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Gonçalo Franco: "Rui Borges agarra grupos com gestão frontal e humana"

Gonçalo Franco trocou o Moreirense pelo Swansea
Gonçalo Franco trocou o Moreirense pelo SwanseaSwansea AFC
O novo treinador do campeão nacional Sporting, Rui Borges, agarra as suas equipas com uma gestão frontal e humana, traça o futebolista Gonçalo Franco, enaltecendo a relação construída entre ambos no Moreirense em 2023/24.

Ao longo da última época, fui-me apercebendo de que ele chegaria muito rapidamente onde chegou agora. Merece-o pelo seu trabalho e pela equipa técnica, que é fantástica, super-amiga dos jogadores e muito transparente nas ideias que passa. Conseguiu criar uma ligação saudável connosco, o que ajudava durante a semana. Depois, trabalhámos sobre vitórias no Moreirense e isso tornava tudo bastante mais fácil. O resultado foi uma época muito boa”, recordou à agência Lusa o médio, de 24 anos, que trocou no verão o emblema de Moreira de Cónegos pelos galeses do Swansea, do segundo escalão inglês.

Rui Borges foi apresentado hoje como o terceiro treinador do Sporting esta temporada, chegando proveniente do Vitória SC e a três dias da receção ao rival lisboeta Benfica, da 16.ª ronda da Liga, logo após as águias terem superado os leões no topo.

Rui Borges já trabalha no Sporting
Rui Borges já trabalha no SportingSporting CP

O ex-futebolista, de 43 anos, sucedeu ao demitido João Pereira, que, 45 dias antes, tinha abandonado a equipa B leonina, da Liga 3, para colmatar a saída rumo aos ingleses do Manchester United de Ruben Amorim, campeão pelo Sporting em 2020/21 e 2023/24.

Os resultados falam por si. Ele estava a fazer uma época espetacular no Vitória, que só ficou atrás do Chelsea na fase de liga da Liga Conferência, e agora dá este passo. Estou muito feliz pelo ‘mister’. É uma coisa que acabaria por acontecer naturalmente. Acredito que haja muita gente que não o conhece, mas desejo-lhe tudo de bom e tenho a certeza de que vai colher frutos, porque merece e trabalha para isso”, observou Gonçalo Franco.

O treinador transmontano estava ligado aos conquistadores há quase sete meses, após culminar a temporada de estreia no escalão principal com o recorde de pontuação (55) numa edição da prova do Moreirense, promovido como campeão da Liga 2 em 2022/23.

O Rui Borges dá a cara e toma as decisões, mas a equipa técnica é um pouco igual a si. A transparência que passa para os atletas é fundamental e foi um ponto-chave para que o Moreirense tivesse sucesso numa época fantástica, em que todos saíram valorizados”, avaliou o médio, cuja saída para o Championship rondou os dois milhões de euros (ME).

Estruturados em 4-3-3, os minhotos tiveram um dos terceiros piores ataques (36 golos marcados) e a quarta defesa menos batida (35 sofridos) da Liga e igualaram o sexto lugar de 2018/19, melhor classificação de sempre em 14 presenças no escalão principal.

Desde a pré-época, percebemos muito bem a ideia do ‘mister’, que é difícil de contrariar, mas muito fácil de entender para os atletas. Jogávamos sempre em ‘4-3-3’, mas, numa primeira fase de pressão, o número ‘10’ juntava-se ao ponta de lança e ficávamos em ‘4-4-2’. Havia muita qualidade no plantel e também nos adaptávamos ao adversário”, referiu.

Ao fim de quatro temporadas em Moreira de Cónegos, Gonçalo Franco despediu-se com um inédito registo de seis contribuições para golo - dois tentos e quatro assistências - em 35 jogos nas diversas provas, tendo dividido “funções específicas e muito bem definidas” com o ganês Lawrence Ofori e o brasileiro Alanzinho, habituais parceiros no meio-campo.

O Rui Borges dá um papel fundamental aos médios nas fases defensiva e ofensiva. Eu, o Ofori e o Alanzinho já nos conhecíamos muito bem, porque tínhamos jogado juntos na II Liga e a nossa relação era ótima dentro e fora do campo. O que nos ajudou foi a clareza das ideias do ‘mister’. Jogando ou não, qualquer um sabia o que tinha de fazer”, ilustrou.

Convicto de que Rui Borges “tem competências para lutar pelo título até ao fim” e lograr o primeiro bi do Sporting em 70 anos, o médio está curioso para perceber as eventuais mudanças introduzidas no ‘3-4-3’, sistema enraizado em Alvalade na ‘era Ruben Amorim’.

Vai chegar lá e tentar retirar o máximo de pressão que os atletas têm tido nestas últimas semanas, pedindo que se divirtam em campo, mas com responsabilidade. Com o tempo, começará a mudar as peças e a aplicar as suas ideias, mas não vai mudar muito para o primeiro jogo, pois criaria ainda mais confusão nos jogadores”, projetou Gonçalo Franco.