Recorde as incidências do encontro
O jogo com o Barcelona deixou marcas e levou Bruno Lage a fazer alterações, ainda que a gestão do plantel e do cansaço tenha sido o grande motivo para as mudanças. Di María voltou com naturalidade ao onze, assim como Leandro Barreiro, que tinha ficado no banco depois de marcar o primeiro hat-trick na carreira. Pavlidis, que também faturou três vezes com o Barcelona, sofreu o mesmo castigo, num ato de gestão que levou à titularidade de Arthur Cabral enquanto o brasileiro continua a ser apontado à saída.
Entrada à Benfica
Não foi um Benfica remendado, entenda-se, mas a presença de alguns dos jogadores em melhor forma, como Schjeldreup e Tomás Araújo, no banco de suplentes não deixou de surpreender. Apesar dessas mexidas, o Benfica teve uma entrada forte frente a uma das equipas em melhor forma na Liga Portugal.
O Casa Pia está a rivalizar com o Santa Clara pelo estatuto de revelação da temporada e espreita a possibilidade de lutar pela Europa, mas passou por dificuldades nos primeiros 15 minutos de jogo. Arthur Cabral visou duas vezes a baliza de Sequeira, antes de Tchamba cometer um erro que resultou num penálti sobre Leandro Barreiro, sempre a pisar terrenos ofensivos. Di María (14') voltou ao onze e aos golos, deixando o Benfica numa posição ainda mais confortável na partida.
O cansaço depois de um jogo exigente para a Liga dos Campeões não parecia fazer-se sentir e a tal gestão estava a dar os seus frutos numa fase inicial. O Benfica entrou pressionante e criou ocasiões para dilatar a vantagem. Akturkoglu teve a mais flagrante, mas o remate repentino bateu em cheio na trave da baliza de Sequeira (24').
Casa Pia forçou o erro e a reviravolta
O estrondo podia servir para assustar o Casa Pia depois de uma entrada complicada, mas teve o efeito contrário. A equipa de João Pereira começou a crescer na partida, subiu as linhas e passou a pressionar a saída de bola do Benfica, ideia que se revelou proveitosa em mais do que uma ocasião. Cassiano (32') desperdiçou a primeira oportunidade, mas não a que se seguiu, castigando um passe errado de António Silva e a recuperação de Beni Mukendi para fazer o empate.
O Casa Pia sentiu maior conforto para repetir a receita na reta final da primeira parte e por pouco não foi feliz, depois de forçar novo erro, desta feita a Florentino, para um remate de Nuno Moreira que saiu por cima antes de o ex-Sporting ser travado em falta por Otamendi, num penálti bem revertido para livre direto. A reviravolta não surgiu nessa ocasião, mas a equipa de João Pereira percebia cada vez melhor a maneira como podia travar um Benfica que começava a ficar sem energia e sobretudo sem ideias.
A ida para os balneários devia ter servido para recuperar ambos os fatores para nova entrada superior dos encarnados, mas houve muito pouco Benfica na segunda parte. A equipa de Bruno Lage teve mais bola e até jogou mais vezes no meio-campo do Casa Pia, mas os Gansos foram a única equipa a criar perigo, explorando o contra-ataque e o lado direito ofensivo para deixar a baliza de Trubin sob ameaça - Larrazabal foi o principal foco ofensivo da equipa de João Pereira.
Mais do que não perceber as dificuldades que o Benfica estava a encontrar para atacar, Bruno Lage não entendeu a estratégia do Casa Pia e Nuno Moreira (60') passou a fatura ao fazer a reviravolta, ao finalizar na grande área um lance construído precisamente pela direita, com cruzamento de Larrazabal. O 2-1 não foi surpreendente.
Bruno Lage tentou emendar a mão com uma sucessão de substituições que não surtiram efeito, primeiro ao juntar Pavlidis a Arthur Cabral e depois a tirar o avançado brasileiro e Di María, os mais perigosos das águias em toda a partida. Tal como a reviravolta do Casa Pia, a falta de solução para os problemas ofensivos das águias não foi surpreendente - despejar bolas para a área tem pouca probabilidade de sucesso - e a equipa da casa ainda sentenciou a partida com um golo de Livolant (90'+5) num contra-ataque nos descontos. Depois da conquista da Taça da Liga e da vitória com o Famalicão, o Benfica sofreu a segunda derrota consecutiva e deu sinais negativos na luta pelo título, ao contrário do Casa Pia, que cimentou ainda mais a sua posição como revelação e candidato aos lugares europeus.
Homem do jogo Flashscore: Nuno Moreira (Casa Pia)