À saída do Museu Sporting, de Bernardes Dinis, em Leiria, Frederico Varandas falou aos jornalistas e abordou todo o processo em torno de Viktor Gyokeres.
"Tentei tirar três dias de férias, voltei ontem. Vi tanta informação e contra-informação que é justo vir explicar o processo", começou por dizer o presidente do Sporting.
"O processo começa o ano passado quando terminou a época, o Sporting foi campeão, fez uma época fantástica. Durante o mercado percebemos que ele ia ficar no Sporting porque não tivemos uma única proposta por ele. Quando a época começa, o agente aborda Hugo Viana várias vezes, se podíamos adicionar um extra no contrato se ele fizesse x golos; dei abertura ao Viana para negociar, dentro do razoável. O (Hugo Viana) Viana gere a relação com os agentes, e muito bem, isso é feito pelo diretor desportivo. Uma das grandes preocupações do agente era saber se para o ano íamos exigir o valor da cláusula de 100 milhões. O Viana foi negociando com os agentes, ao longo de várias reuniões, até que o próprio agente pediu a presença do presidente para fechar o assunto de vez. A questão do bónus por x golos, pareceu razoável, e nessa reunião onde estava o presidente, o agente e Viana, não estava nenhum jogador, o Viktor não estava", garantiu Frederico Varandas.
"Aí o agente quis garantir determinadas coisas. Ficou fechado que o Sporting não ia exigir a cláusula de rescisão no final da época seguinte. Por uma razão: ia fazer 27 anos e nenhum jogador sai de Portugal com 27 anos por 100 ou 90 milhões. Depois, sabíamos o sonho que o Viktor tinha de ir para um clube onde pudesse lutar pela Champions e nós temos bom senso. Garantímos que não íamos exigir os 100 milhões. Nessa reunião o agente quis ancorar a saída a um valor, perguntou 60 milhoes, 70 milhões... Eu disse esta frase: 'Não vale a pena fixarmos um valor porque não sei o que vai acontecer daqui a um ano. Não sei se vai ser 40, 60 ou 80. O que posso garantir é que não vou exigir 100 milhões de euros'. A partir daqui nunca mais falei com o agente, nunca falei com o jogador sobre saídas e valores. Passaram 10 meses e vejo na imprensa o agente a debitar informações daqui e dali, mas o Sporting tem bom senso, tem palavra. O presidente do Sporting disse que o clube não ia exigir a cláusula e que íamos ajustar o valor à performance do Viktor, foi um dos melhores jogadores que pisou os relvados em Portugal", afirmou.
"Uma coisa que já deviam conhecer-me melhor. Ameaças, chantagem, ofensas, comigo não funcionam. Posso garantir que o Viktor Gyökeres não sai por 60+10 porque nunca o prometi. Este jogo que o empresário está a fazer só piora a situação", acrescentou o presidente do Sporting, questionado depois se já recebeu alguma proposta formal pelo jogador.
"Até hoje o Sporting não teve uma proposta por Viktor Gyökeres, nem hoje nem na época passada", garantiu.
Frederico Varandas falou ainda sobre os incidentes depois do jogo de hóquei em patins, entre Sporting e FC Porto, nomeadamente sobre o ataque a um automóvel de adeptos dos dragões.
"Fizemos o comunicado mal soubemos do que aconteceu. Aquelas pessoas não representam os valores do clube e não devem pisar qualquer campo desportivo. Esta batalha não deve ser travada apenas pelos clubes. Precisamos do apoio do Governo. Uma micro-minoria não pode prejudicar centenas de milhares de pessoas que apenas querem apoiar o seu clube. Este problema é transversal a todos os clubes. O Sporting faz o seu papel, que é reprovar e colaborar com as autoridades. Essas pessoas mancham o nome do clube", afirmou.