João Diogo Manteigas, candidato às eleições do Benfica, marcadas para 25 de outubro, reagiu este domingo aos acontecimentos na primeira Assembleia Geral do clube, no sábado, e reagiu ainda às declarações de João Noronha Lopes, na CMTV, e de Luís Filipe Vieira, no NOW.
Vieira acusou-o de liderar um movimento: "Eu não lidero movimentos nas AG do Benfica. Vou há muito tempo. Sou sócio do Benfica há 41 anos... Luís Filipe Vieira, na penúltima vez que foi a uma AG, apertou o pescoço a um sócio. A última foi ontem. Já a Noronha Lopes gostaria de dizer que está 50/50 certo. Ou então enganou-se no que disse-"
O que aconteceu na AG? "Ontem, na AG de manhã, Noronha Lopes veio cumprimentar-me e desejar sorte para a campanha. Sentei-me perto dele. Depois, um grupo de sócios que não conheço abordou-me, dizendo que Luís Filipe Vieira se inscreveu para falar - eu não tinha percebido - e que havia muita gente que ia abandonar o pavilhão, que não o queria ouvir falar. Havia um movimento orgânico. Respondi 'ok, o que tenho a ver com isso?'. E responderam-me 'ao ser candidato, entendemos que os que representam uma mudança no Benfica - eu, Noronha Lopes e eventualmente Cristóvão e Martim -, queriam saber a sensibilidade para sair'. E eu respondi-lhes para falar com os outros. Não quiseram falar com Noronha Lopes, porque 'abandonou-nos em 2020, 2021, não queremos falar com ele'. E eu disse 'então, vão perdoar-me, mas eu não tomo decisões dessas sozinho. Vou falar com eles e vou dizer-lhes o que me disserem'. Falei com Noronha Lopes, disse que tinha sido abordado. E fui falar com o Martim dizer a mesma coisa, e ele respondeu logo 'não'. Voltei e Noronha Lopes disse-me que ficava. Virei-me para a pessoa que me esperava, e disse que ficava. Depois, quando Vieira vai falar, mais de dois terços da sala foi embora. Não organizei nada. Vou a todas as AG, as pessoas falam comigo em todas. Anos na BTV, estive aqui, as pessoas conhecem-me e têm à vontade para falar comigo."
Há alguma estratégia com Noronha Lopes? "Somos tão equidistantes um do outro... Não tenho responsabilidade direta ou indireta. Primeiro agradeço a relevância que os candidatos me dão. Primeiro de tudo estou preocupado com terça-feira, com o jogo com o Chelsea. Fico agradecido de me darem o tempo e importância daquilo que represento para os benfiquistas, que é o puro associativismo da nossa candidatura. Quando os outros candidatos observam sócios virem ter comigo, dos 80 aos 18 anos, fico grato. Identifico-me com todos os benfiquistas. Não sou promotor de movimentações que prejudicam o bom nome do Benfica. As AG do Benfica são espaços de vivacidade. Se lamento? Não lamento o que aconteceu ontem. Fiquei lá para ouvir, mas há sócios que não querem ouvir e saem. Isto é democracia. Não posso ser responsabilizado pelos atos de outras pessoas. É o mesmo direito que o outro tem de falar, que o outro tem para sair. Não ouvi insultos, ouvi gritarem o hino do Benfica lá atrás..."
Ameaças a Vieira: "Durante a AG, de manhã aconteceu muita coisa. Não ouvi insultos, quando o Vieira subiu para falar, dois terços dos sócios saíram. Os candidatos ficaram. Ficamos para ouvir. Tanto que eu e Noronha Lopes estávamos em pé a falar uns com os outros. E foi o Noronha Lopes que se virou para mim, vamos falar com o Martim, para depois falar com o Pereira da Costa, para tentar acalmar para o Vieira falar. Eu disse 'sim, senhor'. E lá fomos. Aí, quando vamos ter com Pereira da Costa é que se origina uma situação - sem insultos... Eu estou lá em baixo, não oiço isso. Porque há malta lá atrás a gritar o hino do Benfica. Tudo o que aconteceu neste espaço não dignifica o Benfica. Estava a falar com Vieira cara a cara! Não estava de costas (em resposta a Rodolfo Reis). Não confundir".
Lamenta os acontecimentos? "Não lamento os sócios que se levantaram para não ouvir. É um direito. Não sei se são meus apoiantes ou não. Mais de dois terços saiu, alguns deles foram para fora. Não estou a dizer que concordo com interrupções. Não me interessa quem está a falar. Obviamente que aquilo que se vê nas imagens não dignifica o Benfica. Se quiserem falar das declarações dos candidatos, façam uma coisa, convoquem debates, já que a BTV não faz. Não fui eu, só por ter sido abordado, para saber se ia falar com os outros, não ia cortar. Alguém tem noção do que se vai passar cinco minutos depois? Numa AG, quando estamos a ouvir os sócios, quando estou a falar, oiço críticas".
Teme ser acusado de estar a incentivar uma rebelião? "Claro que não. Vieira lembrou-se hoje disse. Quando foi a última vez que ele foi a uma AG? Quem provocou este desiderato todo? Fomos nós, os candidatos que estavam a ouvir?"
Ameaças de violência: "Não faz sentido nenhum comparar. Não façam daquilo que aconteceu e transformem isso num 'O Benfica está em ebulição, a explodir'. As pessoas têm opinião. Quando se passa uma linha, tem de ser tomar responsabilidades."