Na corrida ao 39.º título da sua história, as águias viram o rival Sporting conquistar um bicampeonato, que lhe escapava há 71 anos, e muito por culpa própria, com desilusões sucessivas em momentos capitais da competição.
Depois de um arranque sofrível - com a perda de cinco pontos em quatro jornadas -, a direção encarnada despediu o mal-amado Roger Schmidt, que tinha falhado todos os troféus em 2023/24, e procurou uma fórmula que tinha dado resultados.
O treinador Bruno Lage pegou na equipa já em andamento, tal como em 2018/19, mas agora logo à quinta jornada, e ainda houve esperança para os encarnados, apesar dos cinco pontos de atraso para o já líder Sporting.

Lage conseguiu uma importante série de oito vitórias consecutivas e chegou a estar a dois pontos dos leões e ainda com um jogo em atraso.
A recuperação benfiquista contou com um abaixamento do Sporting, face à saída do Ruben Amorim e a entrada de João Pereira, com os leões a perderem oito pontos em 12 possíveis.
Quase a terminar a primeira volta, o Benfica esteve, pela primeira vez na frente, à 15.ª jornada, com mais um ponto, mas na visita ao Estádio José Alvalade, caiu novamente para segundo, após perder diante do Sporting (1-0), que estreava o terceiro treinador, Rui Borges.
O resultado até seria importante para o confronto direto entre os dois emblemas, mas a viragem para a segunda metade do campeonato foi catastrófica para as águias, que ainda perderam na 17.ª jornada com o SC Braga (2-1) e na 19.ª com o Casa Pia (3-1).
O Sporting, que passou a ter mais seis pontos, só não embalou para uma vantagem significativa, porque também sofreu três empates seguidos e deixou tudo igual à 23.ª jornada (ambos com 53 pontos).
Em contrapartida, o Benfica embalou para a sua melhor série, de nove vitórias, e voltou a ter oportunidade de ouro, com nova liderança à 28.ª jornada (goleou no Dragão, 4-1, e o Sporting empatou em casa com o Braga, 1-1).

Com a chave na mão, as águias não tiveram lucidez (ou argumentos) para manterem tão importante vantagem e um empate em casa com o Arouca voltou a ter os dois rivais empatados na frente.
Contexto que projetava cada vez mais as decisões para o dérbi da Luz - com o Benfica a precisar de contrariar o confronto direto -, mas, uma vez mais, em momento capital, a equipa falhou.
O jogo morno dos encarnados e um subsequente empate (1-1) deixou o título na mão do Sporting, que na 34.ª ronda só dependia de si e acabou com mais dois pontos.
Lage não conseguiu repetir a proeza de 2018/19, numa equipa construída com falhas - sem solução no lado direito da defesa e com a adaptação de Tomás Araújo, face à lesão de Bah -, e na qual a maior figura acabou por ser o grego Vangelis Pavlidis, com 19 golos no campeonato (de um total de 29 em todas as competições).