Depois de quase nove anos em Espanha, para onde rumou em 2017, oriundo do Nacional, reforçando o Granada, Rui Silva regressa agora ao futebol português e pela porta grande, a do campeão nacional.
Mas, afinal, quem era Rui Silva, que deixou o emblema madeirense, e quem é atualmente o mais provável titular da baliza do Sporting de Rui Borges? O Flashscore traz-lhe o perfil do guarda-redes de 30 anos, natural da Maia, traçado por David Olivares, editor do Flashscore Espanha.

Rui Silva chegou a Espanha em janeiro de 2017. Chegou ao Granada oriundo do Nacional da Madeira. No seu primeiro ano e meio, em que o clube Nazarí foi despromovido à segunda divisão e teve uma época de transição na categoria de prata, praticamente não desempenhou qualquer papel. Foi sob as ordens de Diego Martínez (atual treinador do Las Palmas), em 2018/2019, que se tornou um jogador essencial para o Granada, conseguindo o regresso à primeira divisão e jogando mais duas épocas na elite.
Em 2019/2020, a equipa terminou em sétimo lugar, chegou às meias-finais da Taça do Rei e qualificou-se para a Liga Europa. Na temporada seguinte, na Europa, o Granada fez história ao chegar aos quartos de final, onde perdeu com o Manchester United. Antes disso, tinha eliminado o Nápoles e passado a fase de grupos contra o PSV Eindhoven. Estas prestações valeram-lhe a estreia pela Seleção Nacional, a 9 de junho de 2021, contra Israel.
Dois dias depois, Rui Silva assinou pelo Betis. Em Heliópolis, teve uma dura competição com Claudio Bravo, com quem partilhou os minutos quase 50/50. Apesar de o guarda-redes da Maia não ter participado na final, os Verdiblancos conquistaram a sua terceira Taça do Rei, derrotando o Valência no desempate por grandes penalidades em La Cartuja, em Sevilha. Além disso, o Betis terminou em quinto lugar na LaLiga e chegou aos oitavos de final da Liga Europa, competição em que desempenhou um papel de destaque na baliza.

Na época de 2022/2023, seguiu-se o mesmo cenário. Partilhou minutos com Bravo, embora sem títulos. O Betis terminou em sexto lugar na LaLiga e na Liga Europa voltou a passar aos oitavos de final. Desta vez, foi o Manchester United e não o Eintracht que pôs fim ao sonho do Betis e Rui Silva jogou na competição continental.
Na época 2023/2024, Rui Silva continuou a ganhar presença, em detrimento do chileno na baliza. No entanto, foi um ano turbulento nas competições europeias. Na Liga Europa, num grupo teoricamente fácil, o Betis terminou em terceiro lugar, atrás do Rangers e do Sparta de Praga, e foi afastado da Liga Conferência, onde outro adversário teoricamente inferior, o Dínamo de Zagreb, os mandou para casa à primeira. No campeonato, o clube terminou em sétimo lugar.
Nesta época de 2024/2025, Rui Silva arrancou como titular, mas uma lesão no ombro afastou-o do onze inicial e a derrota contra a Real Sociedad, a 1 de dezembro, foi o seu último jogo como jogador do Betis. Além disso, Adrián San Miguel estava a ganhar-lhe terreno na Liga Conferência. Rui Silva deixou Espanha com 128 jogos pelo Granada e 147 golos sofridos, e 114 jogos pelo Betis e 131 golos sofridos.
A comparação com Franco Israel
Rui Silva é o terceiro jogador a trocar diretamente o Betis pelo Sporting. Os dois primeiros tiveram sucesso em Alvalade. Piccini fez 40 jogos oficiais, com Feddal a acrescentar mais 60 partidas.
Olhando à comparação com Franco Israel, o habitual titular dos leões esta temporada, o uruguaio tem menos golos sofridos (9) que Rui Silva (18), embora em clubes com diferentes ambições nos respetivos campeonatos.
Olhando aos remates enquadrados defendidos, o português leva a melhor. Em 54 disparos encarados defendeu 37 e um diferença positiva de 1.4. Franco Israel começa a ter problemas aqui, já que o diferencial é negativo (-2.0) sendo que foi o que menos remates encarou (25) e o que menos defesas fez (16).
Como equipa grande, o Sporting joga muitas vezes com uma linha subida. Apesar de ter centrais capazes de controlar as costas, os leões também precisam de contar com um guarda-redes eficaz na hora de controlar a profundidade.
Esta é uma métrica que não é fácil de adivinhar, já que por norma as equipas de pequena e média dimensão não jogam tão subidas, mas os dados aqui apresentam uma ligeira surpresa.
Rui Silva é o guarda-redes que joga mais à frente (ações defensivas a uma média de 17,2 metros da linha de baliza) e o que mais faz fora da área (uma média de 2,07 por jogo). Números superiores aos de Franco Israel (joga a 10,3 metros da linha de baliza e só tem uma média de 0,36 ações fora da área por jogo).

Franco Israel acaba por levar vantagem na capacidade de jogar com os pés. O uruguaio completou mais passe (89,4%), sendo que em termos de bolas curtas (até 13 metros) não falhou (100%) e mesmo nas bolas longas (superiores a 35 metros) consegue acertar mais de metade das vezes (54,5%). Em termos dos passes de média distância (entre 13 e 27 metros), acerta 98% das vezes. Segue-se Rui Silva, com uma percentagem de passes certos a rondar os 78,6%. O guardião do Betis é imaculado nas distâncias curtas e médias, mas perde em termos de bolas longas (45,8%).
