Recorde as incidências do encontro
Jorge Silas (treinador da União de Leiria):
“Não esperávamos perder. Mas fizemos um jogo muito bom. Durante grande parte do tempo fomos a melhor equipa, depois nos últimos 10, 15 minutos tivemos a lesão do Rofino que nos obrigou a fazer algumas substituições, ficámos um bocadinho descompensados e foi a partir daí que levámos o golo.
Fomos durante grandes largos períodos do jogo melhores, sem querer tirar o mérito ao Tondela, não só pela vitória como pela subida. Nós não tínhamos muito em jogo, mas tendo em conta que quando entrámos estávamos no último terço da classificação e agora acabamos no primeiro (terço), acaba por ser uma temporada boa.
Custa ver a festa de outros em nossa casa. Houve uma altura em que se acreditou (na subida), mas acreditou-se pelo trabalho que fizemos, jogadores, equipa técnica e administração. Fizemos uma recuperação muito boa, mas no último terço da Liga tivemos muitos condicionalismos, sobretudo em lesões e castigos, e isso acabou por marcar o que é a nossa classificação.
Há aqui uma base boa para trabalhar na próxima época, não só em número de jogadores, como de ideias e trabalho acumulado. Vamos ver se conseguimos fazer melhor para o ano. Este andámos na luta e, no próximo, é possível chegar mais além. E para o ano que venha não o Tondela, que não pode vir cá, mas outra equipa assistir à nossa festa”.
Luís Pinto (treinador do Tondela):
“É um sentimento muito bom. Acabam por falhar um bocadinho as palavras para conseguirmos descrever aquilo que se sente. Mas é uma alegria muito grande. As épocas são longas para todas as equipas, mas uma equipa que andou tanto tempo em primeiro lugar como nós andámos e chegar à última jornada ainda a precisar de vencer para ficar em primeiro, acaba por ser um prémio merecido. Estamos muitos felizes, mas com um sentimento de justiça, também.
O Leiria, além de ter uma grande equipa, tem uma forma de jogar que tem muitas marcações individuais e a partir dos 70 minutos é que começam a dar mais espaços. Nós tínhamos de ter a cabeça no sítio certo e não tanto jogarmos com o coração. O mais lógico era jogarmos com o coração e podermos expor-nos em demasia. Tivemos essa capacidade, fomos felizes e, na altura certa, conseguimos fazer os golos, que era o que interessava.
É óbvio que nos apercebemos (dos outros jogos), mas eu só soube do resultado já ia em 80 e tal minutos e pensei: 'Ainda bem que marcámos, senão não dava para nós!' (risos). Mas estávamos com a cabeça única e exclusivamente aqui.
Agora vamos festejar, na nossa cidade, junto das nossas gentes e festejar porque foram semanas de muita felicidade, mas alguma ansiedade. Sentia-se isso nas pessoas. Queríamos muito. Tínhamos tido uma oportunidade na semana passada e infelizmente não a tínhamos conseguido fechar em nossa casa e notou-se alguma ansiedade em toda a cidade. Por isso toda a gente agora merece festejar e na nossa cidade, que é o sítio mais importante o fazermos.
Não espera que estivesse tanta gente no jogo de hoje. Sabíamos que havia muitos autocarros, mas não pensei que tivesse tanta gente. Mas foi natural, sempre tivemos muitos adeptos e com os resultados acabou por ser em crescendo, porque a euforia e o contentamento existia. Mas não estava à espera que viesse tanta gente assim.
Hoje a exibição é o que menos importa, sinceramente. Há dias em que a exibição importa bastante, mas hoje podia ser com dez à frente da baliza (risos) que o que interessava era ganhar. Conseguimos e estamos muito felizes por isso”.
Gilberto Coimbra (presidente do Tondela):
“Na época 2024/25, andámos seis ou sete jogos a morder os calcanhares dos primeiros com possibilidade de subir, e 21 ou 22 jogos em primeiro lugar: só podia haver um campeão e um vencedor, o Tondela.
(Sofrimento com a subida) Este era o jogo derradeiro e isso obriga-me a meter mais um elemento na equipa técnica para o ano: um cardiologista, para não sofrer tanto e para cuidar de mim mais, de forma a não sofrer até à última. Mas chega-se ao fim tem um sabor espetacular. Estou feliz, naturalmente.
O Luís (Pinto) é campeão, vai continuar. Não se pede já a Champions League, mas pede-se um lugar... Quando lá estivemos sete anos seguidos, éramos a única equipa que nunca tinha descido desde que chegou à Liga. Agora está lá outra vez, e em vez de sete, (que seja) 14, 20, 30 (épocas)... Sedimentar a Liga, é essa a intenção, agora com a ajuda de investidores, o que é um passo importante, porque dá consistência ao processo em termos financeiros, de forma a - não vamos prometer Cristianos, mas vamos prometer sobrinhos de Cristianos e afins - fazermos um campeonato o mais tranquilo possível.
(Enchente de adeptos em Leiria) Não seria de esperar outra coisa da massa adepta do Tondela”.