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Balanço da Liga: FC Porto instável repete terceiro lugar em época de mudanças

A equipa do FC Porto
A equipa do FC PortoFC Porto
O FC Porto repetiu a terceira posição de 2023/24 e voltou a ficar distante da corrida pelo título na Liga, apesar das mudanças técnicas e estruturais implementadas na primeira temporada da presidência de André Villas-Boas.

Sucessor do já falecido Pinto da Costa, líder durante 42 anos e 15 mandatos, de 1982 a 2024, o ex-treinador dos dragões prometeu logo lutar por cada troféu e reconquistar o campeonato pela primeira vez desde 2021/22, mas, no terço final de 2024/25, assumiu atravessar um ano zero na reestruturação desportiva, financeira e institucional do clube.

O FC Porto arriscou-se a falhar o pódio 49 anos depois, mas fechou em terceiro, com 71 pontos, contra 82 do bicampeão Sporting, 80 do Benfica, segundo, e 66 do SC Braga, quarto, para entrar diretamente na Liga Europa pela segunda temporada seguida.

A pior marca pontual desde 2004/05 em campeonatos disputados por 18 clubes implicou nova ausência da Liga dos Campeões, na qual os dragões não falhavam duas edições sucessivas há quatro décadas, quando a prova se designava como Taça dos Campeões.

Depois de sete épocas com Sérgio Conceição, o FC Porto promoveu com polémica Vítor Bruno a técnico principal, num defeso marcado pela saída de quatro unidades influentes do passado recente, tais como o central e capitão Pepe, que acabou a carreira, o extremo Francisco Conceição, filho do ex-treinador, e os avançados Taremi e Evanilson.

Os azuis e brancos entraram com três vitórias, mas vacilaram à quarta jornada, quando perderam em Alvalade (2-0) e viram fugir no topo o Sporting, face ao qual tinham logrado o único troféu em 2024/25, ao inverterem uma desvantagem de três golos na Supertaça.

O terceiro lugar do FC Porto
O terceiro lugar do FC PortoFlashscore

Foi a primeira de sete derrotas do FC Porto, que não perdia tanto desde 2015/16, obteve um ponto em 12 possíveis ante os rivais e sofreu duas goleadas por 4-1 do Benfica - não apontava quatro golos ao rival na Liga há 60 anos e só tinha feito isso fora em 1942/43.

Os ‘dragões’ foram guiados por técnicos distintos nesses duelos, pois o argentino Martín Anselmi saiu em litígio dos mexicanos do Cruz Azul para render Vítor Bruno, demitido em janeiro, após desaires fora com Nacional (2-0), na 17.ª ronda, e Gil Vicente (3-1), na 18.ª.

O FC Porto falhou nessas duas alturas a hipótese de se isolar no topo pela primeira vez desde o derradeiro título e esteve cinco jornadas seguidas sem ganhar, ciclo jamais visto desde 1981/82, descolando em definitivo dos rivais lisboetas e agravando a contestação.

As saídas de Nico González e Galeno no inverno reequilibraram as contas da SAD, mas baralharam os planos de Anselmi, inflexível quanto à aposta em três centrais, num plantel desvalorizado, com rendimento irregular, relatos de indisciplina e tensão com as claques.

O ponta de lança espanhol Samu, com 19 golos, e o dianteiro Rodrigo Mora, autor de 10 tentos e quatro assistências na sua estreia como sénior, quase toda efetuada antes da maioridade, foram os principais destaques de uma campanha ‘azul e branca’ titubeante.