Mais

Análise: O perfil de Clayton e o que pode dar a FC Porto e Sporting

Clayton em ação em Alvalade
Clayton em ação em AlvaladeRio Ave
O avançado tem sido um dos destaques do Rio Ave esta temporada. Está apenas atrás dos titulares dos habituais três grandes e foi associado a uma mudança para FC Porto e Sporting na próxima temporada.

Com 17 golos em 31 jogos, Clayton está a fazer a temporada mais produtiva da carreira. Depois de um regresso ao Brasil, para jogar no Vasco da Gama, que não teve o efeito desejado, o avançado de 26 anos regressou ao futebol português para ser o nome de destaque no Rio Ave.

Na Liga leva 13 tentos e só é superado pelos titulares dos três grandes: Viktor Gyökeres (31 golos), Samu Aghehowa (16) e Pavlidis (14). E o destino de Clayton poderá muito bem ser um dos emblemas de topo do futebol luso.

Esta sexta-feira, o Record deu conta do interesse do Sporting, que assim se junta ao FC Porto na tentativa de garantir o passe do avançado de 26 anos. Depois de acionar a opção de compra de 3 milhões de euros, o Rio Ave pretende receber pelo menos 10 milhões de euros e a operação pode mesmo vir a ser concretizada.

Por motivos diferentes, Sporting e FC Porto vão ter mudanças no ataque, com a provável saída dos habituais titulares. Por isso, o Flashscore decidiu fazer uma comparação, recorrendo aos números da Opta.

Samu Aghehowa

Visto como um grande golpe de mercado, Samu é agora uma questão para o FC Porto. O avançado de 20 anos não encaixa na ideia de jogo de Martín Anselmi e com André Villas-Boas a respaldar o treinador para a próxima época, a hipótese de realizar um bom encaixe financeiro no verão é apelativa, já que o avançado tem mercado na Europa (chegou a ser cobiçado pelo Chelsea no verão).

Com 22 golos em 36 jogos, está a fazer a melhor temporada da carreira, mas no ano civil de 2025 (15 jogos) foram apenas quatro tentos. Olhando para os dados da Opta, Samu salta à vista como um avançado mais de área (5,8 toques na área contrária por 90 minutos), melhor pelo ar (2 duelos ganhos por 90 minutos) e tem também uma melhor média de golos (0,75 por jogo).

Já Clayton oferece outras valências e é melhor em drible (2,8 tentativas por jogo) e depois destaca-se no trabalho de pressão: tem 3,1 ações defensivas por jogo. No que toca às semelhanças, ambos têm uma média de 3 remates por jogo e tocam poucas vezes na bola.

Se no caso do Clayton isso pode ser explicado pelo facto de o Rio Ave não ter tanto caudal ofensivo, Samu é o retrato de um avançado algo desligado da equipa que é, na sua essência um finalizador de área. No fundo, a opção pelo brasileiro em relação ao espanhol seria uma mudança de perfil.

A comparação feita pela Opta
A comparação feita pela OptaOpta by Stats Perform

Viktor Gyökeres

Ao fazer esta comparação é preciso ter em conta que Viktor Gyökeres é, talvez, o jogador mais disruptivo do campeonato. E por isso mesmo deverá dar o salto no verão para um campeonato de maior nomeada.

O sueco tem uma média superior a um golo por jogo (1,23), faz quase cinco remates por partida (4,5) e tem quase 11 toques na área adversária (10,8), sendo que também consegue criar 2,2 oportunidades por jogo e tenta 4,4 dribles por cada 90 minutos.

É difícil fazer uma comparação, mas Clayton apresenta algumas parecenças na quantidade de dribles, fruto também do ataque à profundidade que o Rio Ave lhe pede para fazer. Em termos defensivos são semelhantes com 2 bolas recuperadas por jogo (Gyökeres tem 2,5) e em termos aéreos demonstram dificuldades (pouco mais de um duelo pelo ar conquistado por partida).

No fundo, Clayton apresenta-se como um molde mais semelhante a Gyökers, capaz de procurar mais profundidade, mas sem tanta qualidade na finalização. Neste caso, a mudança não seria tão radical para o Sporting, pelo menos em termos de perfil.

A comparação entre Clayton e Gyökeres
A comparação entre Clayton e GyökeresOpta by Stats Perform

Não obstante o facto de Clayton parecer ainda algo curto para ser titular em FC Porto e Sporting, o avançado seria decerto uma adição interessante a ambos os clubes. Se no FC Porto significava uma mudança no perfil ofensivo, no Sporting dava a Rui Borges uma possibilidade de ter mais uma arma forte no ataque à profundidade.