Depois de fechar o pódio em 2023/24, na última das sete épocas do treinador Sérgio Conceição, a primeira temporada completa de André Villas-Boas como presidente acabou como novo terceiro posto, após as apostas falhadas em Vítor Bruno e Martín Anselmi, e os dragões voltaram aos anos 70 do século passado.
A derradeira ocasião em que os portistas tinham acabado duas épocas seguidas abaixo do segundo posto datava de 1975/76 e 1976/77, com um quarto lugar na primeira temporada, a pior classificação do último meio século, e um terceiro na segunda.
Desde 1977/78, época em que acabaram com 18 anos de seca*’ sem arrebatar o campeonato (desde 1958/59), o FC Porto nunca tinha vivido dois anos seguidos sem, pelo menos, um segundo lugar, o que, nas circunstâncias atuais, custa voltar a falhar a Liga dos Campeões e perder muitos milhões de euros.
Na primeira época desde 1982/83 iniciada sem Jorge Nuno Pinto da Costa ao leme, o FC Porto até teve um começou auspicioso, ao conquistar a Supertaça Cândido de Oliveira, após sensacional reviravolta de 0-3 para 4-3 com o Sporting.
André Villas-Boas, vencedor como treinador portista da Liga Europa em 2010/11, apostou em Vítor Bruno para suceder a Sérgio Conceição, de quem era adjunto, mas chicoteou-o após 18 jornadas, saldadas com 13 vitórias, um empate e quatro derrotas.

A formação portista, que podia ter fechado a primeira volta na frente, o que não conseguiu porque falhou o triunfo no reduto do Nacional (0-2, à 17.ª ronda), seguia, então, no terceiro lugar, a apenas um ponto do Benfica e quatro do Sporting.
O pesado desaire na Luz por 4-1 (11.ª ronda), já depois da derrota em Alvalade por 2-0 (quarta), esteve, porém, sempre a ‘pairar’ e, quando ao desaire na Choupana (17.ª) se seguiu nova derrota, por 3-1, em Barcelos (18.ª), a abrir a segunda volta, André Villas-Boas ‘desistiu’ do ex-ajunto de Conceição.
Depois de um jogo de José Tavares como interino, saldado por um empate na receção ao Santa Clara (1-1), chegou, dos mexicano do Cruz Azul, que vai disputar em junho a final da Champions da CONCACAF, o desconhecido argentino Martín Anselmi.
O técnico trouxe ideias novas, nomeadamente um novo esquema táticos, com três centrais, mas, no entretanto, o FC Porto também vendeu dois dos melhores jogadores, Galeno (ao Al Ahly, da Arábia Saudita) e Nico González (ao Manchester City).
Com Anselmi, os dragões nunca se encontraram e, entre falhanços sucessivos também nas outras provas, foram ficando cada vez mais longe dos dois primeiros e chegaram mesmo a perder momentaneamente o terceiro posto para o Sporting de Braga.
Com a ajuda dos arsenalistas na parte final, o FC Porto ainda conseguiu resgatar o último lugar do pódio, e ‘fintar’ o quarto posto de 1975/76, mas foi apenas um mal menor, pois, desde essa época, só tinham ficado abaixo do segundo posto em 1976/77, 1981/82, 2001/02, 2009/10, 2013/14, 2015/16 e 2023/24.
Nos 15 jogos sob o comando do argentino, os dragões somaram nove vitórias, três empates e três derrotas, com 23 golos marcados e 15 sofridos, para um total de 30 pontos, de 45 possíveis.
Pela negativa, destaque, especialmente, para novo desaire por 4-1 com o Benfica, este no Dragão, à 28.ª jornada, num jogo marcado pelo hat-trick do grego Vangelis Pavlidiis.
Feitas as contas, o FC Porto fechou com 22 vitórias, cinco empates e sete derrotas (65-30 em golos), para um total de 71 pontos, a 11 do campeão Sporting e nove do vice Benfica, e com mais cinco do que o SC Braga, quarto colocado.