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Balanço da Liga: Rui Borges voltou a Amorim e acabou invicto

Rui Borges com o troféu de campeão
Rui Borges com o troféu de campeãoSporting CP
Rui Borges chegou ao Sporting convicto de que era possível ser campeão nacional de futebol com as suas ideias, nomeadamente o 4-4-2, mas, sete jogos volvidos, teve de infletir e voltar a Ruben Amorim para chegar ao cetro.

Esse regresso ao sistema de três centrais, que foi sempre a cara do agora treinador do Manchester United, esse ato de rendição, terá sido a chave para o sucesso do ex-técnico do Vitória SC, num percurso sem qualquer derrota.

O técnico contratado ao Vitória SC, certamente mais pelo que fez na Liga Conferência do que no campeonato luso, somou 13 vitórias e seis empates, com 45 golos marcados e 17 sofridos, para um total de 45 pontos, em 57 possíveis.

A ausência de qualquer desaire é, sem dúvida, a principal marca do trajeto do Sporting na Liga sob o comando de Rui Borges, que, no entanto, nunca se aproximou do nível exibicional da primeira metade da temporada, com Ruben Amorim.

Se Amorim venceu os seus 11 jogos, e sempre por mais de um golo de diferença, Borges, de 43 anos, cedeu seis igualdades e ganhou três vezes de forma tangencial, para apenas três vitórias por mais de dois golos, contra as sete do antecessor.

Sporting terminou no 1.º lugar
Sporting terminou no 1.º lugarFlashscore

“Eu não gosto de fazer comparações, e vocês também não deviam fazer, à era Amorim, ou de quem quer que seja”, disse, em conferência de imprensa, Rui Borges, numa declaração que se percebe, ou não perdesse em todas as que fossem feitas.

Ainda assim, Rui Borges é campeão e pode mesmo dizer que foi o treinador que mais pontos somou desde a sua chegada – começou a um ponto do Benfica e com os mesmos do FC Porto, e acabou dois acima das águias e com mais 11 do que os dragões.

O técnico natural de Mirandela estreou-se à 16.ª jornada e logo num dérbi, em Alvalade, face ao então líder Benfica. Logo a abrir, Rui Borges cortou com os três centrais, apostando numa linha defensiva de quatro, e saiu-se muito bem.

Um golo do moçambicano Geny Catamo, aos 29 minutos, selou o triunfo dos leões, que, assim, recuperaram o primeiro lugar, perdido na curta, mas desastrada, passagem de João Pereira pelo comando da equipa, entre as rondas 12 e 15.

Depois de um começou auspicioso, Rui Borges quase perdeu ao segundo jogo, no regresso a Guimarães, a fechar a segunda volta, depois de ver o Vitória virar de 1-3 para 4-3. Valeu um golo de Francisco Trincão, já aos 90+5 minutos.

O Sporting segurou, ainda assim, o título de campeão de inverno, porque o FC Porto falhou na Choupana (0-2), conseguindo depois três vitórias afirmativas, no reduto do Rio Ave (3-0) e na receção a Nacional (2-0) e Farense (3-1).

A formação leonina ficou seis pontos acima do Benfica e parecia de novo embalada para o título, só que, falhou nas três rondas consecutivas, saldadas com outros tantos empates, com FC Porto (1-1 fora), Arouca (2-2 em casa) e AVS (2-2 em casa).

No Dragão e na Vila das Aves, o Sporting cedeu a igualdade nos descontos, no reduto do AFS já com uma mudança significativa no esquema tático, abdicando do seu sistema de quatro defesas e regressando aos três centrais de Amorim, que não mais abandonou.

Seguiram-se quatro triunfos consecutivos, todos com três golos marcados, face a Estoril Praia (3-1 em casa), Casa Pia (3-1 fora), Famalicão (3-1 em casa) e Estrela da Amadora (3-0 fora), com sete golos de Gyökeres, incluindo cinco penáltis.

À 28.ª ronda, o Sporting voltou, porém, a empatar, na receção ao SC Braga (1-1), culpa de um golo de Afonso Patrão, já aos 87 minutos, e perdeu a liderança, recuperada logo na ronda seguinte, oferta do Benfica (2-2 com o Arouca).

Os últimos resultados
Os últimos resultadosFlashscore

Os verde e brancos replicaram com mais quatro triunfos consecutivos, perante Santa Clara (1-0 fora), Moreirense (3-1 em casa), Boavista (5-0 fora) e Gil Vicente (2-1 em casa), este último com Eduardo Quaresma a salvar aos 90+3 minutos.

A formação leonina chegou, assim, à Luz na frente e, no jogo do título, não convenceu, mas aproveitou da melhor forma um golo madrugador de Trincão para conseguir um empate (1-1) que lhe deu luz verde para o título, selado na última ronda, por magia, na receção ao Vitória (2-0), a ex-equipa de Rui Borges.