Recorde as incidências do encontro
"Marca, na primeira vez que toca na bola, Conrad Harder". As palavras não são nossas, mas sim de Pedro Nascimento, da Sport TV, um dos canais que transmitiu a partida entre Sporting e Santa Clara, para a Taça de Portugal. Decidimos começar por aqui porque seria difícil explicar melhor o impacto de Conrad Harder neste Sporting.
Crescer na sombra de Gyökeres
A novela de mercado dos leões envolveu a compra de um avançado. Ioannidis era o grande alvo da equipa então orientada por Ruben Amorim, mas a intransigência do Panathinaikos em vender o grego, entretanto com um total de quatro golos marcados, acabou por fazer com que o Sporting começasse finalmente a espreitar alternativas.
Vítor Roque foi sondado, num misto de oportunidade de negócio e crença no potencial do avançado brasileiro, visto como dispensável pelo Barcelona. Ainda com muito a provar na LaLiga, o ex-Athletico decidiu ficar em Espanha e rumar ao Betis - 21 jogos, seis golos marcados.
Depois disso, o Sporting deslocou-se até à Dinamarca, onde estava mais um nórdico visto como jogador ideal para crescer na sombra de Viktor Gyökeres e sob a orientação do compatriota Morten Hjulmand, capitão dos leões. Pretendido pelo Brighton, que queria deixá-lo na Dinamarca a evoluir, Conrad Harder acabou por ser apresentado em Alvalade no último dia do mercado de transferências, por uns surpreendentes 19 milhões de euros.

Aproveitar cada minuto
Quando falou do novo avançado pela primeira vez, Ruben Amorim disse que Conrad Harder era um jovem com "muita fome", mas que ainda precisava de crescer para ser verdadeiramente visto como sucessor de Gyökeres. Mas quando a fome é muita…
Apenas 20 dias depois de ser oficializado, o dinamarquês foi titular frente ao AVS e tratou de mostrar algumas das suas principais características em Alvalade. Aos 19 anos, o esquerdino é um jogador de remate fácil e eficácia acima da média. 58 minutos depois da estreia no onze, saiu com um golo e uma assistência para Gyökeres.
E foi aí que Harder começou a ganhar espaço. Se inicialmente era visto como suplente do sueco, o internacional sub-21 dinamarquês começou a subir nas opções de Amorim para aproveitar a ausência de Pedro Gonçalves e ganhar minutos, mas Harder é daqueles jogadores que só precisa de estar dentro de campo, indepentemente da posição que ocupa.

Apesar de continuar com estatuto de suplente, o dinamarquês já mostrou que é capaz de aproveitar cada minuto que lhe é concedido e, frente ao Santa Clara, voltou a dar sinais positivos a João Pereira, acabando por abrir o marcador apenas dois minutos após sair do banco.
E é precisamente esta eficácia que impressiona no dinamarquês. Com apenas 616 minutos pelo Sporting, Harder já contabiliza sete golos e duas assistências, o que significa que precisa de apenas 68,44 minutos em campo para ter impacto direto no marcador.
Mais do que dar dores de cabeça, Conrad Harder, pode muito bem ser a solução para um dos problemas que João Pereira encontrou desde que chegou a Alvalade, o lado esquerdo do ataque.
Começa a ser cliché, é certo, mas parece cada vez mais difícil (Harder) deixar este dinamarquês tanto tempo no banco de suplentes. Amorim tinha razão, há muita fome neste miúdo.