“Invictos de coração”. É desta forma que Pascal Siakam decidiu ilustrar uma série de fotografias que tirou com a camisola do FC Porto 2003/04, ano em que os dragões ganharam a Liga dos Campeões.
Uma ligação inesperada, mas que despertou a atenção para o poste camaronês dos Indiana Pacers e protagonista de uma história de superação que o levou até ao melhor campeonato de basquetebol do mundo.
Nascido num contexto pobre, em Bafia, nos Camarões, Siakam teve a primeira formação no seminário, onde o pai esperava que fosse inundado pelo Espírito Santo e enveredasse pelo sacerdócio. Não aconteceu.
O primeiro contacto com o basquetebol foi já na fase final da adolescência, aos 17 anos. A estampa física já impressionava, mas faltavam os fundamentos básicos e nem isso impediu os olheiros presentes na Basketball Without Borders de apostar no jovem Pascal e levá-lo para os Estados Unidos da América, onde em 2014 começou a formação em New Mexico State.
Dois anos depois, em 2016, foi escolhido pelos Toronto Raptors com a 27.ª escolha do Draft e deu início ao sonho. Em 2019 foi campeão, nomeado o jogador que mais evoluiu e ainda viria a ser All-Star em 2020, 2023 e 2025.
Quando acabou a passagem por Toronto, chegou aos Pacers e conseguiu meter uma das cidades mais fanáticas pelo basquetebol a sonhar, ao ajudar o conjunto de Indiana a chegar à final deste ano. O anel não chegou, foi para os Oklahoma City Thunder, mas o estatuto de jogador da NBA de pleno direito já ninguém lhe tira.
Agora dá que falar em Portugal. Quer seja pelo apelo estético, pelo gesto publicitário da marca que vestia os dragões ou pelo gosto pela equipa, Siakam parece tornar-se invicto de coração.