Recorde as incidências da partida

O Sporting partia para a receção ao Gil Vicente a três pontos do rival e líder do campeonato, o Benfica, que tinha vencido na deslocação ao Estoril (1-2). Além disso, havia uma certeza e uma dúvida (pelo menos para quem estava de fora). Se Rui Borges estava obrigado a mudar no eixo defensivo, em virtude do castigo de Diomande — entrou St. Juste para o lugar —, havia uma grande dúvida em torno da composição do meio-campo: Hjulmand estava à bica e acabou mesmo por ser afastado do onze, dando o lugar a Morita.
O treinador leonino passou a ideia de já estar a pensar no jogo do próximo fim de semana, mas ainda havia um jogo antes. E que jogo...
Erro de St. Juste
A responsabilidade estava (quase) toda do lado do Sporting. Com o campeonato a aproximar-se do seu final, os leões não queriam perder o rasto do Benfica, na semana que antecedia o encontro entre os dois grandes de Lisboa na Luz, e não abdicaram dessa ideia, pelo menos nos primeiros minutos.
Francisco Trincão criou duas excelentes oportunidades no primeiro quarto de hora de jogo, mas sem conseguir assustar verdadeiramente o guarda-redes Andrew, evidenciando algumas dificuldades na definição no último terço perante um bloco muito bem organizado. Gyökeres, tantas vezes o abono da equipa, teve uma marcação especial e não teve espaço para brilhar. Mérito para a linha defensiva gilista.

No outro lado do campo, o Gil Vicente, orientado por César Peixoto, apostava nas transições e foi num desses momentos que conseguiu gelar Alvalade, muito por culpa de uma displicência de uma das novidades no onze de Rui Borges: St. Juste.
O central neerlandês, colocado no centro da linha de três centrais, revelou algumas dificuldades na leitura de jogo e cometeu um erro grosseiro que resultou numa grande penalidade a favor do Gil Vicente.
Aos 23 minutos, o defesa leonino rasteirou Mutombo e o árbitro, depois de rever as imagens no vídeo-árbitro (VAR), não teve dúvidas em assinalar a grande penalidade, que viria a ser convertida por Félix Correia.
Organização gilista
A primeira parte tinha sido desoladora para os adeptos leoninos. O Sporting ganhava na posse de bola e no número de remates, mas terminou o primeiro tempo com zero remates enquadrados com a baliza contrária. Era preciso mais, muito mais, para os leões encontrarem o caminho por onde o Benfica fugira na liderança.
Sem conseguir contrariar a boa organização do Gil Vicente, Rui Borges procurou soluções no banco pouco depois da hora de jogo e lançou de uma assentada Quenda, Harder e... Hjulmand. Afinal, o médio dinamarquês era necessário (também) para este jogo. No entanto, foi muito difícil para os homens de Rui Borges encontrarem espaço. E o relógio era o pior inimigo.

O Sporting era dono e senhor da bola e foi procurando entrar por todos os caminhos, sempre com muita dificuldade, até que conseguiu furar através de Maxi Araújo, que apareceu sozinho, aos 81 minutos, para rematar de primeira e fazer o 1-1. Seguiu-se uma oportunidade de ouro para virar o jogo, com uma bola de Trincão ao poste aos 87 minutos, e um último momento de profunda inspiração.
Aos 90+2 minutos, Eduardo Quaresma, que subiu ao ataque nos minutos finais, acertou um remate potente de longa distância, sem hipóteses para o guarda-redes do Gil Vicente. O estádio de Alvalade explodiu de alegria, não só pela beleza do golo, mas também pela importância que teve para o Sporting, que assim manteve viva a sua esperança verde e branca na luta pelo título.
Homem do jogo Flashscore: Eduardo Quaresma (Sporting)
