Baliza vai ficar orfã do número 1
Ainda não é oficial, mas restam poucas dúvidas quanto ao futuro de Bruno Varela. O guarda-redes luso-cabo-verdiano, dono e senhor da baliza do Vitória SC nas últimas cinco épocas, está a ultimar os detalhes para a saída rumo à Arábia Saudita, onde o espera um projeto financeiramente irrecusável no Al Hazm.
Varela despede-se do clube da cidade de Guimarães ao fim de 174 jogos e como uma das referências do plantel, deixando a baliza entregue ao experiente Charles, ao jovem Gui Ribeiro e ao reforço colombiano Juan Castillo.

Num setor tão sensível como o da baliza, este será um dos dossiês mais importantes que Luís Pinto terá em mãos: encontrar uma figura capaz de dar garantias semelhantes às que Bruno Varela ofereceu nas últimas temporadas.
Primeiro desafio de Luís Pinto na Liga
Após uma temporada absolutamente histórica ao serviço do CD Tondela, naquela que foi a sua primeira experiência nos escalões profissionais, Luís Pinto aceitou o desafio de dar o salto para outro patamar com as cores do Vitória SC.
A dimensão e a exigência do projeto vimaranense não têm comparação possível com a realidade que o técnico viveu nas épocas anteriores, sendo este, sem margem para dúvidas, o maior desafio da sua ainda curta carreira.

Será fundamental perceber as dinâmicas do principal escalão e o contexto muito específico em que o Vitória SC está inserido. Só assim poderá ter sucesso neste novo capítulo da sua trajetória.
Mística vitoriana e relação com adeptos
A massa associativa do Vitória SC é uma das mais apaixonadas e exigentes de Portugal. Os resultados são, naturalmente, importantes, mas há muito mais em jogo: identidade. É fundamental saber interpretar e respeitar a mística intrínseca ao emblema vitoriano.
Luís Pinto terá agora a pré-temporada para assimilar esse contexto e adaptar-se a uma nova realidade e a uma exigência muito própria. A seu favor, há um ponto que não pode ser ignorado: o jovem técnico é um excelente comunicador e parece reunir as condições ideais para que esta relação resulte num casamento perfeito.

Só assim, em uníssono, com todos a remar para o mesmo lado, poderá o Vitória SC ambicionar alcançar os seus objetivos para a época 2025/26.
Reduzir plantel e evitar saída de peças importantes
Luís Pinto conta, nestes primeiros dias de trabalho, com um plantel bastante alargado. São, ao todo, 32 jogadores, sem esquecer os elementos da equipa B que pontualmente vão marcando presença nos treinos da equipa principal. Um cenário que mostra que ainda há muito trabalho a fazer no que toca à definição do grupo de trabalho para a nova época.

Não haverá espaço para todos e, por isso, será necessário reduzir o número de opções até ao arranque oficial da temporada.
Além disso, o mercado permanece aberto e poderá trazer novas saídas. Nomes como Tiago Silva, Händel, Borevkovic e Bruno Gaspar, jogadores experientes e com peso no presente e no futuro do clube, continuam bem cotados e poderão abandonar Guimarães até ao fecho da janela de transferências. Conseguir segurar estes ativos pode revelar-se um dos dossiês mais delicados da pré-época vitoriana.
Estrutura tática
Por fim, há uma questão que certamente desperta muita curiosidade, sobretudo entre os adeptos do Vitória SC: que sistema tático irá Luís Pinto privilegiar? Uma linha de três centrais ou a tradicional defesa a quatro?
Filipe Relvas saiu para o AEK de Atenas, mas chegaram reforços para o eixo defensivo - Miguel Nóbrega (ex-Piast Gliwice), Abascal (ex-Boavista), Thiago Balieiro (ex-Leixões) e Paulo Vítor (ex-Akron Togliatti) -, que se juntam a Óscar Rivas e Toni Borevkovic. Este cenário abre espaço à possibilidade de uma linha mais reforçada no centro da defesa, permitindo ao treinador explorar diferentes sistemas.
Durante a sua passagem pelo Tondela, Luís Pinto alternou entre as duas estruturas, mostrando-se sempre flexível e disposto a ajustar a sua equipa consoante a estratégia e o adversário.