Em entrevista à SIC, o avançado sueco, melhor marcador da Liga com 39 golos, comparou esta época e a temporada anterior, em que também venceu o campeonato com o Sporting.
"Ambas foram especiais, de formas diferentes. É difícil escolher uma. A época passada foi a primeira com a equipa e foi fantástico conseguir o meu primeiro título aqui. Este ano aconteceram muitas coisas ao longo da época e foi incrível ser campeão mesmo assim", disse.
Questionado sobre a Bola de Ouro, ranking que lidera, mas no qual ainda pode ser ultrapassado por Mbappé ou Salah, o avançado leonino garantiu que não está obcecado com a distinção individual.
"Claro que há quem fale disso à minha volta, mas, neste momento, não está nas minhas mãos, por isso tento não pensar nisso. Penso que é justo dizer que o vencedor será aquele que tiver o melhor desempenho", explicou.
O avançado comentou ainda alguns aspetos físicos, como os duelos com os defesas-centrais, e até algumas críticas de que foi alvo quando chegou a Portugal.
"As pessoas falam sempre, há sempre essas conversas. Acho que alguém me chamou gordo quando vim para a pré-época no Sporting, depois de ter assinado. Esperavam que eu estivesse em forma para o primeiro jogo da época. Há sempre essas conversas. Só tenho de me afirmar, para dar boas manchetes", atirou.
"Se forem duros comigo, mas eu continuar a ter bola e a avançar com ela, ou se recuarem e eu me virar e conseguir criar perigo, acho que ambas as coisas me agradam, dependendo do tipo de situação".
"Amorim? Não sei se teríamos mantido o nível toda a época"
Apesar de estar com 11 vitórias em 11 jogos da Liga, Gyökeres acredita que o facto de o Sporting não ter sido campeão mais cedo não está claramente relacionado com a saída de Amorim, embora reconheça o impacto da saída do agora técnico do Manchester United.
"Não sei se teríamos mantido o nível em toda a época. É normal haver fases em que ganhas todos os jogos e depois há períodos difíceis. Não sei, mas é claro que temos sempre a mentalidade de querer ganhar todos os jogos. Já vimos no futebol que não acaba sempre assim, é difícil passar uma época inteira sem perder um único jogo. Como se pode ver na história, poucos conseguiram isso. Uma coisa é ganhar muitos jogos, outra é ganhar toda a época", explicou.
"Nós, enquanto grupo de jogadores, não queríamos (a saída de Amorim). Estávamos a voar e a ganhar todos os jogos e a ir bem na Liga dos Campeões também. Foi um momento triste, mas compreendemos perfeitamente a decisão dele. Não houve ressentimentos", assegurou.
Sobre Rui Borges: "Estávamos um pouco mais experientes com a mudança de treinador; talvez tenha sido mais fácil, desta vez, aceitar a mudança e adaptar-nos ao estilo de jogo. Tivemos um jogo importante logo a seguir e acho que estávamos todos prontos para provar que éramos melhores do que tínhamos mostrado nos jogos anteriores".
"Saída? Nunca se sabe o que vai acontecer"
Sobre o futuro, o avançado continua focado na conquista da Taça de Portugal diante do Benfica e não confirma um adeus ao Sporting na próxima época.
"Se for um jogo normal com o Benfica, é diferente com o título em jogo. Agora é quase a mesma coisa, é mais um título para disputar e claro que vamos lá para ganhar o jogo", disse.
"Vamos ver. É o futuro. O futebol também é assim. Nunca se sabe o que vai acontecer, como se viu esta época. É a mesma coisa agora, vamos ver no futuro", concluiu.