Recorde as incidências do encontro
Em comum, além do vermelho dos equipamentos — ainda que o Santa Clara tenha, naturalmente, utilizado o alternativo na Pedreira — açorianos e minhotos partilhavam o facto de já terem visto os seus rivais diretos na luta pelos objetivos do campeonato vencer nesta jornada. Por isso, a necessidade de igualar esse desfecho para manter a perseguição acesa era evidente. Essa urgência ajuda a explicar o ritmo frenético com que a partida começou na Pedreira.

Gharbi foi o primeiro a testar a concentração de Gabriel Batista, mas João Costa já havia obrigado Hornicek a intervir na área contrária. O aviso açoriano foi mais sério - e eficaz -, culminando no 0-1. MT lançou em profundidade para Calila, que venceu o duelo aéreo e entregou a bola a Ricardinho. O remate do extremo ainda desviou em Niakaté e acabou por trair o guarda-redes checo.
Num jogo de parada e resposta, a equipa de Vasco Matos mostrava-se claramente mais confortável, ainda que o SC Braga tivesse assumido o controlo das operações desde cedo. Zalazar tentava comandar o jogo bracarense, mas faltava-lhe uma orquestra à altura numa Pedreira bem composta, que por pouco não silenciou quando João Costa desperdiçou o 0-2 frente a Hornicek.
Apesar do ritmo continuar elevado, o SC Braga acabou por, finalmente, impor algum controlo ao jogo, criando ocasiões mais consistentes e mantendo o Santa Clara longe das zonas de perigo. Já nos descontos, Niakaté, Víctor Gómez e João Moutinho tiveram tudo para bater Gabriel Batista, mas foi mesmo o Santa Clara que levou a vantagem para os balneários.

Aquilo que parecera tão difícil na primeira parte demorou apenas dois minutos a acontecer no segundo tempo. O SC Braga, que acentuou o domínio após o intervalo, chegou ao empate aos 47 minutos, por intermédio do capitão Ricardo Horta. O número 21 finalizou com frieza um cruzamento rasteiro de Víctor Gómez, concretizando o 1-1 tão procurado pelos minhotos.
O Santa Clara acusou o golpe - o peso das responsabilidades e a pressão crescente dos bracarenses fizeram-se notar. A equipa de Vasco Matos recorreu então a recursos mais físicos e a algumas paragens estratégicas, numa tentativa de arrefecer o ímpeto arsenalista. Sem rematar durante largos 64 minutos, os açorianos quase voltaram à vantagem quando Gabriel Silva surgiu com perigo, obrigando Hornicek a uma defesa apertada após um remate potente do brasileiro.
O retrato da intensidade vivida na Pedreira acabou por ficar estampado num momento insólito: Carlos Carvalhal caiu após um choque com Matheus Pereira, numa imagem que espelhou o próprio jogo — caótico, imprevisível e com choques constantes, dentro e fora das quatro linhas. No final, um empate que deixa tudo em aberto, mas que também deixou marcas visíveis num confronto onde ninguém queria cair.
Homem do jogo Flashscore: Rodrigo Zalazar (SC Braga)
