“A Europa nunca foi uma frustração para nós. Enquanto eu estiver no Famalicão, nunca será. Frustração é interromper a curva de crescimento. A Europa será uma consequência. Gostava de ir, é um objetivo, mas é um caminho e vamos lá chegar, consequentemente”, frisou, num painel do Portugal Football Summit, em Oeiras.
Miguel Ribeiro apontou que o Famalicão “podia fazer batota e, se quisesse, arrasar um mercado de verão e tornar-se numa equipa mais forte do que as outras”, dada a “capacidade financeira ímpar”, mas não se afastará do crescimento sustentado.
“Quem compra no Famalicão, sabe que compra bons jogadores. O sucesso deles transborda-nos de alegria, da mesma forma que o insucesso nos preocupa. Não acredito que o Famalicão tenha hoje a capacidade de recrutar um onze titular. O onze suplente hoje será o próximo onze titular. Acredito que os titulares do ano que vem são os que já lá estão. Este é o modelo e não vamos fugir dele. Permite que o Famalicão seja sustentável”, salientou o dirigente, líder da SAD desde 2019.
O estádio é “uma âncora nos pés” do clube, que pretende ter um novo recinto que “não aconteceu ainda”, com o atual a tornar “menos excitante e apelativo” aos principais clubes deslocarem-se ao recinto para avaliar jovens como Gustavo Sá.
“O mercado funciona. No caso do Gustavo Sá ainda não, mas vai funcionar. É um jovem que está a fazer o seu caminho, mas só tem 20 anos. Tem uma consistência assinalável, é um profissional exemplar e não tenho a mínima dúvida de que vai atingir um potencial altíssimo”, afirmou, sobre o internacional sub-21 português.
Adepto fervoroso do investimento, Miguel Ribeiro expressou que o Famalicão é um “bom exemplo de investimento estrangeiro numa rota de crescimento”, e apelou à importância da centralização dos direitos televisivos, para aumentar a qualidade.
“Se dos três grandes para baixo a qualidade subir, permite que os três grandes tenham a capacidade de recrutar no mercado interno, baixando o risco. Se a Liga tiver a capacidade de subir o nível, os três grandes são os maiores beneficiados. O FC Porto ganhou a Liga dos Campeões no mercado nacional. A recuperação do Sporting, com Ruben Amorim, foi feita em Portugal, ao contratar Pedro Gonçalves, Nuno Santos, Ricardo Esgaio, Paulinho, entre outros”, recordou ainda o dirigente.
O Portugal Football Summit, organizado pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF), teve início na quarta-feira e decorrerá até sábado na Cidade do Futebol, em Oeiras, com o objetivo de discutir o futuro do desporto a nível nacional e mundial.