Sétimo campeonato na hierarquia do futebol europeu, a Liga Portugal tem sido viveiro de alguns talentos que partem à conquista do futebol continental e atingem o estrelato em ligas de maior nomeada. Aliás, olhando para a lista deste ano da Bola de Ouro, João Neves, Nuno Mendes e Vitinha são belos exemplos, ambos formados nos três grandes – Benfica, Sporting e FC Porto, respetivamente - e com o estrelato atingido no PSG.
Contudo, há também outro facto que se destaca. Viktor Gyökeres conseguiu entrar entre os 30 nomeados depois de uma época de destaque em Portugal, em que ajudou o Sporting a ser bicampeão e vencer a Taça de Portugal. Um feito cada vez mais raro no futebol atual.
De resto, no século XXI, Gyökeres é apenas o oitavo jogador a ser eleito para a Bola de Ouro enquanto atua na Liga Portugal. Antes dele aconteceu com Darwin Núñez (25.º em 2022), João Félix (28.º em 2019), ambos do Benfica, Rui Patrício (12.º em 2016), no Sporting, e um quarteto do FC Porto: Ricardo Quaresma (36.º em 2007), Deco (2.º em 2004, 13.º em 2013), Ricardo Carvalho (9.º em 2004) e Maniche (34.º em 2004).
Os títulos europeus
Pese embora ser um prémio individual, a Bola de Ouro está intimamente ligada à conquista de troféus coletivos. Apenas duas equipas portuguesas conquistaram a Liga dos Campeões e isso ficou refletido nos prémios.
A mais recente foi o FC Porto de 2004, que teve Deco, Ricardo Carvalho e Maniche, como já indicados acima. Os dragões tinham conquistado também o troféu em 1986/87 e nesse ano Paulo Futre ficou em segundo lugar e Mlynarczyk ficou na 21.ª posição.

Por último, o Benfica bicampeão europeu em 1961 e 1962 também foi premiado individualmente. Germano (17.º), José Augusto (23.º), Costa Pereira (28.º), Mário Coluna e Eusébio (35.º) foram nomeados em 1961, sendo que no ano seguinte o pantera negra (2.º) repetiu a nomeação e a ele juntou-se José Águas (11.º).
Em termos de Seleção Nacional, Rui Patrício também foi beneficiado em 2016 pelo excelente Europeu que fez na baliza de Portugal e terminou na 12.ª posição, enquanto jogador do Sporting.
O 'rei' Eusébio
Na contabilidade geral, Portugal tem três Bolas de Ouro – Eusébio, Luís Figo e Cristiano Ronaldo –, mas só um o conseguiu fazer a jogar na Liga Portugal: Eusébio, em 1965. O pantera negra foi o melhor marcador da Liga dos Campeões dessa temporada (com 9 golos, os mesmos de José Águas), mas acabou por ver o Inter roubar-lhe o troféu na final disputada em Milão.
Em 1962 e 1966, Eusébio perdeu o troféu para Masopust e Bobby Charlton respetivamente. Deco, em 2004 (Shevchenko), e Paulo Futre, em 1987 (Ruud Gullit) também ficaram no segundo lugar.

Eurocentrismo
Entre 1956 e 1994, a Bola de Ouro era entregue apenas a jogadores europeus. Ea Liga Portugal beneficiou desse aspeto. Durante esse período teve 18 jogadores entre os nomeados para o prémio de melhor do mundo.
Nos 31 anos seguintes, quando o prémio foi alargado a um âmbito mundial, foram apenas 12.
Confira todos os nomeados:
Gyokeres (Sporting) 2025;
Darwin (Benfica) - 2022 (25.º);
João Félix (Benfica) – 2019 (28.º);
Rui Patrício (Sporting) – 2016 (12.º);
Ricardo Quaresma (FC Porto) – 2007 (36.º);
Deco (FC Porto) – 2004 (2.º) e 2013 (13.º);
Ricardo Carvalho (FC Porto) – 2004 (9.º);
Maniche (FC Porto) – 2004 (24.º);
Zlatko Zahovic (FC Porto) - 1999 (14.º)
Mário Jardel (FC Porto) – 1999 (16.º);
Vítor Baía (FC Porto) – 1995 (30.º);
Luís Figo (Sporting) - 1995 (32.º)
Michel Preud’homme (Benfica) – 1994 (11.º);
Balakov (Sporting) – 1994 (16.º);
Kostadinov (FC Porto) – 1993 (8.º);
Paulo Futre (FC Porto) 1987 (2.º) e 1986 (17.º);
Mlynarczyk (FC Porto) – 1987 (21.º)
Fernando Gomes (FC Porto) – 1985 (16.º) e 1983 (11.º);
Rui Jordão (Sporting) – 1984 (14.º);
Carlos Manuel (Benfica) – 1983 (23.º);
António Oliveira (Sporting) – 1981 (32.º);
Manuel Bento (Benfica) – 1980 (20.º);
João Alves (Benfica) – 1978 (21.º) e 1975 (27.º) e (Boavista) em 1975 (27.º);
Eusébio (Benfica) – 1973 (7.º), 1972 (15.º), 1970 (22.º), 1968 (8.º), 1967 (5.º), 1966 (2.º), 1965 (1.º), 1964 (4.º), 1963 (5.º), 1962 (2.º) e 1961 (35.º);
José Augusto (Benfica) – 1967 (27.º) e 1961 (23.º);
José Torres (Benfica) – 1966 (10.º) e 1964 (15.º);
Mário Coluna (Benfica) – 1966 (13.º), 1965 (17.º).º, 1963 (21.º) e 1961 (35.º);
José Águas (Benfica) – 1962 (11.º) e 1961 (10.º);
Germano (Benfica) – 1961 (17.º);
Costa Pereira (Benfica) – 1961 (28.º).