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Apresentação de Farioli: "Tenho consciência do desafio, o presidente foi muito claro"

Farioli (direita) apresentado ao lado de Villas-Boas
Farioli (direita) apresentado ao lado de Villas-BoasESTELA SILVA/LUSA
Leia abaixo as declarações de Francesco Farioli durante a conferência de apresentação como novo treinador do FC Porto, realizada esta segunda-feira.

Apresentação: "Em primeiro lugar, obrigado pelas palavras e pela responsabilidade que me deram e à equipa técnica. É um prazer para mim representar uma instituição tão icónica do futebol português e europeu. Desde o primeiro momento quisemos avançar com muita ambição, conhecendo os desafios que vamos encontrar. Queremos trazer de volta a identidade do clube que pode representar uma região e é isso que me faz sentir que é o sítio certo e a fase certa na minha carreira. Queremos devolver o FC Porto ao seu lugar".

Expectativas: "A oportunidade é ótima, o clube é uma instituição e um histórico. Já vi todas as imagens, os troféus, que o presidente fez e o que o Mourinho fez, provando que podemos ser treinadores de sucesso sem ter uma carreira profissional prévia. O próprio clube representa muito em termos de mentalidade e espírito, vi um jogo da Liga dos Campeões aqui há quatro anos, encurralaram o Inter nos últimos minutos para dar a volta ao jogo e é isso que queremos trazer de volta ao clube. Sei que não me conhecem bem, mas sou um treinador muito apaixonado, quero ser muito ativo e representar a equipa com este tipo de mentalidade. São os elementos-chave para mim do que vamos fazer durante os treinos, mentalidade, intensidade, com padrões muito claros e elevados. Neste nível, tudo o que não for bem abordado vai ter um custo e não temos tempo para perder nada. Queremos ganhar e ter sucesso e temos que estar ao mais alto nível".

Maior desafio da carreira e objetivos: "Começo pela última parte. O primeiro objetivo é estabelecer o padrão, porque no final de contas temos todos os maiores objetivos. Fazemos este trabalho porque gostámos de ganhar jogos e títulos, eu sei o que é necessário para ganhar e ser competitivo. Se olharmos para longe e esquecermo-nos do próximo passo, podemos cair. O caminho que temos que seguir é um longa jornada, acreditámos que podemos disputar mais de 50 jogos, por isso para podermos disputar tantos jogos temos que começar a trabalhar com muita vontade, união e espírito. Há uma palavra portuguesa que uso em inglês e que soa ainda melhor e é isso que temos de ter, mentalidade. Se este for o maior capítulo da minha carreira, o sítio onde estamos representa o maior desafio de sempre, porque olhar longe no futuro é preciso estar bem ligados no presente. E o presente hoje é o FC Porto. Não me posso esquecer da minha viagem e dos passos que dei nos clubes anteriores, no Nice, na Turquia, todos eles representam muito para mim e vou guardá-los porque há naturalmente uma ligação emocional. Estar aqui a representar esta nova cidade e estas cores representa muito para nós. Acredito que estamos no sítio certo".

Acredita que começa do zero?: "Tenho consciência do desafio. Ainda antes da entrevista, a minha análise ao clube e situação atual foi bastante aprofundada. Só sabemos ao certo quando entrarmos em campo, mas o presidente foi muito claro durante as reuniões e transmitiu uma análise ainda mais aprofundada. Sabíamos que tinha acabado de tomar uma decisão, estabelecemos uma relação muito rápida quanto a áreas de intervenção. Há muitos aspetos diferentes, dos mais difícil aos mais fáceis. Queremos recuperar o futebol com a nossa presença e trabalho no centro de treinos, reformatar o ambiente de trabalho. Porque precisámos de condições de trabalho para aproximar os jogadores e criar um ambiente onde se sintam confortáveis. Desde o primeiro momento passamos muitas horas a tentar entender os papéis de cada jogador, entre outros aspetos. A mentalidade que todos temos na abordagem dos próximos passos demonstrou um grande alinhamento. Ainda há o mercado, muitos aspetos diferentes, e o campo de treino. Gosto de dar uma oportunidade a todos os jogadores, de me conhecerem, já tenho uma ideia, mas não quero chegar com preconceitos. Quero começar de novo, avaliar e ser direto e honesto na minha avaliação".

Alvos identificados no mercado: "Sim, temos uma ideia clara das posições a melhorar, é algo que o presidente vai falar em maior detalhe. Na minha experiência recente tive algumas surpresas, por vezes temos a ideia que o jogador não vai chegar a um determinado nível e depois é o melhor jogador da equipa no fim da época e alguns jogadores adorámos pela análise de vídeo e pode demorar algum tempo até chegar ao nível que queremos. No final de contas, precisamos de uma análise clara e de abertura para perceber como o jogador pode desempenhar o seu papel com um diferente treinador".

Obrigado a ganhar esta época: "É um sítio confortável para mim porque é trabalhar ou trabalhar. Para chegar onde disse só há um caminho, que é trabalhar muito. As pessoas que vêm comigo na equipa técnica e as pessoas que conheci no clube transmitiram-me coisas importantes para se comprometerem neste projeto, tive todo o apoio do presidente nos passos que temos de dar. Estamos todos juntos para conseguir o melhor para o FC Porto".

Estilo de jogo: "É normal que quando abordamos uma nova época haja vontade de ver coisas novas e uma nova forma de jogar. Cada treinador representa uma certa forma de pensar e fazer coisas, não me compete julgar o que foi feito antes. O clube tomou uma decisão, faz parte do nosso percurso enquanto treinador que estamos sempre a ser avaliados. O que concordámos com o presidente foi que já viu muitos jogos meus, foi a primeira vez desde que comecei a treinar que não foi preciso mostrar vídeos da minha forma de trabalhar, foi apenas uma conversa sobre futebol e chegar a acordo quanto a uns detalhes. Queremos ver esta mentalidade clara e aberta. Acredito que a equipa quer ter a bola, controlar o jogo e depois com diferentes experiências e treinadores, uma das melhores partes do nosso trabalho é ter uma ideia clara do que acreditas, mas mais do que impor a tua ideia é as pessoas acreditaram no que queres fazer. É importante ter margem de adaptação ao campeonato, aos jogadores e a história é sempre diferente. Aprendi muito no meu curto percurso como treinador principal, temos de ser flexíveis o suficiente para fazer pequenas adaptações. Verão muitas coisas dos jogos anteriores, mas com melhorias e margem de adaptação". 

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