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Chelsea já investiu quase 345 milhões de euros em transferências junto de clubes portugueses

Geovany Quenda vai jogar no Chelsea
Geovany Quenda vai jogar no ChelseaMANUEL FERNANDO ARAUJO/LUSA
Os ingleses do Chelsea já investiram 344,6 milhões de euros (ME) junto de clubes portugueses pela contratação de 16 futebolistas, num lote ampliado na quarta-feira por Geovany Quenda e Dário Essugo, ambos oriundos do Sporting.

O campeão nacional e líder da Liga transferiu o extremo Quenda, de 17 anos, por 50,8 ME fixos, mais 1,4 ME em variáveis, enquanto o médio Essugo, de 20 anos, custou 22,3 ME aos blues, que poderão ter despesas de 74,4 ME na globalidade dos dois negócios.

Se Geovany Quenda, que chegou ao pódio das maiores vendas do Sporting e passou a ser o futebolista abaixo dos 18 anos mais caro da modalidade, só rumará ao Chelsea na temporada 2026/27, Dário Essugo chega já no próximo verão, após finalizar a passagem pelos espanhóis do Las Palmas, aos quais foi emprestado no arranque desta temporada.

O valor combinado dos dois jovens formados em Alvalade é inferior à transferência mais alta entre Chelsea e clubes portugueses, que foi efetuada em janeiro de 2023, quando o médio Enzo Fernández se tornou o reforço mais caro da história dos blues, ao deixar o Benfica por 121 ME, semanas depois de ter conquistado o Mundial2022 pela Argentina.

Enzo, Quenda e Essugo foram contratados sob administração do consórcio encabeçado pelo empresário norte-americano Todd Boehly, que adquiriu o Chelsea há três anos em sucessão de Roman Abramovich, cidadão russo com passaporte português, que havia passado a ser alvo de sanções europeias, motivadas pela invasão da Rússia à Ucrânia.

Os números de Quenda
Os números de QuendaFlashscore

Entre 2002 e 2023, Abramovich ajudou a mais do que duplicar o palmarés londrino, que passou de 15 para os atuais 36 troféus, juntando cinco campeonatos - a única vitória até então remontava a 1954/55 -, mais duas Ligas dos Campeões, duas Ligas Europa, uma Supertaça europeia e um Mundial de clubes, enquanto sobressaía a nível de despesas.

As primeiras conquistas dessas duas décadas foram obtidas sob orientação do treinador português José Mourinho, que chegou no verão de 2004, logo após ter sido campeão europeu pelo FC Porto, e levou consigo quatro futebolistas oriundos do futebol nacional.

Se o defesa central Ricardo Carvalho, vencedor do Campeonato da Europa de 2016 por Portugal, e o lateral direito Paulo Ferreira proporcionaram aos dragões 30 ME e 20 ME, respetivamente, o médio Tiago Mendes saiu do Benfica por cinco ME, ao passo que o centrocampista Nuno Morais deixaria o Penafiel, então promovido à Liga, a custo zero.

Dois anos depois, também sem verbas de transação envolvidas, o Chelsea recrutou ao Nacional o guarda-redes Hilário, que por lá permaneceu até abandonar os relvados, em 2013/14, e integraria as diversas equipas técnicas londrinas até 2025, quando passou a coadjuvar o alemão Thomas Tuchel, ex-treinador do clube, na seleção principal inglesa.

Essugo também vai jogar no Chelsea
Essugo também vai jogar no ChelseaFRAN SANTIAGO/GETTY IMAGES EUROPE/Getty Images via AFP

Em 2008, já com o brasileiro Luiz Felipe Scolari, que tinha saído do comando da seleção portuguesa depois ao Europeu daquele ano, rumaram a Stamford Bridge o lateral direito Bosingwa, proveniente do FC Porto por 20,5 ME, e o extremo Fábio Paim, sem qualquer partida nem revitalização futebolística nos quatro meses como emprestado pelo Sporting.

Os negócios entre Chelsea e Benfica reapareceram já na segunda década do século XXI, sendo que o defesa central brasileiro David Luiz transferiu-se em janeiro de 2011 por 25 ME, meio ano depois de o médio e compatriota Ramires fazer trajeto idêntico por 22 ME.

O centrocampista sérvio Nemanja Matić também rendeu 25 ME aos encarnados a meio de 2013/14, após uma primeira passagem pelos blues, numa temporada iniciada com a aquisição do já falecido dianteiro ganês Christian Atsu, oriundo do FC Porto por três ME.

Já depois do recorde por Enzo, o Chelsea ainda levou da Luz o extremo Diego Moreira, que estava em fim de contrato e fez um jogo em 2023/24 pelos blues, dos quais seguiu para França, ingressando em definitivo no Estrasburgo depois de uma cedência ao Lyon.

O primeiro a deixar um clube nacional para rumar a Stamford Bridge foi o extremo Filipe Oliveira, que saiu das camadas jovens do FC Porto em 2002 por um valor desconhecido.

Além de Filipe Oliveira, Ricardo Carvalho, Paulo Ferreira, Tiago Mendes, Nuno Morais, Hilário, Bosingwa, Fábio Paim e Diego Moreira, os portugueses Filipe Morais, Maniche, Deco, Raul Meireles, Eduardo, Ricardo Quaresma, João Félix e Renato Veiga estiveram vinculados ao Chelsea, cujo plantel integra apenas o extremo internacional Pedro Neto.

Lista das contratações do Chelsea junto de clubes portugueses:

Enzo Fernández (Arg) Benfica 2023 121 ME

Geovany Quenda (Por) Sporting 2025 50,8 ME

Ricardo Carvalho (Por) FC Porto 2004 30 ME

Nemanja Matić (Ser) Benfica 2014 25 ME

David Luiz (Bra) Benfica 2011 25 ME

Dário Essugo (Por) Sporting 2025 22,3 ME

Ramires (Bra) Benfica 2010 22 ME

José Bosingwa (Por) FC Porto 2008 20,5 ME

Paulo Ferreira (Por) FC Porto 2004 20 ME

Tiago Mendes (Por) Benfica 2004 5 ME

Christian Atsu (Gan) FC Porto 2013 3 ME

Filipe Oliveira (Por) FC Porto 2002 3 ME

Diego Moreira (Por) Benfica B 2023 Custo zero

Hilário (Por) Nacional 2006 Custo zero

Nuno Morais (Por) Penafiel 2004 Custo zero

Fábio Paim (Por) Sporting 2008 Empréstimo