidas de Bruno Lage, que mudou da baliza ao ataque, foram suficientes para fazer sonhar os adeptos axadrezados.

Vaclik contra o mundo
O Benfica não teve de carregar depois de uma partida intensa para a Liga dos Campeões e a gestão do plantel fez-se também no relvado. Os primeiros 20 minutos foram disputados com controlo da equipa de Bruno Lage, mas sem que o domínio fosse avassalador. Belotti, Amdouni e Vaclik, em estreia na baliza do Boavista, iam começando a afirmar-se como principais figuras da partida.
O guardião checo teve uma primeira amostra do que irão ser estes meses em Portugal com uma partida em que foi várias vezes chamado a intervir, ao contrário dos colegas de ataque, que foram obrigados a missões de sacrifício para que o Boavista conseguisse ter bola, mesmo que por poucos instantes. O antigo guarda-redes do Sevilha negou golos a Belotti (18') e Amdouni (23') e foi a partir do remate do suíço, o mais perigoso até então, que o Benfica subiu os níveis de intensidade.
O jogador emprestado pelo Burnley esteve perto do 1-0 num desvio de peito ao segundo poste, após pontapé de canto, mas o autor do golo viria mesmo a ser Belotti (28'). O avançado italiano estreou-se a marcar depois de um bom trabalho de Bruma pela esquerda. O ex-SC Braga deixou Lystsov pelo caminho e ofereceu o 1-0 ao jogador emprestado pelo Como, que finalmente ganhou o duelo com Vaclik.
Desbloqueado o marcador, a equipa encarnada dominou os 15 minutos que restavam da primeira parte, mas o guardião checo continuou em grande, contando ainda com auxílio do poste, que evitou o bis de Belotti (36').
Ao intervalo, o resultado era escasso pelo domínio claro da equipa encarnada, que percebeu cedo que não teria de jogar a um ritmo altíssimo para causar dificuldades à baliza boavisteira, depois de rematar 15 vezes na primeira parte, algo que ainda não tinha acontecido na Liga esta temporada.

Vaclik e menos um contra o mundo
O que mudou da primeira para a segunda parte? O número de jogadores em campo. O Boavista ficou cedo reduzido a 10 por expulsão de Reisinho (51'), após entrada dura sobre Kokçu, e o que já estava difícil tornou-se impossível.
Obrigado a jogar quase toda a segunda parte reduzido a 10, a equipa de Lito Vidigal confiou em Vaclik para tentar evitar um resultado pesado e pode dizer-se que a estratégia axadrezada funcionou. O guardião checo manteve o nível da primeira parte e foi somando defesas consecutivas ao ponto de enervar o próprio Belotti, que teve uma ocasião clara para fazer o 2-0 aos 61'.

Ao chegar à dezena de defesas, Vaclik manteve o Boavista ligado ao resultado, ainda que a Pantera estivesse pouco ligada ao jogo - Diaby, ex-Sporting, estreou-se e rematou por cima da baliza de Samuel Soares -, mas a entrada do motivado Pavlidis (70') acabou por dar o golpe final nos axadrezados. O avançado grego faturou dois minutos depois de entrar, após assistência de Akturkoglu, que tinha entrado ao mesmo tempo.
A partir daí, a resistência boavisteira ruiu em definitivo e nem mais um par de defesas espetaculares de Vaclik evitou mais um golo encarnado. Kokçu (77') fez o 3-0 de penálti e Diogo Prioste (83') estreou-se pela equipa principal na partida que marcou o regresso do Benfica à liderança da Liga Portugal, pelo menos até domingo, altura em que o Sporting visita o AVS.
Homem do jogo Flashscore: Vaclik (Boavista)
