Recorde aqui as incidências do encontro
Além de não poder contar com Fran Navarro e Roger Fernandes, Carvalhal tinha adiado a decisão de convocar Vitor Carvalho e o "reforço" Zalazar sob condição de testes físicos, acabando por deixar os dois médios fora da ficha de jogo e lançando El Ouazzani e Gabri Martínez no onze. Por seu lado, Anselmi não pôde contar com os criativos Fábio Vieira, Rodrigo Mora e Pepê - que decidiu o duelo com os bracarenses no Dragão -, optando pelas entradas de André Franco e o recuperado Martim Fernandes, adiantando João Mário para extremo.
Dragão que não levanta não pode voar
Empurrados pela Pedreira, os anfitriões entraram a grande velocidade, com Gabri Martínez a deixar Diogo Costa em sentido nos primeiros segundos. Os dragões revelaram dificuldades para impor o seu jogo e desde cedo ficaram condicionados pelos amarelos vistos por Nehuén Perez (06'), Gonçalo Borges (08') - falha próximo jogo - e Martim Fernandes (15'). Este último por travar a fuga de Chissumba na esquina da área, consentindo um livre direto perigoso, que Ricardo Horta assumiu com um cruzamento-remate rasteiro que enganou toda a defesa e bateu Diogo Costa, que poderia ter feito mais do que reclamar com os companheiros.
O golo inaugural não era propriamente uma surpresa tendo em conta os 20 minutos iniciais muito bons por parte dos gverreiros e praticamente inexistentes dos azuis e brancos, que demoraram a despertar. Uma fuga de João Mário pela direita ainda ameaçou o empate, com o internacional português a tentar surpreender Hornicek de ângulo apertado, mas a atirar para fora. As dificuldades eram tão visíveis que um livre cobrado em zona defensiva junto à bandeirola de canto foi diretamente para fora e a posse de bola voltou aos bracarenses.
Só perto do intervalo é que os dragões acordaram, primeiro num remate de meia distância de Otávio para defesa tranquila de Hornicek, depois num grande passe de André Franco para a pequena área, que originou um choque entre o guarda-redes e Samu, levando a pedidos de grande penalidade, afastados por Luís Godinho. O descanso chegou com más perspetivas para os forasteiros, que não venceram qualquer jogo em que começaram a perder neste campeonato (quatro empates e quatro derrotas).
Águas paradas
A exibição não convencia, mas nem isso levou Anselmi a mexer ao descanso e o reatamento foi uma repetição dos primeiros instantes, até que o técnico argentino decidiu dar um abanão ao retirar Marcano e lançar William Gomes, mexendo no esquema tático. Alguns segundos depois, numa jogada construída sobre o flanco direito, Martim Fernandes tirou um cruzamento perfeito para o coração da área, mas André Franco cabeceou muito por cima e desperdiçou a melhor oportunidade para o empate.
Num misto entre receio e maturidade, o SC Braga baixou consideravelmente o ritmo e as linhas, sem conseguir impor o seu jogo, o que levou a uns quantos minutos de pouco interesse na partida, fruto também da falta de assertividade e criatividade ofensiva do FC Porto. Mora, Fábio Vieira e Pepê faziam falta e nem a entrada de Namaso por Martim Fernandes ajudou a preencher o vazio.
Com os adeptos frustrados - assobiaram até a saída de Gonçalo Borges -, Anselmi arriscou tudo com as entradas de Denis Gul, Zaidu e Eustáquio para tentar trazer alguma miragem ao deserto ofensivo... sem sucesso. Pelo contrário, o que aconteceu até ao apito final foi um contra-ataque venenoso concluído por Gabri Martínez para uma grande estirada de Diogo Costa.
Destaque ainda para a estreia de Afonso Patrão na equipa principal dos bracarenses, que igualou o FC Porto no terceiro lugar da tabela, com 50 pontos, e complica ainda mais a improvável luta pelo título dos portistas. E ainda uma menção honrosa à exibição de João Moutinho que, aos 38 anos, continua a encher o campo e a ser um verdadeiro general dentro das quatro linhas.
Homem do jogo Flashscore: Ricardo Horta (SC Braga).