Leia abaixo das declarações do treinador do FC Porto, Francesco Farioli, na conferência de imprensa de antevisão ao Clássico com o Benfica, da oitava jornada da Liga Portugal, agendado para domingo, às 21:15, no Estádio do Dragão.
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Antevisão ao Benfica de Mourinho: "Tentámos preparar o jogo com muita atenção, assistindo aos últimos quatro jogos, mas aprofundando os momentos anteriores, principalmente quando o Mourinho esteve em Inglaterra. Temos de descodificar o que pode acontecer, não sou o único a querer preparar o jogo da melhor forma possível. Fizemos o nosso trabalho, vamos enfrentar uma grande equipa, de Liga dos Campeões, com grande orçamento, que vem para cá competir ao mais alto nível. Temos de estar preparados para o confronto".
Mourinho adivinha o onze do FC Porto e Farioli o do Benfica?: "Não, porque é diferente. Eles jogaram na terça-feira, tiveram quase uma semana limpa para preparar o jogo. Já nós saímos de segunda-feira à noite de Arouca, ainda fizemos mais 108 minutos de jogo (na quinta-feira) antes deste jogo, por isso o cenário é diferente. Não é uma desculpa termos menos tempo para preparar, recuperámos bem ontem com os jogadores, hoje tínhamos os jogadores todos disponíveis para treinar, por isso estaremos prontos".

Abraço, elogios e mind games de Mourinho: "Estou mais do que feliz por lhe devolver o abraço, amanhã teremos a hipótese de cumprimentar-nos pessoalmente. Sobre o resto, há muita coisa que afeta a performance, tudo tem uma certa relevância. Claro que há coisas técnicas, táticas, pessoais, dinâmicas de clube... há tantos fatores no futebol que se misturam pelo meio. Mas a realidade é que o jogo de amanhã é muito importante para nós, temos de estar muito bem preparados. Fizemos reunião e sessão de treinos hoje, daqui a pouco teremos mais, amanhã teremos um dia para construir a preparação do jogo da melhor forma possível. Amanhã, às 09:00, temos de estar aqui com a vibe, o espírito e o desejo certo que é o mais importante porque qualquer plano sem o fogo certo, não funciona".
Palavras de Rui Costa: "Os três resultados são possíveis, vamos querer tirar o máximo que conseguimos. Sabendo de onde vimos: no ano passado, os dois jogos frente ao Benfica custou muito ao FC Porto com oito golos sofridos e só dois marcados. Essa é uma imagem que temos de ter presente na cabeça: respeitar o valor do adversário e dar um extra para deixar os nossos adeptos felizes".

Benfica enfraquecido pela virose: "Não estou a brincar, pode acontecer. Estou há três dias a tomar muitos medicamentos, estive no jogo de quinta-feira com 38 graus de febre. Acontece, é gripe sazonal".
Mourinho teve pouco tempo para preparar o plantel: "Falamos de um dos mais bem sucedidos treinadores do mundo, com 26 títulos conquistados. O palmarés é grande. Definitivamente uma das pessoas que mais influenciou o futebol. Mencionei poucos dias antes de ser contratado que ele representa uma referência para mim, tem todo o meu respeito. Nos últimos anos teve diferentes experiências em diferentes países, fez um grande trabalho na Roma, ganhou a Liga Conferência, teve uma experiência mista na Turquia, sei bem o quão difícil é competir naquele ambiente. Agora assumiu um desafio importante, mas para mim a prioridade é o que vamos fazer amanhã. Creio que estamos a misturar um pouco a perspetiva: não vamos jogar com o Mourinho, vamos jogar contra o Benfica. Isso é a chave para nós, temos que estar bem preparados e ligados com o jogo, ter quatro ou cinco cenários diferentes durante o jogo e estarmos preparados para tudo. Principalmente com energia, gasolina nas pernas e nos pulmões".
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Jogo decisivo para o campeonato: "É um jogo importante, não podemos negar isso, mas não vai ser decisivo. Ainda faltam muitos jogos e muita coisa pode acontecer".
Espera um Benfica expectante?: "Se formos ao passado recente, o jogo com o Chelsea pode ser um bom exemplo dos diferentes cenários e estratégias. Nos primeiros três ou quatro minutos houve tudo o que pode acontecer. Uma das maiores características destas equipas é a capacidade de serem camaleónicas e lerem muito bem o momento do jogo para gerir com e sem bola, de forma a serem mais orientados a marcação individual ou zonal. Há muitos cenários. Preparámos o jogo com atenção. Precisamos de estar atentos a algo inesperado também. A parte mais importante é como os jogadores vão estar preparados e quão rápido vão reagir para tomar as opções certas".

Adeptos aplaudiram após o golo sofrido na Liga Europa: "Sobre os adeptos, desde que cheguei, mas há três meses lembro-me bem dos sentimentos que havia no Olival e no Dragão. Senti muita confiança desde o primeiro dia, era algo que não merecia porque foi antes do primeiro treino, senti algum tipo de entusiasmo, fé e crença no que fizemos. Temos a responsabilidade extra, não só eu, mas em geral. Depois houve algo que cresceu dia após dia, ainda tenho na cabeça o primeiro jogo de preparação com o Twente, a preparação com o Atlético de Madrid, os jogos fora de casa, também na Europa... É algo que está a crescer e a melhorar. Os adeptos estão mesmo connosco, a puxar por nós, não é algo que nos conforta, mas é algo que exige mais de nós, mais paixão e coragem no que fazemos. É o que querem ver e o que queremos dar, principalmente amanhã contra um grande adversário. Não podemos fazer atalhos".
Golo no último minuto eleva o espírito da equipa: "Sim e não, preferia estar a ganhar na primeira parte quando tivemos uma série de momentos para colocar o jogo na direção certa. Uma vitória no último minuto pode dar-te muito, mas também tirar-te os pés do chão. Amanhã precisamos de ter os dois pés bem assentes no chão, para empurrar a relva em cada centímetro do Dragão, porque o jogo vai ser grande, as exigências maciças e o que tentamos fazer estes dois dias foi refrescar corpo e mente. Especialmente para estar mentalmente preparados para um grande jogo. Nunca sabemos se vai ser suficiente, mas pelo menos para ter a nossa alma limpa pela forma como preparamos o jogo. Quero encarar o jogo com ainda mais fome para explorar e atacar. Não sei se um resultado tardio nos poderá ajudar ou não".
Clássico após dois jogos em 6 dias: "O calendário não ajudou, claro, fazer 3 jogos em 6 dias é algo que não queremos. Mas faz parte da realidade. O que fizemos foi gerir durante os três jogos e foi claro, o envolvimento do grupo foi muito bom e positivo, conseguimos dois bons resultados, toda a gente do grupo jogou e foi titular. Isso deu-me a possibilidade de chegar a esta noite e escolher o onze com base em 11 jogadores dos 23 disponíveis, mais os que vão entrar durante o jogo".
Pode tornar-se o treinador com o melhor início de campeonato no FC Porto em caso de vitória, é o melhor momento da sua carreira?: "Primeiro há um 'se'. Isso já me ajuda a travar a resposta, porque o recorde pessoal não interessa. Tudo o que estamos a fazer e a colher a nível coletivo vem de um esforço de muitas pessoas. Já mencionei o trabalho de todos no clube, o departamento médico, a minha equipa técnica, especialmente nestes dias, em que tive menos uma hora no centro de treino porque estive doente e eles compensaram-me. A prioridade é quando alguém não está disponível, teres alguém próximo ao teu lado para puxar e avançar. É uma boa imagem do que o Porto é, uma cidade de pessoas que vão trabalhar muito cedo de manhã, que chegam à noite às famílias e o que fazemos aqui não é mais do que representar a cidade. Por isso, tudo o resto, os recordes pessoais, não contam para nada, o que conta é como vamos proceder na nossa viagem e no final da época veremos onde estamos".
Martim Fernandes suspenso, Alberto Costa ou Pablo Rosario na lateral direita?: "Temos possibilidades, há outras opções que estamos a avaliar, por isso há vários cenários. O Alberto está pronto, o Pablo recuperou totalmente dos 90 minutos da noite europeia, veremos amanhã".